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sábado, 10 de abril de 2010

Kylesa + Dark Castle + ... Technotronic (?)

Prezados colegas,

Optei por este formato a dois tempos, na elaboração deste post, uma vez que me parecem relevantes os factos que aqui serão referidos.
Num primeiro momento, a meio do evento que teve lugar no palco do Porto Rio, e enquanto assistia a um épico concerto dos Dark Castle seguidos dos Kylesa, usando apenas o artefacto movel de comunicações à distância, do qual sempre me faço acompanhar, escrevi as palavras que se seguem:

"Mais um momento inédito na Masmorra. Estou em pleno concerto dos Kylesa no Porto Rio. Uma espécie de hard-core com toques de sludge. Os Dark Castle, um dueto, estão algures entre os Satyricon e os Isis. A vocalista é assustadora."

Este concerto, foi mais um marco na minha já vasta experiência neste tipo de ocorrências infernais. Um local confinado no porão de um barco, escuro e repleto de fumos das mais diversas origens, uma plateia de humanos cobertos das mais alternativas indumentarias, que se acotovelavam para conseguir um vislumbre sobre as bandas em acção no minúsculo (e baixo) palco. Uma energia frenética que percorria toda aquela massa corporal e a fazia agir como de uma só entidade se tratasse. Enfim, o habitual.




De notório, o facto de os vocalistas de ambas as bandas serem na verdade as vocalistas, senhoras portanto, de os Kylesa terem no seu line-up dois bateristas, o que lhes confere uma sonoridade poderosíssima, há que dizê-lo e de os Dark Castle serem simplesmente um duo de bateria e guitarra.



Este ultimo, foi acima de tudo o facto mais relevante. É que sendo uma banda de doom com toques de sludge, têm um som muito denso e pesado, para o qual normalmente as bandas recorrem às virtudes do baixo, que dá a sensação de estrutura e consistência às suas composições. Ora os Dark Castle conseguem tudo isso recorrendo às capacidades técnicas da sua vocalista/guitarrista, que para além disso tem uma voz de rouxinol. Mas de um rouxinol que tenha sido previamente preparado e treinado no mais profundo dos infernos. São sons do mais gutural que tive a oportunidade de ouvir, os que saem da garganta da Sra. Stevie Floyd. Quanto ao outro elemento, o Sr. Rob Shaffer, estava totalmente possuído na forma como se entregava à artes rítmicas. Muito bom.
No final e precisamente antes de me ausentar, tive a oportunidade de cumprimentar tão ilustres praticantes das artes negras, e perante a reverência e reconhecimento que percebi nas suas indiferentes reacções, adquiri-lhes mesmo uma rodela plástica de seu nome “Spirited Migration” e que mais tarde vim a perceber tratar-se do seu álbum, o que muito apreciei.

Alem disso, ainda me confiaram um autocolante com a especial recomendação que o entregasse ao Maléfico (que esteve ausente) e que este rejeitou sem grande emoção (esteve bem a meu ver).
Quanto aos Kylesa, eram os Senhores da noite. Toda aquela corja se deslocou quase exclusivamente para testemunhar a sua prestação, tal é a fama que gozam por entre os círculos musicais por onde se movem.
Mas devo dizer que me desiludiram. Não por isto ou aquilo, mas porque sim. Esperava algo diferente daquilo que na verdade era o que eu esperava. Os Kylesa são na verdade uma banda do chamado hard-core, meio punk meio sludge, mas nem uma coisa nem a outra. O povo adorou e passou-se completamente. O barco praticamente adornou por diversas vezes, tal era a movimentação no seu interior, mas o principal elemento de todo este cenário, Mafarrico, esperava outra coisa e saiu de lá com um encolher de ombros e cuspindo um suficiente por entre dentes.
Mas a grande lição da noite ainda estava para vir.
Sabeis bem que um Demónio não tem virtudes, só defeitos, e portanto é muito difícil enaltece-las. Ainda assim julgo ser esta uma ocasião para incutir em todos vós grande admiração pela tenacidade, versatilidade e espírito de sacrifício de Mafarrico (eu).
Pois não é que, pouco mais de uma hora após o terminus da prestação musical dos Kylesa, ainda com os seus ritmos a troarem na minha mente e o auto-colante para o Maléfico na mão, vejo-me por razões que me dispenso a explicar, em pleno Teatro Sá da Bandeira.
Sabeis vós o que se passava em tão nobre espaço e que tantas alegrias já nos deu?
Pois não sabeis não. Tratava-se de uma festa de celebração ao em tempos famoso Cais447, onde actuavam os não menos famosos Technotronic (ou pelo menos os que ainda não morreram da idade).
E foi assim que, por entre uma segunda dose de massa humana e uma nova torrente de decibéis, este vosso herói permaneceu estóico e firme enquanto era bombardeado com temas como “This Beat Is Technotronic”, “Pump Up The Jam”, "Move That Body" ou mesmo “Hey Yoh, Here We Go”.

O facto de o ambiente recriado estar desfasado uns 20 anos da actual realidade, não pareceu incomodar a populaça de trintões que se entregava freneticamente a este exercício de retrospectiva, dança e saudosismo. Tenho para mim que, o facto de já não terem 15 anos, terá causado em muitos lesões musculares, que demorarão o seu tempo a passar.
Épico, só vos digo isto.
Lições? Um Demónio nunca recebe lições pois já domina todos os temas que se lhe deparam. Mas desafios os prezados colegas, a tirarem daqui as ilações que o Sr. Satanás pretendeu que chegassem até nós.

Com os melhores cumprimentos,
\m/