terça-feira, 31 de agosto de 2010

Diablo Blvd.


Some wonder, some filter, some trip to pass the time
Just ask him and he'll tell you nothing better then a desparate mind

I'm in love with a widow soon to be,
I don't think I can fight it
Anthems broke and I'm spinning 'round again,
Stayin' dizzy 'cause I like it

You can have it if you want it,
just remember it's a lonely ride
Ain't that hard to fight

Kickin' hard time, they split you to the bone. Kickin' hard time, risin'

Home is your destination, do you think you can find it
Feelin' green once again, downtown you go, the arrows rising

You can have it if you want it,
just remember it's a lonely ride
Ain't that hard to fight

Kickin' hard time, they split you to the bone. Kickin' hard time, risin'
Some wonder, some filter, some trip to pass the time
Just asked him and he will tell you there is nothing better then a deperate mind

Diablo, talk to me, tell me what's on your mind
That game boy, to the rivals, we don't need no war inside

Kickin' hard time, kickin' hard time, risin'
Once so magnetic but you do it so poetic
And you lay it on the line and singin' kickin' hard time, it ain't that
hard to find
Kickin' hard time, they split you to the bone. Kickin' hard time, risin'

sábado, 21 de agosto de 2010

O Inferno segundo os Coen

O hotel Earle, que acomoda Barton Fink, é um subtil, mas perfeito, simbolismo do Inferno. Brilhantemente apresentado a todos os que o ignoram.

"SIX please" - "next stop, SIX"
"this stop, SIX"

O slogan ("A Day or a Lifetime"), as boas vindas a um escritor com um lápis sem ponta, o empregado Chet que chega das profundezas, o ascensorista Pete e o seu conhecimento da bíblia ("I've heard about it."), a própria bíblia incapaz de dar qualquer conforto, a ausência de hóspedes e a presença de mosquitos ( "mosquitos breed in swamps; this is a desert") a demonstrar o quanto deslocado estamos da realidade, o final infeliz de todos os estranhos que visitam o hotel, enfim, todo o ambiente estranho e sobrenatural do gigantesco edifício.

E claro, Charlie, o demónio encarregado de infernizar o personagem principal, a personificação do homem comum (irónicamente vende seguros contra incêndios), um gigante simpático que deita pus por um ouvido infectado. A temperatura sobe quando ele aparece e as paredes descascam quando ele está por perto. Não será o retrato do nosso Maior, mas sim de um Demónio trabalhador, que só quer "ajudar" todos a libertarem-se das agruras da vida. Dá uma bela lição ao personagem principal, porquê? - "Because, you don't LISTEN!"


"I'll show you the life of the mind"

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ref. discografica 666 - houses of the unholy

A Igreja da Miséria vem do Japão. O Japão é um país longínquo, as pessoas comem peixe cru e, de acordo com as informações que chegam às masmorras ocidentais, são completamente maníacas.

Se os moços que constituem esta Igreja da Miséria servirem de exemplo, então os nipónicos, não só são completamente chanfrados como também sabem fazer música digna de ser apreciada pelo mais perturbado dos Demónios.

Apesar desta aparência insana, a realidade e um ouvido atento provam existir laivos de lucidez uma vez que foram suficientemente inteligentes para ir roubar a totalidade dos seus portentosos riffs aos Black Sabbath. Fossem todos assim ...

domingo, 8 de agosto de 2010

A Lagoa de Metal ou Bolachas São Boas, Chocolate é Melhor

Lá fomos nós ver o que se passava afinal lá para os lados da lagoa do Calvão.

Dia 1.
O facto de se ser Maléfico e Mafarrico tem as suas, óbvias, vantagens. Ao chegarmos ao local logo uma viatura nos cedeu o seu lugar de estacionamento bem à porta do recinto e, de seguida, ao apresentarmos os nossos bilhetes, fomos presenteados com a promoção dos primeiros 500 ingressos vendidos, embora eu tenha comprado o meu na semana anterior e, Mafarrico, o dele, dois míseros dias antes do evento (sendo que era mesmo o último da loja) ... os últimos são sempre os primeiros ... como é costume dizer-se. Agarramos na oferenda e fomos ver o que se passava no palco principal (e único por sinal).

Ensiferum - Uns vikings de longo cabelo, tronco nu e saias, a debitar folk metal, um espectáculo pouco agradável visualmente mas um pouco mais agradável musicalmente. A populaça parecia estar a aderir entusiasticamente, não nós, suspiramos aqui e ali pelos Skyclad e fomos provar o hidromel que nos faria companhia pelo resto dos dias (foi mais um além do primeiro, dois portanto (os dias, os hidromeis, esses foram bem mais)).



My Dying Bride - Esta foi a equipa que nos levou ao recinto neste primeiro dia. Os MDB foram o que se esperava deles, nada menos do que brilhantes. A pessoa do seu vocalista enche o palco e todo o concerto se centra nele, e em boa hora, pois o homem tem grande presença e voz avassaladora. Estive presente no concerto de há oito anos atrás, mencionado algures numa das pausas entre musicas, e devo dizer que continuam em grande forma. "The Whore, The Cook And The Mother" é uma preferida de Maléfico e eles fizeram o favor de a interpretar, obviamente sentiram a nossa presença naquele magnifico campo de futebol. Agradeço.



Meshuggah - os Meshuggah são suecos, e isso já diz muito, são loucos e fazem música pesada como o Diabo, não aquele peso tipo atropelado-por-uma-vasta-manada-de-bisontes, mas mais do tipo esmagado-por-um-gigantesco-objecto-de-300-toneladas. É bom. Deram um bom concerto, não terão convertido nenhum turista que por ali andasse, mas também não era preciso porque era notório que a vasta maioria dos festivaleiros estava ali por eles e já estavam completamente rendidos ante a mera entrada em palco dos músicos, nem sendo necessário o soar de nenhum acorde para uma certa apoteose. Para Mafarrico e Maléfico, habituados a ser adorados e não a adorar, foram uns minutos agradáveis aproveitados para descontrair os belos músculos com um ou outro bocejo.



Dia 2.
Ao segundo dia voltamos ao mesmo recinto, e lá estava a segunda parte do festival. É verdade, tudo estava no mesmo sitio e eram mais ou menos as mesmas pessoas, só alterando, e ainda bem, o alinhamento das bandas escalonadas para o dia.

Amorphis - Começamos com os Amorphis, banda que em qualquer altura da sua longa carreira caiu no esquecimento da Masmorra. Não ajudou ao espectáculo que a visualização de grande parte deste se desse ainda com os raios do astro Sol a iluminar o recinto, mas a banda deu um grande concerto, com uma bela ajuda do público e onde fomos reconquistados pelo relembrar de temas antigos como "The Castaway", "Black Winter Day" ou mesmo "My Kantele". Não era mesmo nada aconselhável perde-los e o que vale é que chegamos a tempo de não perder pitada, somos assim na Masmorra.



Kamelot - Com uma imensa legião de fãs no recinto mas completamente desconhecidos para os ouvidos da Masmorra, os Kamelot tocam um power metal progressivo azeites. Safaram-se pela mestria dos seus executantes e, principalmente, pelo extremo baixo nivel de expectativas que para ali levamos. Alguns momentos de interacção com o povinho também foram de se espetar uns dedos no ar. Safaram-se.



Carcass - Até Maléfico não encontra palavras suficientemente boas para enaltecer este concerto. Carcass é uma daquelas, poucas, bandas que pode ter a certeza de nunca ler uma palavra de escárnio, de desprezo, de falta de consideração ou de insulto na Masmorra. São simplesmente a melhor banda de metal extremo de sempre e poder visualiza-los em directo e em pessoa era esperado com grande ansiedade por todos. Fomos presenteados com um concerto arrasador e poeirento em que o fenómeno musical em cima do palco se parecia extender para a frente do palco, onde um público da velha guarda, incansável, imprimia uma visão incessante de corpos em movimento (terrestre e aéreo). Não vale a pena nomear nenhuma música em particular, foi um desenrolar de clássicos de encher as medidas a qualquer metaleiro, mesmo o mais exigente (como somos nós). Foi até possivel presenciar a totalidade do line-up mais clássico em palco, quando o baterista Ken Owen subiu para o seu instrumento para receber uma merecida e sentida ovação. Afinal foi aquele homem que criou o já mítico e muito mencionado vencedor do mcieusdb.

Aqui na Masmorra arrasamos tudo e todos, dizer mal com todo, pouco ou nenhum sentido é um modo de vida, pelo que é preciso dar o devido valor à dimensão que têm as palavras que passo a escrever - Aquela hora e pouco de concerto foi um dos grandes momentos da longa vida de apreciação musical deste Demónio que aqui escreve.