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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

La Noche Del Terror Ciego

É um filme espanhol de 1971, rodado em Portugal. Tem guerreiros templários, miúdas semi-nuas, violência, vampiras na fogueira, tipos duros a apanhar sovas, morgues, perseguições a cavalo, rituais satânicos, ruínas à meia-noite, mortos-vivos, sapos, forças maléficas, sangue, cemitérios enevoados, comboios a carvão, massacres, momentos pseudo-lesbianos, actos heróicos, cultura, suspense, terror e romance.

Para todos os que ficaram com vontade de ver este filme, a Masmorra disponibiliza doze frames, para que possam reconstruir o argumento e ficar como se o tivessem visto. Bom filme!












quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Irmãos inseparáveis

A temática da irmandade e laços de sangue nunca foi grandemente discutida aqui na Masmorra (e porque o seria?) mas calhou que Maléfico revisionasse neste domingo à tarde (não foi na TVI) um filme em suporte DVD que versa sobre esta temática e é de sobremaneira merecedor de uma menção nestas paredes.


Dead Ringers, de Cronenberg, é um filme sobre sexo, mutações, drogas, violência psicológica e ciúme. A história da vida de dois irmãos gémeos, interpretados por Jeremy Irons no seu melhor papel, que viviam à grande e a francesa até um dia em que lhes aparece uma canadiana no consultório e estraga tudo. Basta um momento para que um dos rapazes ceda ao arrebatamento dessa sensação a que chamam "amor" e está tudo arruinado, a partir daí é sempre a descer até ao final da pelicula.


Claro que haverá sempre um lugar no cinema da Masmorra para ver sangue a jorrar, cabeças a explodir, miúdas semi-nuas a fugir em gritos histéricos e vampiros sugadores de sangue (ou outros colegas igualmente esfomeados), mas no fundo é isto que mais se identifica com a nossa Masmorra. Um filme em que a violência subtil a um ritmo lento, com a utilização a espaços do habitual, mas refinado, humor negro, se torna muito mais eficaz e intenso do que os descalabros cinematográficos a que se costuma classificar de "terror". Na minha muito pouco humilde opinião ombreia com o clássico "Shining" em todos estes promenores e é portanto ele próprio um clássico.

Supostamente inspirado na vida real de dois irmãos que, a julgar pelo filme que originaram, não deviam fechar nada bem da caixa, o que é bom, visto que as pessoas normais são uma seca e, que conste, nunca serviram de inspiração a um filme que merecesse a nota 10 que Maléfico atribui a este.

sábado, 21 de agosto de 2010

O Inferno segundo os Coen

O hotel Earle, que acomoda Barton Fink, é um subtil, mas perfeito, simbolismo do Inferno. Brilhantemente apresentado a todos os que o ignoram.

"SIX please" - "next stop, SIX"
"this stop, SIX"

O slogan ("A Day or a Lifetime"), as boas vindas a um escritor com um lápis sem ponta, o empregado Chet que chega das profundezas, o ascensorista Pete e o seu conhecimento da bíblia ("I've heard about it."), a própria bíblia incapaz de dar qualquer conforto, a ausência de hóspedes e a presença de mosquitos ( "mosquitos breed in swamps; this is a desert") a demonstrar o quanto deslocado estamos da realidade, o final infeliz de todos os estranhos que visitam o hotel, enfim, todo o ambiente estranho e sobrenatural do gigantesco edifício.

E claro, Charlie, o demónio encarregado de infernizar o personagem principal, a personificação do homem comum (irónicamente vende seguros contra incêndios), um gigante simpático que deita pus por um ouvido infectado. A temperatura sobe quando ele aparece e as paredes descascam quando ele está por perto. Não será o retrato do nosso Maior, mas sim de um Demónio trabalhador, que só quer "ajudar" todos a libertarem-se das agruras da vida. Dá uma bela lição ao personagem principal, porquê? - "Because, you don't LISTEN!"


"I'll show you the life of the mind"

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Clatto Verata Nicto

A importância das trilogias no mundo Infernal é por demais reconhecida, basta olhar para trás e pensar quantas obras influentes se dividiram em três partes e a evidência é avassaladora (o ideal era que fossem três, mas assim não eram tantas).Vou, portanto, dissecar (desmembrar talvez fosse a palavra mais indicada) uma das muitas trilogias que por aí polulam. Uma trilogia maravilhosa e que teria um lugar cativo no nosso coração, se acaso nós possuíssemos um.


  • The Evil Dead (1981)

O primeiro filme (todos eles realizados por Sam Raimi) conta a história de cinco amigos que vão passar uns dias a uma cabana no meio da montanha. Na cabana encontram um estranho livro milenar e um gravador que contém uma fita onde um arqueólogo vai relatando os seus trabalhos de tradução do livro. Os jovens aprendem alguns factos pouco agradáveis sobre o livro e um trecho é recitado na gravação, estas palavras acordam demónios diabólicos que supostamente estavam a descansar à sombra dos pinheiros circundantes, a partir daí é sangue por todo o lado e não tarda muito a ficarmos sozinhos com o que vem a ser o grande herói da trilogia, Ash, que tem um trabalho danado a desmembrar todos os seus amigos-agora-zombies e apanha uns valentes banhos de sangue. Muita violência, uns sustos bem pregados e sempre mais sangue de todas as cores, tudo isto bem filmado e com belos efeitos especiais. Um clássico.

"You bastards, why are you torturing me like this? Why?"


  • Evil Dead II (1987)

O segundo filme é o virar definitivo para o registo mais cómico inerente a um filme sobre mortos-vivos, a quantidade de desmembramentos e sangue não decresce (antes pelo contrário) mas o personagem Ash revela-se em toda o seu esplendor e fenomenais one-liners. É aqui que ele se torna o verdadeiro herói reconhecido por todo o nosso mundo. O filme não é bem uma sequela do primeiro, mas também não é bem um remake. Os primeiros minutos, esses sim, são um remake da hora e vinte do primeiro, e depois a história segue um novo rumo. Ash fica sozinho logo no início, depois fica acompanhado da sua mão direita, depois fica sozinho outra vez (glorificando o uso de moto-serras em filmes deste género) e depois utrapassa-se a falta de humanos para transformar em zombies com a chegada de alguns espécimens que vão sendo desmembrados pelo super-Ash. No final é preparado o caminho para o filme seguinte.

"You're going down! Chainsaw."


  • Army Of Darkness (1992)

O último filme da trilogia é completamente diferente dos outros, abandonamos a agradável cabana de montanha e viajamos para o mundo medieval de 1300 d.c. Aqui já não há muitos sustos, nem caves, nem pinheiros violadores, mas há muitas piadas e múltiplos Ashs pequeninos, um clone maléfico, castelos, fossos, moinhos e cemitérios, exércitos de esqueletos e, claro, sangue e violência. A moto-serra (ainda que usada) é substituída por uma mão biónica que Ash genialmente constrói a partir de coisas encontradas num estábulo medieval. O filme não é uma obra-prima, mas é constituído por várias cenas brilhantes de cariz hilariante.

O clímax é aceitavelmente engraçado mas o final é verdadeiramente épico e imperdível – “Hail to the king, baby!”.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Só trabalho e nada de brincadeira faz de Maléfico um demónio aborrecido

O que incomoda Maléfico no trabalho de Stanley Kubrick sobre o colega Jack Torrance (no brilhante The Shining), é que o colega Jack Torrance não faz nada bem feito.

Bem vistas as coisas, e acreditem que já as vi bastantes vezes, o Jack limita-se a vaguear pelo hotel sem perceber muito bem o que se passa, vários colegas dão lá um salto de propósito para lhe darem umas luzes e ele sem captar o que é preciso fazer, a mulher e filhote moem-lhe o juízo até mais não e ele ... nada. Apanha com um taco de basebol na cabeça e deixa-se fechar na dispensa como um amador.

O final é de bradar aos infernos, quando todas as forças do mal já perderam a paciência para qualquer subtileza e, basicamente, lhe passam com um machado para as mãos e apontam para a mulher e criança, o melhor que ele consegue fazer é partir uma porta e ir dormir um soninho reparador ao relento. Tudo igual, um Jack Torrance a menos.

Acho injusto todo o sucesso que este Jack tem, parece-me que poderia, e deveria, ter feito melhor. É certo que ele ainda abre a barriga a um, mas esse põe-se mesmo a jeito e era cozinheiro, e dar cabo de um cozinheiro quando se tem um machado a mais não deve ser assim tão difícil.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ele há coincidências... parte III

Estava eu em amena pasmaceira num longinquo retiro transmontano, quando fiz o que costumo fazer nestes tempos de ócio - uma sessão tripla de filmes visualizados no suporte que melhor se adequar ao local.

No final desta tripla visualização, calculei que o armazenamento de filmes não vistos se aproximava do fim, uma nova sessão tripla seria mesmo impossivel, dado que o número de filmes visualizaveis não ascendia a mais do que dois.

Nada de pânicos, no dia seguinte tratei de adquirir (por vias legais, asseguro-lhes e um demónio nunca mente) uma catrefada de filmes louvados pela critica e que pensei serem dignos de ser vistos pelos meus olhos, ouvidos pelas minhas orelhas e apreciados pelo meu cérebro.

Entre estes filmes encontra-se Network, um filme de Sidney Lumet, realizado em 1976, vencedor de vários prémios mas com uma grave lacuna, o nunca ter sido visualizado por Maléfico.

No mesmo dia em que "adquiri" a referida pelicula, chego ao meu covil e encontro na caixa do correio, qual brinde infernal, um pacote enviado pelos compinchas da Amazon. Uma rodela plástica engravada com os sons emanados pelos Mouth Of The Architect num conjunto de peças a que deram o nome colectivo de "Quietly". Não conhecia nada deste trabalho, encomendei-o porque faço ideia de ir ao espetáculo de luz e som a realizar-se daqui a uma quinzena, onde este será apresentado com a presença dos próprios autores (cada um com o seu respectivo instrumento).

É aqui que se dá a tremenda coincidência, coisas como estas são obra do nosso Maior com certeza. Duas obras tão distantes na sua forma e no seu tempo, chegam ao meu domínio no mesmo dia e têm um pormenor que as liga. O Sr. Satanás quer que pensemos nisto.

Um bom pedaço da sétima arte usado da melhor forma para abrilhantar uma excelente música.



I don't have to tell you things are bad. Everybody knows things are bad. It's a depression. Everybody's out of work or scared of losing their job. The dollar buys a nickel's work, banks are going bust, shopkeepers keep a gun under the counter. Punks are running wild in the street and there's nobody anywhere who seems to know what to do, and there's no end to it. We know the air is unfit to breathe and our food is unfit to eat, and we sit watching our TV's while some local newscaster tells us that today we had fifteen homicides and sixty-three violent crimes, as if that's the way it's supposed to be. We know things are bad - worse than bad. They're crazy. It's like everything everywhere is going crazy, so we don't go out anymore. We sit in the house, and slowly the world we are living in is getting smaller, and all we say is, 'Please, at least leave us alone in our living rooms. Let me have my toaster and my TV and my steel-belted radials and I won't say anything. Just leave us alone.' Well, I'm not gonna leave you alone. I want you to get mad!


quinta-feira, 11 de março de 2010

O assassino em série, esse animal (3/3)

Acompanhemos, nesta ultima instalação subordinada a este simpático tema, um assassino de nome Ben.

Este Ben é um assassino profissional, isto é, ganha a vida a praticar crimes que, invariavelmente, terminam numa morte rápida, mas não indolor, de algum transeunte que aparente ter mais de uns poucos euros no bolso.

O que diferencia Ben dos seus comparsas de outras paragens, é o facto de ser um intelectual, bem-falante, pândego mas culto, com preocupações sociais, adorador de sua família e companheiro de seus amigos. Um cavalheiro, que só perde a compostura quando assassina brutalmente alguém, ou quando bebe um pouco de mais. Resumindo: Tem um bocado a mania, mas é um tipo porreiro.

O filme que aqui trago segue uma equipa que procede às filmagens de um documentário sobre o dia-a-dia deste singular personagem. Temos assim um olhar por dentro de uma ocupação que temo ser mal compreendida pelo público em geral.

Ben, um assassino diferente (talvez por ser belga) e o seu oficio, a conhecer melhor no filme C'est Arrivé Près De Chez Vous de 1992.



Um ponto de contacto interessante entre este Ben e o Henry do primeiro filme apresentado : Uma cena brutal de assassínio familiar em que uma câmara de filmar é parte integrante do crime, sendo que o assassino se faz filmar no acto que perpetra. Não tenho dúvidas que isto tem um significado profundo.

Não resisto a dar-vos a oportunidade de saber já o que sucede à senhora idosa que aparece no trailer. Se não quiserem esperar por ver o filme :



"É muito mais simples, para os vizinhos, para mim e para ela."

segunda-feira, 1 de março de 2010

O assassino em série, esse animal (2/3)

Psicopata americano.

Há duas maneiras de estudar o psicopata americano, lendo o livro ou visualizando o filme que adaptou o livro.

O filme:
O filme é um bom filme. Os humanos que o vêm ficam com a excelente sensação de terem visto uma película eximiamente realizada, com excelentes diálogos e planos, um humor negro de primeira ordem e boas interpretações. É esta uma boa maneira de se estudar o negro ser que é o assassino em série? Não. O personagem do filme nunca parece ser nada mais do que um simples personagem de ficção, não enoja nem assusta ninguém, antes pelo contrário, até me atrevo a dizer que é um filme que dispõem bem.

O livro:
O livro enoja e assusta. É um desenrolar de actos bárbaros e descerebrados, executados com uma frieza cruel. Bret Easton Ellis deve ser ele próprio uma pessoa bem lixada da cabeça para ter tido tantas e tão brutais ideias. Se realizassem um filme fiel ao livro, podiam ir os senhores do manicómio com as camisas de força e levar quem tivesse ficado até ao fim, à confiança.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O assassino em série, esse animal (1/3)

Caros,

recupero o âmbito do circulo temático. Desta feita para dar a conhecer o melhor que se fez na sétima arte sobre esse nobre animal humano : o assassino em série.

O humano assassino em série, assim conhecido por cometer series de crimes, é um humano normalissimo, que se distingue simplesmente pelo facto de sofrer graves perturbações mentais que o levam a incutir sério sofrimento nos outros para daí retirar prazer ou alivio.

É para as películas do cinema que devemos orientar as nossas atenções se quisermos um certo vislumbre da vida destes energúmenos.

O primeiro filme que apresento neste circulo foi realizado em 1986 e conta a história vagamente ficcionada de Henry Lucas.

Henry foi, na vida real, um homem que reclamou o assassinio de mais de 600 pessoas. Mais tarde, os investigadores começaram a desconfiar que ele apenas estava a declarar-se culpado de todos os crimes que lhe apontavam para assim ter melhores condições na cadeia.Enfim, o truque que se vê nos filmes de proporem um deal se ele confessasse um crime, funcionava na perfeição, porque assim ele dizia que sim a tudo. Mas, lá terá morto uma meia dúzia, e não se safou de ser condenado à morte. Ou safou-se? Safou-se, porque a certa altura o nosso querido George W. Bush chegou a governador do Texas e comutou-lhe a pena. Pode-se sempre contar com o bom velho W.

O Henry do cinema, é um assassino brutal, que só muito espaçadamente mostra alguma emoção, e que anda para ali a aviar fregueses a torto e a direito conforme lhe dá na gana.

Henry, durante um jantar romântico abre-se com a sua recente amiga : "Yeah, i killed my mamma"

Conta-se que no fim da estreia do filme, um homem anónimo acercou-se do realizador e interpelou-o acaloradamente - "Não podem fazer isto! Um filme em que o assassino se safa sem lhe acontecer nada!", ao que o John (o realizador) pensou um pouco e respondeu : "We just did.".



*nota para a excelente versão do tema titulo que os excelentes Fantômas executaram no seu excelente Director's Cut.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Hora do filme

É chagada a hora de visualizar um pequeno filme nesta sala a que chamamos ergástulo horrendo.

Penso que agradará a todos, pese embora saibamos a história de cor e salteado.



TRUE! nervous, very, very dreadfully nervous I had been and am; but why WILL you say that I am mad? The disease had sharpened my senses, not destroyed, not dulled them. Above all was the sense of hearing acute. I heard all things in the heaven and in the earth. I heard many things in hell. How then am I mad? Hearken! and observe how healthily, how calmly, I can tell you the whole story.


Um génio, este Edgar. Lembro-me de lhe dizer: "Vais longe, ó Edgar!".

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Um mundo catita

meus caros,

relendo os escritos passados reparei o quão longínquo se situava a ultima ref. discográfica. Vai dai decidi escrever este post.

Acontecia que era domingo à noite e eu praticava um zapping furioso por todos os 4 canais de televisão que chegam a minha casa. Dado certo momento, reparei que estava há mais de um segundo no mesmo canal! Era o canal 2. O programa que aí se iniciava tinha como nome "Um Mundo Catita" e, não sei porque celebração, o tal canal exibia todos os episódios desta mini-série de produção portuguesa. Para meu gáudio, os episódios seriam emitidos por ordem cronológica e uns a seguir aos outros.

Embora o dia seguinte fosse de grandes provações, fiquei acordado até ao que normalmente se chama uma hora da manhã e vi os episódios todos de uma acentada.

Estais com certeza familiarizados com esta obra prima da televisão feita em Portugal. Tudo nela respira Masmorra Infernal, e o personagem principal Manuel João é um diabo a sério. A sucessão de cenas hilariantes e/ou ridiculas é de grande risibilidade e interesse, os diálogos são do melhor que se faz em todo o mundo (um vocabulário muito rico) e, claro, a banda sonora original é de top.

No seu todo a série ganha uma dimensão que não teria se porventura fosse vista episódio a episódio, personagens como o corneto ou o tony barracuda e claro o manuel joão entram assim para o convivio dos grandes do cinema português. E o que dizer da senhora amiga de manuel joão? Uma diva como nunca se viu nos ecrãs nacionais.

Devo, para finalizar, escolher uma cena preferida de todos os cinco (ou seis?) episódios e embora a emotividade me penda para a cena da águia do clube de futebol (épico!!) ("agora toda a gente te odeia pá!", "então e os gajos do porto?"), o momento alto para mim é, sem dúvida, o concerto no casamento da pessoa amada do personagem principal ("estava a brincar! já não se pode brincar?") com o movimento à Pete Townshend por sobre o bolo da noiva.

Quero uma segunda série.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Epidemia no Reino da Europa enquanto Os Idiotas Dançam No Escuro

Caros,

chegou a altura de uma referência cinematográfica, apressai-vos a ir a um cinema perto de vós visualizar este filme que ainda não estreou. Porventura nunca estreará, pelo que ide vê-lo antes que seja tarde de mais.

O realizador que o idealizou e filmou é um verdadeiro ser infernal, dos poucos que eu não hesitaria em colocar lado a lado com os nossos calcanhares. O seu nome é Lars Von Trier (Vonti para os amigos) e é perito em fazer peliculas que trazem ao de cima o que pior existe no ser humano, sendo vulgar provocar choro, indignação, incómodo e reacções alérgicas nos seres humanos que vão ao cinema ver os seus filmes, e isto não só pelos preços dos bilhetes, mas também pelo facto de os seus filmes serem realmente bons e provocarem reacções demasiado fortes aos pobres humanos.

Um abraço ao Vonti :



O seu próximo filme. o tal que mencionei aqui àtrasado, já provocou uma série de ataques de nervos num festivaleco que existe para ai, e é uma singela homenagem (pelo menos de nome) ao nosso Maior. Atentai ao anuncio:

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Atenção cambada infernal!

Atenção, pela primeira vez na historia da humanidade uma mensagem escrevinhada na Masmorra será integralmente copiada (vulgo copipasta) de outro local. Claro, isto não contando com esta introdução, e ora uma vez que a introdução, apesar de ser uma introdução, também faz parte da mensagem isto poderá querer dizer que aquela palavra - "integralmente" - se calhar é um bocado exagerada. Se é exagerada se calhar não faz grande sentido estar com este alarido. Pelo que podem ignorar este à parte como se não existisse.*

Atenção cambada!



Bilhetes à venda a partir de hoje para o documentário, exibido dia 21 em várias cidades portuguesas, sobre a digressão dos históricos do "heavy metal" em 2008


Uma única sessão, diríamos que do Inferno, para ver em Portugal "Iron Maiden: Flight 666", o documentário de Scott McFayden e Sam Dunn sobre a primeira parte da digressão dos históricos do "heavy metal" em 2008. A data de estreia é mundial e os bilhetes para a sessão única, mas em várias cidades portuguesas, estão à venda a partir de hoje. O preço são uns icónicos 6,66 euros.

No dia 21, "Iron Maiden: Flight 666" passa no Porto (cinemas Marshopping e Parque Nascente), em Lisboa (Vasco da Gama e Alvaláxia), Almada (Almada Fórum), Torres Vedras (Cinema Zon Lusomundo Torres Vedras) e na Figueira da Foz (Foz Plaza). A Zon Lusomundo diz esperar "uma corrida aos ingressos tal como aconteceu em todos os países onde as mesmas exibições já foram anunciadas".

O filme persegue a banda britânica entre Fevereiro e Março do ano passado, quando entraram em digressão para promover o álbum "Somewhere Back In Time". Esta etapa da digressão passou por 13 países e 23 concertos em estádio e arenas esgotados (500 mil fãs) em três continentes - Ásia, Austrália e América. Foram 45 dias e 70 mil quilómetros a bordo do Boeing 757 pintado com o logo da banda e com a sua mascote, Eddie, na cauda, e com o cantor Bruce Dickinson na cabine de pilotagem. O nome do avião? Ed Force One. Lá dentro, além da banda e da sua equipa, 12 toneladas de equipamento (palco incluído).

"Iron Maiden: Flight 666" foi recentemente premiado no festival texano South By Southwest com o galardão 24 Beats Per Second. Em Portugal, passa em Som Surround 5.1 e com mistura do produtor dos Maiden, Kevin ‘Caveman' Shirley. Além de excertos das actuações, o documentário mostra os bastidores da digressão.

Os Iron Maiden estão no activo desde 1975 e lançaram já 14 discos de originais, para além de nove registos ao vivo. Estiveram em Portugal no Verão passado no Super Bock Super Rock e passaram pelo Pavilhão Atlântico em Junho de 2005 para assinalar os 25 anos de carreira.

* mas se não existe isso quer dizer que esta mensagem é um marco na historia da humanidade porque pela primeira vez (agora que penso nisso ...) uma mensagem na Masmorra é copipastada de outro local.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tríptico

mafarrico,

o historial infernal de referências triplas é já algo muito antigo, por de certo lhe lembrará automáticamente esse segmento televisivo que visionavamos enquanto petizes chamado 'Triple Thrash Treat'.

Será verdade que o que vou escrever aqui tenha mais afinidades com outro segmento visionado na infância de seu nome "E aqui? O que é que não está bem aqui?" do que com o TTP, mas peço-lhe que tenha ambos em mente ao ler o que se segue.

É que vou fazer uma tripla referencia cinematográfica , literária e musical. Algo inédito, mas que quis o destino e a força temporal que fizesse sentido aqui e agora. Acompanhe-me portanto.

Em 1962, Anthony Burgess escreveu um romance fenomenal intitulado "A Clockwork Orange" e do qual sou ferrenho admirador, este escrito de qualidade superior conta a historia de Alex, um simpatico rapaz que com os seus amigos vivia um estilo de vida bastante saudável para os nossos standars masmorrificos, cujas aventuras com drogas , destruição, violações, roubos e delinquência nos transportava para uma reflexão sobre a moral e a dicotomia bem/mal. O nosso amigo e afável Alex, será resgatado, e "curado", o que levanta outras questões interessantes relacionadas com o livre arbítrio e outros conceitos inerentes ao ser humano, e também a nós próprios.

Um livro brilhante e que pode muito bem ser considerado um dos melhores escritos de todos os tempos.

Nove anos volvidos, Stanley Kubrick realizou um filme baseado neste livro a que chamou "A Clockwork Orange" e do qual sou ferrenho admirador. Um filme de extrema qualidade, fiel ao livro até na linguagem utilizada pelos confusos e violentos teenagers, e que trouxe para o grande ecrã os episódios relatados no livro. É um filme obrigatório. Tenho de acrescentar que quem diz mal dele é obviamente um descerebrado que merece a tortura de rever o "Música No Coração" três vezes por dia até ao fim dos seus dias.

Um filme brilhante e que pode muito bem ser considerado um dos melhores da humanidade.

Isto tudo para chegarmos a 2009 e vermos a edição do novo disco dos Sepultura. É isso ai meu irmão, o Sepultura vai editar um disco totalmente baseado na história acima descrita. O disco dito conceptual e entitulado "A-Lex" sai dia 26 de Janeiro e promete ficar bem longe da qualidade universal dos trabalhos referidos em cima. Mas que não deixa de ser uma visão da história que interessa ouvir e da qual se espera alguma qualidade sonora.

Sepultura esses que, tal e qual,os génios em cima mencionados têm nesta altura uma carreira morta, Burgess e Kubrick morreram efectivamente o que os impede de realizar novos trabalhos, enquanto os Sepultura estão vivos mas não editam nada acima de mediocre desde 1993.

Fica assim feita a primeira referência tripla da masmorra, e como ilustração deixo uma cena do filme de Kubrick, cena esta fiel à passagem do livro e que sem dúvida terá lugar numa faixa bem poderosa do novo A-Lex. É uma das minhas cenas cinematográficas preferidas de todas as cenas cinematográficas que já tive a oportunidade de ver.



assim me despeço de todos os meus droogies infernais
M.P.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Uma lição de história

mafarrico,

aqui está uma resposta à altura de todos os que são mais baixos que nós. Aproxima-se um evento cinematográfico que porventura será o mais importante no seu espaço temporal próprio.Foi realizado nos círculos infernais um documentário sobre uma altura da civilização dita humana que é impossivel descurar.

Neste horrendo planeta em constante evolução foram-se seguindo diversas civilizações e movimentos artísticos, por exemplo a civilização grega com os seus preguiçosos filósofos a convencerem as pessoas que pensar é trabalho, seguida dos romanos com os seus sanguinários e belos espectáculos de variedades, depois houve ali um tempo em que não aconteceu nada, e entretanto chegaram os tempos medievais com a nossa querida peste negra (aqui está o referido movimento artístico),só superada pelas guerras mundiais do violentíssimo séc.XX e, nos anos 80, o thrash metal. Claro que o atento e excelente Nosso Senhor Satanás encomendou um documentário sobre este movimento. Documentário esse que numa inusitada e inovadora acção de marketing vai passar despercebido a todos.

Olhemos, portanto, um traila.



"everyone had a good time, even if they were bleeding"
M.P.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Tiro ao Rei Mago

mafarrico,

ao ler a sua anterior, excelente, missiva - um rel. veridico acerca de um colchão porcalhão e sedento de violência - ficou-me no ouvido uma frase. Essa frase foi "hoje não é um dia da Besta". Apeteceu-me retorquir com "um dia da Besta é quando um demónio quiser", mas não o fiz porque era uma piada idiota, estúpida e inutil.

Mas fiquei a pensar que "dia da Besta" me fazia lembrar qualquer outra coisa que não um dia festivo por si só. "Dia da Besta", "Dia Da Besta", que seria ... ?

Foi então que se deu o clique no meu excelente e belo cérebro enquanto dizia para comigo : "Mas claro, Maléfico! 'O Dia Da Besta' é uma das melhores referências cinematográficas que pode fazer na Masmorra e mais dia menos dia (bestial ou não) terá de o escrevinhar lá para deleite dos seus colegas masmorrentos". Realizado em 1995 pelo simpático Alex de la Iglesia (irónico nome), El Dia De La Bestia é um filme espanhol sobre um sacerdote que em vésperas de natal, tenta impedir o nascimento terrestre de nosso Mestre. Com humor negro, heavy metal, virgens, tiroteios, invocações, explosões, pentagramas e facas afiadas, acrescentado de um excelente Santiago Segura no papel de um cómico colega, as peripécias vão-se desenrolando para um final que não revelo, mas que se eu disser que é feliz fica a dúvida se é verdadeiramente feliz ou se é feliz no que vulgarmente se chama um "final feliz" (infeliz para nós).

Uma palavra para a importância maléfica que se dá neste filme a esse instrumento do mal que é a televisão. E também, em igual medida, às caçadeiras de canos serrados.

Queria deixa-los com o trailer oficial, mas após visualização do mesmo achei que não fazia justiça ao filme, era um trailer manifestamente mal feito com cenas compridas e pouco significativas e outras que poderiam dar a entender coisas que só acontecem largos minutos decorridos do filme, pelo que decidi colocar aqui apenas a primeira cena do filme, não a arranjei na língua original mas vai dar ao mesmo para nós, demónios poliglotas. Infelizmente isso faz com que o título desta referência cinematográfica se mantenha um enigma, mas pronto, fica mais um incentivo para ver o filme.



Digamos em uníssono "Joder! Que pelicula!"
M.P.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Cinema só se for com pipocas

caros colegas do mal,

chamo a atenção para um colega que se tem mantido muito atarefado ao longo dos anos e que merece agora uma referência na masmorra por ter decidido espalhar a palavra por um novo meio.

Paul Bruce Dickinson foi durante anos a voz de uma das bandas mais queridas da Masmorra (tão querida que já foi aqui enxovalhada pelo colega mafarrico), é a voz mais carismática do som infernal e conhecido por todos.

Se essa faceta é a mais conhecida do senhor, também é sabido que tem carreira como piloto de aviões comerciais, sendo mesmo ele que pilota a sua própria banda para países longínquos durante as suas extensas digressões musicais. Além disso é por poucos conhecida a sua incursão pelos caminhos literários quando lançou um livro que não me lembro do nome e que não devia ser muito bom porque ninguém ouviu falar nele, mesmo aqueles que ouviram falar nele (se é que me faço entender).

Ora, há gente que não para queta. E o nosso querido frontman, e menos querido escritor e desconhecido aviador lançou-se na aventura da sétima arte. É verdade, escreveu um filme a que deu o nome de "Chemical Wedding" e como não sabia realiza-lo (já seria demais) deu-o para realizar a um tipo Julian qualquer-coisa que ninguém conhece e nunca realizou nada de jeito.

Pelo que vi o filme não será muito bom, mas pela amizade que nutro pelo sr. Dickinson deixo aqui um pouco de publicidade gratuita.



M.P.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Nº 29

mafarrico,

qual não é o meu espanto quando, em conversa com um outro demónio o ouço proferir estas palavras sobre as paredes da nossa masmorra :

"É , pois é!! Os escritos têm piada até ."

Piada?! Enfiei-lhe o meu fiel machado na cabeça e enquanto o via escorregar encostado à parede fiquei a pensar no que me tinha ele acabado de dizer.

"Repete lá isso?" - disse-lhe eu ameaçadoramente.
"Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh" - respondeu ele lá de baixo.
"Formiga! Não tens coragem de repetir o que dissestes!".

Mas fiquei-me com aquela .... "Piada", como se alguma vez nos tivessemos apoiado em subterfugios cómicos para espalhar os Ensinamentos.

Para esse e outros energúmenos que possam encontrar alguma comicidade nas nossas Palavras Infernais deixo este aviso. Tenham Medo!!!



M.P

segunda-feira, 24 de março de 2008

o bébé da rosa maria

mafarrico,

que enfadonha se torna esta vida por vezes. É um pensamento que se me ocorre ocasionalmente e, curiosamente, quando não tenho nada para fazer. Por vezes sinto-me em total inércia sem nada que dizer ou pensar. É uma sensação curiosa que muitos podem criticar como sendo 'preguiça', mas que eu acarinho e que faço os possíveis para incluir no meu estilo de vida. Afinal a preguiça é um dos pecados mortais (originais!) e um pecado é uma coisa bonita.

Isto não tem nada a ver com nada, a não ser talvez como forma de legitimar algumas longas ausências de novos escritos na Masmorra. Sendo assim, não escrevinhando, estamos preguiçando e preguiçando estamos pecando. Pecando estamos a construir um mundo pior e assim, no fundo, estamos a fazer um esforço no sentido de alcançar os nossos objectivos. A preguiça como força motora do nosso labor e portanto dando uma trabalheira dos diabos.

E agora, num registo totalmente diferente, e apenas tendo como ligação intelectual ao que acabei de gatafunhar, o facto de ter sido a primeira coisa em que pensei depois de estar largo período sem pensar em nada:

Adquiri o hábito de visualizar muitas obras da sétima arte, não porque tenha especial apreço por este tipo de película. Mas porque percebi que há grande satisfação demoníaca, de uma maneira bem mesquinha e irritante, em contar o fim dos filmes aos verdadeiros cinéfilos. Assim sendo é mais ou menos assim :

Maléfico Patético: ò cinéfilo? Já viste 'TAL' filme?
Cinéfilo idiota : Não, mas estou muito curioso em o visualizar. Conheço a restante obra do autor e mal posso esperar por ter o prazer de ...
Maléfico Patético : É pá! Poizé ... e aquela cena do fim, hã? em que ele tal e tal etc. e tal e acontece isto e isto? Hã ...?
Cinéfilo tarde-de-mais: Eu AINDA não vi ... (trémulo) ... ainda IA ver ......
Maléfico Patético : Vais gostar pá , vais gostar.

Isto tudo, porque vou postar aqui a cena final do filme Rosemary's Baby do Polansky. Um filme muito acarinhado em todos os círculos do Inferno por ter muita qualidade e retratar fielmente alguns dos nossos.

Aos quatro minutos do vídeo a cena mítica e que todos os demónios de todas as idades sabem de cor. Aos cinco minutos e trinta e cinco segundos uma frase épica de emocionar o mais empedernido demónio (lágrimas não são aceitáveis).



Hail Satan!
M.P.