Lá fomos nós ver o que se passava afinal lá para os lados da lagoa do Calvão.
Dia 1.
O facto de se ser Maléfico e Mafarrico tem as suas, óbvias, vantagens. Ao chegarmos ao local logo uma viatura nos cedeu o seu lugar de estacionamento bem à porta do recinto e, de seguida, ao apresentarmos os nossos bilhetes, fomos presenteados com a promoção dos primeiros 500 ingressos vendidos, embora eu tenha comprado o meu na semana anterior e, Mafarrico, o dele, dois míseros dias antes do evento (sendo que era mesmo o último da loja) ... os últimos são sempre os primeiros ... como é costume dizer-se. Agarramos na oferenda e fomos ver o que se passava no palco principal (e único por sinal).
Ensiferum - Uns vikings de longo cabelo, tronco nu e saias, a debitar folk metal, um espectáculo pouco agradável visualmente mas um pouco mais agradável musicalmente. A populaça parecia estar a aderir entusiasticamente, não nós, suspiramos aqui e ali pelos Skyclad e fomos provar o hidromel que nos faria companhia pelo resto dos dias (foi mais um além do primeiro, dois portanto (os dias, os hidromeis, esses foram bem mais)).
My Dying Bride - Esta foi a equipa que nos levou ao recinto neste primeiro dia. Os MDB foram o que se esperava deles, nada menos do que brilhantes. A pessoa do seu vocalista enche o palco e todo o concerto se centra nele, e em boa hora, pois o homem tem grande presença e voz avassaladora. Estive presente no concerto de há oito anos atrás, mencionado algures numa das pausas entre musicas, e devo dizer que continuam em grande forma. "The Whore, The Cook And The Mother" é uma preferida de Maléfico e eles fizeram o favor de a interpretar, obviamente sentiram a nossa presença naquele magnifico campo de futebol. Agradeço.
Meshuggah - os Meshuggah são suecos, e isso já diz muito, são loucos e fazem música pesada como o Diabo, não aquele peso tipo atropelado-por-uma-vasta-manada-de-bisontes, mas mais do tipo esmagado-por-um-gigantesco-objecto-de-300-toneladas. É bom. Deram um bom concerto, não terão convertido nenhum turista que por ali andasse, mas também não era preciso porque era notório que a vasta maioria dos festivaleiros estava ali por eles e já estavam completamente rendidos ante a mera entrada em palco dos músicos, nem sendo necessário o soar de nenhum acorde para uma certa apoteose. Para Mafarrico e Maléfico, habituados a ser adorados e não a adorar, foram uns minutos agradáveis aproveitados para descontrair os belos músculos com um ou outro bocejo.
Dia 2.
Ao segundo dia voltamos ao mesmo recinto, e lá estava a segunda parte do festival. É verdade, tudo estava no mesmo sitio e eram mais ou menos as mesmas pessoas, só alterando, e ainda bem, o alinhamento das bandas escalonadas para o dia.
Amorphis - Começamos com os Amorphis, banda que em qualquer altura da sua longa carreira caiu no esquecimento da Masmorra. Não ajudou ao espectáculo que a visualização de grande parte deste se desse ainda com os raios do astro Sol a iluminar o recinto, mas a banda deu um grande concerto, com uma bela ajuda do público e onde fomos reconquistados pelo relembrar de temas antigos como "The Castaway", "Black Winter Day" ou mesmo "My Kantele". Não era mesmo nada aconselhável perde-los e o que vale é que chegamos a tempo de não perder pitada, somos assim na Masmorra.
Kamelot - Com uma imensa legião de fãs no recinto mas completamente desconhecidos para os ouvidos da Masmorra, os Kamelot tocam um power metal progressivo azeites. Safaram-se pela mestria dos seus executantes e, principalmente, pelo extremo baixo nivel de expectativas que para ali levamos. Alguns momentos de interacção com o povinho também foram de se espetar uns dedos no ar. Safaram-se.
Carcass - Até Maléfico não encontra palavras suficientemente boas para enaltecer este concerto. Carcass é uma daquelas, poucas, bandas que pode ter a certeza de nunca ler uma palavra de escárnio, de desprezo, de falta de consideração ou de insulto na Masmorra. São simplesmente a melhor banda de metal extremo de sempre e poder visualiza-los em directo e em pessoa era esperado com grande ansiedade por todos. Fomos presenteados com um concerto arrasador e poeirento em que o fenómeno musical em cima do palco se parecia extender para a frente do palco, onde um público da velha guarda, incansável, imprimia uma visão incessante de corpos em movimento (terrestre e aéreo). Não vale a pena nomear nenhuma música em particular, foi um desenrolar de clássicos de encher as medidas a qualquer metaleiro, mesmo o mais exigente (como somos nós). Foi até possivel presenciar a totalidade do line-up mais clássico em palco, quando o baterista Ken Owen subiu para o seu instrumento para receber uma merecida e sentida ovação. Afinal foi aquele homem que criou o já mítico e muito mencionado vencedor do mcieusdb.
Aqui na Masmorra arrasamos tudo e todos, dizer mal com todo, pouco ou nenhum sentido é um modo de vida, pelo que é preciso dar o devido valor à dimensão que têm as palavras que passo a escrever - Aquela hora e pouco de concerto foi um dos grandes momentos da longa vida de apreciação musical deste Demónio que aqui escreve.
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domingo, 8 de agosto de 2010
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