Peter Steele foi juntar-se ao nosso Maioral há um ano atrás. Por alguma razão, na altura não nos despedimos dele na Masmorra, mas, hoje, passado um ano, fica aqui o aceno que ele merece.
Se os Type O Negative foram em tempos umas das bandas favoritas de Maléfico (iam melhorando a cada disco que passava, por estranho que isso pareça), as letras e sentido de humor do seu vocalista ajudaram em muito no sempre formativo e ávido de novas ideias cérebro deste escriba. Considero ser dele o melhor nome de música alguma vez baptizada, a saber, IYDKMIGTHTKY (gimme that). Longe de ser este o seu único sucesso. proponho uma sucessão de ref. discograficas dedicadas a esta magnifica banda.
Ainda é difícil pensar que não haverá um novo tema ou disco dos TON neste mundo.
Agora que os dias bonitos regressaram, o gira-discos maléfico escolheu rodar uma rodela plástica recheada de momentos felizes e pensamentos positivos. Daqueles que nos assaltam a mente vezes sem fim durante a nossa existência e que, portanto, nos apetece ouvir em formato musical gravado por um qualquer agrupamento de pessoas mais ou menos humanas.
O disco a que faço referência entitula-se World Coming Down e é um desenrolar de humor negro deprimente acompanhado por musica de excelência, que poderia muito bem ser a banda sonora para esta masmorra que se quer infernal. O disco tem quatro não musicas que, sendo não musicas, dão bem a idea do teor das musicas que as rodeiam, a primeira musica do disco, por exemplo, são onze segundos de emulação de um cd arranhado seguido de um berro, que se poderia traduzir como “IDIOTA!”, conseguindo assim proceder-se a um insulto eficaz a todo e qualquer um que tenha comprado o cd (isto é o humor caracteristico), as outras três não musicas traduzem a depressão que acompanha todas as musicas e tentam simular os canais através dos quais os membros da banda pensam que vão desta para melhor e intitulam-se Sinus, Liver e Lung (Cocaina, Alcool e Tabaco).
As musicas a sério são para ser ouvidas atentamente e com um sorriso nos lábios, destacando-se Everyone I Love Is Dead com a dura realidade no pensamento que todos os que conhecemos e gostamos irão morrer um dia e o depressivo-suicida World Coming Down – “I'm so fortunate yet filled with self-hate that the mirror shows me an ingrate”. A grande musica do disco retoma um assunto já referido (dá pano para mangas), mas com menos subtileza e intitula-se Everything Dies.
White Slavery e Who Will Save The Sane? são para ser ouvidas com um sorriso acompanhado da ocasional gargalhada sarcástica, completando o disco a habitual cena destes senhores com as miudas gótico-pimba na péssima Pyretta Blaze e a ode ao Halloween em Creepy Green Light com uma musicalidade acima da média. O Nosso Senhor Satã está, claro, presente na festiva e excelente All Hallows Eve onde se ouve : “Saint Lucifer hear me praying to thee on this eve of all saints/High be the price but then nothing is free my soul i'll gladly trade”.
Finaliza-se com um medley de covers dos Bitales, medley que tem o condão de tornar audivel as “musicas” que esse quarteto idolatrado pelos humanos produzia.
Despeço-me com um apelo retirado da segunda musica do disco: “Let me say Pepsi Generation / A few lines of misinformation / Watch your money flow away oh so quick / To kill yourself properly Coke is it”.