sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um diabo a precisar de umas lições

Estava passando os olhos pelos escritos do nosso amigo Vlad Nabo quando li, incorporado no romance, este desabafo de um colega inexperiente. Logo descortinei um relato sincero de um pobre diabo que, ao confessar a sua incapapacidade para certas tarefas, procurava conselhos de Diabos a sério como nós. O estilo da missiva, nota-se, é fortemente influenciado pelo da Masmorra, e tenho a certeza que quando foi escrita e incorporada no livro (editado há apenas 50 anos atrás), se destinava tão somente a captar a nossa atenção e aceitar humildemente o que pudessemos dizer sobre o assunto.

Leiam o que se segue e escrevam algumas palavras ao nosso pouco corajoso amigo.

"O cenário era, de facto, perfeito para um assassínio rápido e borbulhante, contando ainda com a vantagem de uma subtileza: o homem da lei e o homem da água estavam suficientemente perto para testemunhar um acidente e suficientemente longe para observar um crime. Estavam suficientemente perto para ouvir um angustiado banhista debater-se na água e gritar e pedir que alguém o ajudasse a salvar a mulher que se afogava; mas estavam muito longe para distinguir (se por acaso olhassem antes de tempo) que o tudo menos angustiado banhista acabava de puxar a mulher para debaixo de água. Ainda não chegara a essa fase; pretendo apenas dar uma ideia da facilidade do facto, da excelência do cenário! Charlotte nadava com aplicada falta de jeito (era uma sereia muito mediocre), mas não sem um certo prazer solene (não tinha o seu tritão ao lado?), e, enquanto a olhava com a crua lucidez de uma futura recordação (compreendem o que quero dizer: tentando ver as coisas como nos lembraremos depois de as ter visto), [...] enquanto observava tudo isso compreendi que me bastava ficar para trás, respirar fundo, agarrar-lhe num tornozelo e mergulhar rapidamente com o meu cadáver cativo. Digo cadáver porque a surpresa, o pânico e a inexperiência levá-la-iam a engolir, logo, um letal galão de lago, enquanto eu poderia aguentar pelo menos um minuto inteiro, de olhos abertos debaixo de água.[...] Eu poderia vir à superficie tomar fôlego, sem deixar de a manter debaixo de água, e mergulhar de novo, as vezes que fossem necessárias, e só quando o pano descesse definitivamente sobre ela me permitiria gritar por socorro. E quando uns vinte minutos decorridos, os dois títeres, a crescer gradualmente, aparecessem num barco a remos, meio pintado de novo, a pobre Mrs. Humbert Humbert, vitima de cãibras, ou oclusão coronária, ou ambas as coisas, estaria a fazer o pino no lodo fervilhante e cor de tinta, uns nove metros abaixo da sorridente superfície do lago Hourglass.
Simples, não era? Mas que querem, amigos? Não fui capaz de o fazer!
Ela nadava a meu lado, foca confiante e desajeitada, e toda a lógica da paixão gritava aos meus ouvidos: "É agora o momento!" Mas, camaradas, não fui capaz! Virei para terra, em silêncio, e, gravemente, obediente, ela virou também, e o Inferno continuou a gritar-me o seu conselho, e eu, continuei sem coragem para afogar a pobre, escorregadia e corpulenta criatura."

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Prémio genérico nº 666

Como gosto de distribuir prémios, e sabendo que um prémio Masmorrifico é o ponto alto na carreira de quem o recebe, decidi criar uma nova categoria, um novo vencedor e mostra-lo ao mundo neste post.

Categoria : Melhor titulo / Melhor Capa
Explicação: esta categoria visa distinguir a banda que lançou um album cujo titulo poderia ser o titulo de um post na masmorra e que ao mesmo tempo tem uma capa digna de ser exibida.
Explicação da explicação : um titulo digno de ser um titulo na masmorra que tenha sido idealizado por alguem que nao seja um dos contribuidores da masmorra é algo merecedor de um prémio. Mas se a capa do disco não for espetacular, então o post a indicar o vencedor não ficaria com nada para o colorir e portanto muito chato, daí que a capa também tem de ser boa e não qualquer coisa lodosa.

E o Vencedor é :

THE SATANIC SATANIST



Como corro o risco de parecer muito simpático com esta coisa de gostar de distribuir prémios ocultei propositada e irritantemente o nome do vencedor.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Evil Antartida

Escrevo estas breves palavras directamente das geladas estepes Antartidenses.
Acabado de chegar há breves instantes, embebido do maquiavélico espírito condicente com a negra missão que me predispus levar a mau termo, eis que se não quando, dou de caras com um jovial e simpático grupo de nativos. Esta comunidade apresenta duas curiosas curiosidades: são todos bastante semelhantes na indumentária (casaco preto e t’shirt branca) e chamam-se todos Pinguim (há traços físicos que indiciam que se possam tratar de elementos da mesma família)!

Após uma breve troca de palavras e alguma confraternização, senti que o espírito destes amigalhaços começa a vergar-se perante os preceitos malignos que lhes induzi.
Eis o que me foi possível captar com a minha MPCISPPVA (maquina portátil de captar imagens e som para posterior visionamento e audição):

EVIL PENGUINS: When Cute Penguins Go Bad

Escolham o vosso favorito

Os Unsane são a par com os já referidos Iron Monkey, a melhor banda do mundo.

Não só nos brindaram com pérolas musicais atrás de pérolas musicais, como tambem produziram o video que se segue. Este video dir-se-ia feito especialmente para a masmorra e para uma época como a silly season, onde se pretende relaxar um pouco e soltar umas labaredas bem dispostas a custo de uns energumenos humanos.

Escolham o vosso minuto:segundo preferido. Para já voto no 1:21.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Influência geográfica



Legenda:
Área a branco : Área amplamente dominada
Área a verde clarinho : Área completamente dominada (Estamos em força nos oceanos)
Área a verde claro : Área totalmente dominada onde a totalidade da população não consegue passar sem uma visita periódica (periodicidade varia entre os 5 e os 35 minutos)
Área a verde escuro : Área ampla, completa e totalmente dominada. Faz parte das leis destes paises os habitantes procurarem a masmorra como guia espiritual.
Legenda: Visitas em milhares de milhões de visualizações.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Killing Music since 1989


Os monges beneditinos são uma ordem monástica que teve origem no nosso bem conhecido século VI com os habituais preceitos e rigores a que este tipo de movimentos se predispõem: disciplinar e controlar as hordas de mentes perdidas que não tendo nada mais a que recorrer, se devotam a estas elites pensando assim receber conforto e orientação.

Ora estes monges sempre se pautaram por uma atitude um pouco deviante das outras ordens eclesiásticas em geral. Comportamentos um pouco mais sombrios e esquivos levaram a ficassem conhecidos pelo epíteto de “Monges Negros”. Em parte devido à coloração das suas vestes mas principalmente pelos pensamentos perniciosos que abundavam nos seus círculos de poder mais centrais. A ligação ao “nosso” lado começava assim a ganhar forma.

Foi então, que no longínquo ano de 1989 esta ordem, dita religiosa, já em total parceria com o Sr. Satanás, se abriu e expôs os seus também negros corações ao mundo, com a criação do seu braço musical armado. Surgia assim uma banda de Death Metal que adoptou a denominação de Benediction!

Grandiosa tem sido a caminhada destes senhores ao longo dos anos, espalhando uma mensagem de pessimismo, desalento e decadência que espelham a sociedade dos nossos dias, sob uma camada de densos ritmos de cadência ora avassaladora ora pungente e compassada.
A obra fez-se através de capítulos tais como Subconscious Terror (1990), The Grand Leveller (1991), Dark Is The Season (1992), Transcend The Rubicon (1993), The Grotesque / Ashen Epitaph (1994), The Dreams You Dread (1995), Grind Bastard (1998), Organised Chaos (2001) e após um interregno de 7 anos para formação no Inferno surge o mais recente Killing Music (2008).

Ora, foi precisamente sob o lema “killing music since 1989” que estes velhos demónios desceram à Masmorra Infernal no passado dia 4/7, e prestaram homenagem a 66,6% dos membros interinos que se predispuseram a estar presentes.
O local escolhido foi o cinema Batalha aqui no burgo, escolha essa que não podia ter sido pior: acústica péssima, um esquema de luzes como já não via há muito de tão mau e um espaço largamente sobredimensionado para o evento! Os meus mais sinceros parabéns à organização. Assim se trabalha na Masmorra.

Quanto à performance dos intérpretes pouco há a registar. Visivelmente nervosos pela presença do Maléfico e um pouco enferrujados pelos anos de ócio e deboche, lá tocaram os temas mais clássicos misturados com algumas faixas do mais recente trabalho. Pouco mais de uma hora bastou para descarregar em cima do escasso público, o pesadíssimo setlist.
Apenas com dois membros da formação original o line-up apresenta-se um pouco descaracterizado. A presença dos dois lendários guitarristas Darren Brookes e
Peter Rewinsky, não chega para fazer esquecer a ausência do mítico vocalista Dave Ingram, que após uma passagem pelos colegas Bolt Thrower se aposentou destas andanças e se dedicou a outras formas de disseminação da música de Satanás.

Enfim, o local não era o indicado, o público não primava pela quantidade, o som foi sofrível, as luzes fracas, o tempo da actuação curto e os anos a pesarem nas pernas dos intérpretes.
Resumindo: apreciei bastante!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Manual de boas praticas


Foi já aqui amplamente discutida, a temática da origem histórica do denominado “erro crasso”, e da implicação que os membros desta Masmorra nela tiveram.
São já factos conhecidos e reiteradamente aceites por todas as falanges de todas as estirpes de demónios, que foi graças à Nossa astuta e oportuna intervenção que o General Crasso cometeu essa que terá sido uma das primordiais e mais divulgadas estupidezes, que resultaram num banho de sangue, daqueles como nós bem apreciamos!

Ora, venho desta feita dirigir-me a esta ilustre audiência que são V/Ex.as, para divulgar um outro acontecimento que envolveu o mesmo General Romano, e que em tudo está ligado ao primeiro já aqui referido.
Aparentemente, não o deveremos continuar a martirizar por toda a eternidade (mais uns séculos bastaram), pois este personagem histórico revelou-se afinal como sendo, não uma besta-quadrada mas uma besta capaz de aprender com os seus próprios erros!

Após a sua morte no episódio efusivamente relatado, o dito general terá portanto feito uma pausa para reflexão e introspecção.

Desse esforço terá deduzido que, apesar da superior capacidade de manipulação daqueles que o vexaram (Nós), parte da responsabilidade da estrondosa derrota se deveu ao relaxamento e falta de motivação das suas legiões. Habituados à gloria de vitorias sucessivas, em que os inimigos que se lhe deparavam eram batidos pela força dos números e por um Q de organização, os soldados romanos haviam-se transformado em foliões, pouco habituados a situações de verdadeiro perigo e stress pós traumático.
Imbuído pelo espírito de tudo o que teve oportunidade de aprender connosco, e dos mais profundos ensinamentos Infernais decidiu então criar um manual de boas práticas que visariam devolver o espírito guerreiro, sanguinário e irredutível às suas tropas.

Foi assim que surgiu esta primeira regra que, na minha humilde opinião, será uma das jóias da malvadez e crueldade, que nós tanto apreciamos.
No dia após uma qualquer batalha, julgando o grande general, que os seus legionários haviam assumido um comportamento menos digno e corajoso procedia da seguinte forma:

• Subdividia-os em grupos de 10 homens, cada um armado com um pau pontiagudo;
• De entre cada grupo elegia um de forma totalmente aleatória, não levando em conta nenhum critério de empenho ou capacidade militar;
• De seguida iniciava-se um confronto físico entre o escolhido e os restantes 9 elementos;
• O objectivo era que o soldado chacina-se os outros 9 ou vice-versa;
• Terminado o confronto os sobreviventes dedicavam-se a tarefas de limpeza da caserna;

E assim se incutiam nestes bravos, valores bem mais identificativos das suas funções e orientados para os nossos objectivos: máximo de sofrimento com o maior numero de vitimas possível!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

1º Puzzle Estival

Embrenhado profundamente no estado da silly season, venho completar o último post com uma mensagem em forma de charada.

Qual é a foto que faltava?





Têm 4 dias para comentar a resposta correcta, fantásticos prémios.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Silly Season Returns

Este dia marca o inicio da estação patetas.

Desde o ano passado que todos os anos é assim e este ano confirma-se. A Silly Season começou.

Depois deste grandioso anuncio deixo-vos com a reportagem fotográfica do bailarico que se deu no cinema batalha onde mafarrico e eu nos deslocamos para apreciar a festarola que contou com os colegas Benediction.

(brevemente este espaço estará coberto com uma foto demoniaca)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

a revelação não revelavel foi revelada


Com mil Demónios enfurecidos!

Tanto trabalho prestes a ser desperdiçado assim num ápice! Todo um trabalho secular na eminência de ser exposto, esgravatado, exorcizado num simples instante pelos nossos alados inimigos.
Há demónios que não são verdadeiros Demónios!
Então não é que o projecto de besta em questão, cometeu o erro crasso de permitir que a sua verdadeira natureza fosse testemunhada por tudo e todos num local público como é a AR???

Sabeis porventura a lavoura que se nos apresentou pela frente, para colocar no governo desta nação que nos foi adjudicada pelo Chifrudo Máximo, um grupo de Demónios, fiel aos nossos preceitos e suficientemente experimentado, para liderar os desígnios deste povo que tantas alegrias nos tem dado.
E agora, quando tudo conduzia à grande apoteose final, este que responde pelo nome terreno de MP, tratou de incorrer na pior falta que um de nós pode cometer: revelou-se em frente a todos. Num momento, que apenas posso classificar de bestial, deixou que os seus apêndices frontais saltassem cá para fora, à frente de tudo e todos!
Só faltava andar a passear-se de tridente na mão pela AR com a cauda pontiaguda a arrastar pelo chão!



Enfim. Uma maçada.
Já recomendei ao Sr. Satanás da prudência de substituir toda a seita em questão. Ele ficou de pensar nisso.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

ref. discografica 666 - o macaco de ferro


carissimas e vastas multidões de leitores,

é chegada a hora da derradeira ref. discografica, chegados ao numero 666 é altura de indicar aquele que é, na opinião de todos o que escrevem este post, o melhor disco de sempre. Esta expressão pode parecer extemporânea, mas a verdade é que este LP é considerado pelo gira discos maléfico como o supra sumo do ruido e de toda a pesada sonoridade que soa e ressoa nas nossas orelhas. Não há qualquer outra forma de musica gravada que supere a beleza destas notas debitadas com mestria. Não há nenhum compositor ou músico que possa um dia ter afirmado em consciência que o seu melhor trabalho é melhor que o pior momento deste tomo musical. Este conjunto de musicas é a perfeição gravada e o epíteto "clássico" tem aqui a única verdadeira razão para ser utilizado.

Demónio que se preze conhece este disco e venera-o ouvindo-o pelo menos uma vez de manhã e por fim outra antes de deitar, quem não conhece é um pobre coitado que não merece grande coisa.


Num mundo perfeito todos teriam o completo espaço dos seus ipodes preenchido com estes sons (imaginem como não seria o jogging matinal dos pobres humanos).


Acredito que tenham gritado suavemente a plenos pulmões este desafio cáraoquiano que lhes coloquei.