segunda-feira, 31 de março de 2008

reunião anual


mafarrico,

continuando com a tradição de muitos anos, realiza-se este ano pela primeira vez (e pelo segundo ano consecutivo) o encontro anual da Masmorra Infernal.

Decidi organizar um mega evento para nós dois, e deleguei para terceiros a organização de um festival musical. Sem que esses seres se apercebam estar a trabalhar para nós, vão laborando e delineando um festival, única e exclusivamente para nosso deleite. O meu plano inclui que mais demónios assistam ao espectáculo de luz e som para não dar muito nas vistas e assim poder usar este truque mais vezes.

A reunião será no Algarve nos dias 25,26 e 27 de Julho (temperatura infernal) e contará com a presença de alguns dos grupos musicais mais apreciados da nossa praça. O gdM já está tocando alguns dos sons que nos vai ser possível ouvir lá e já nos devemos preparar para estar a altura dos elogios, piropos e vénias que receberemos ao passearmo-nos pelo recinto. Isto claro, se formos.

É que neste ano a organização optou por um MO totalmente original. Passo a explicar. Quem quiser assistir ao show, deve previamente adquirir um rectângulo de papel (a que eles chamaram "bilhete") para poder ter acesso ao local. O local estará vedado a quem não possuir esse "bilhete" e teremos de o mostrar a um qualquer mastodonte que estará na porta de acesso.

Ora esse garante de visualização do espectáculo é adquirivel somente mediante uma garantia monetária não recuperável. Além de tudo isso, e de acordo com as limitações físicas que se impõem existe um numero finito de "bilhetes", pelo que temos de nos despachar.

Isto claro se decidirmos ir, mas seria uma desfeita enorme não aparecermos depois do trabalho todo que estão a ter por nossa causa. Eles agora não sabem, mas eu conto na altura subir ao palco e explicar a todos como foram manipulados e receber muitos "VIVAS!!!" e agradecimentos.

Deixo-o com um pequeno aperitivo para o que poderão ser as três noites do festival.



Vai ser masmorrífico
M.P.

quarta-feira, 26 de março de 2008

ref. discográfica 666 - ódio

mafarrico,

tendo passado em revista as já lendárias ref. discográficas que todos no mundo seguem cegamente, incluindo nós dois e excluindo apenas todo o resto da população mundial. Fico na ideia que nem sempre estas (que tanto trabalho tivemos em enumerar) são do seu total agrado. Penso nisso como resultado da sua maneira de ser muito mafarriquica.

Portanto enumerei vários critérios para escolher uma ref. discográfica (que por curiosidade foi a 666) que fosse do seu inteiro agrado.

Os critérios seriam : a banda ser obscura e vender poucos discos, a banda já não existir (há sempre algo cool numa banda que já não existe), o disco ser datado dos anos entre 1985 e 1995, a música ser pesada q.b. sem espaço para grandes adornos e/ou inovações, ser daquelas composições que provocam o headbanging involuntário e por fim ter um sentimento especial para nós por alguma razão inexplicável (aquela ponta de nostalgia).

Acho que a seguinte música se insere em todos estes pontos e portanto o disco de que faz parte é merecedor de fazer parte das ref. discográficas.

Para ouvir com o volume no máximo :


que tal? satisfeito? MORGOOOOOOOOOOOTH!!!!
M.P.

terça-feira, 25 de março de 2008

bad luck wind

Hoje proponho-lhe uma curiosa curiosidade de natureza musico-infernal.
Trata-se de um daqueles paradigmas que se apresentam deveras confusos aos comuns mortais, mas que para nós, os que seguimos os anti-dogmas infernais, não passam de curiosas curiosidades que comprovam a curioso comportamento da componente temporal do tempo metereo-cronológico.

O prezado colega conhecerá melhor do que ninguem o trabalho do estimado e afamado colega Glenn Danzig, que se deu a conhecer ao mundo sob o cognome de Danzig. Conhecerá tambem o não menos diabolico Johnny Cash, que apesar de operar num registo musical diferente, foi sem duvida um dos nossos à sua maneira blues/country.

A curiosidade que lhe trago e que é prova irrefutavel, para aqueles que ainda acreditam de que o tempo é apenas o que parece, é então a seguinte:

O tema musical "Thirteen" composto por Glenn Danzig e apresentado no seu album com a simpatica denominação de "6:66 Satan's Child" em 1999, aparece em forma de cover no album do J. Cash de 1994 entitulado de "American Recordins"!

Curioso, certo? Mas consegue o culto Malefico, chegar ao ponto que uniu estes dois momentos no tempo?

Para o entreter e encher um pouco mais este curto post, deixo-o com a fantastica letra da musica em questão:

"Bad luck wind been blowin' on my back
I was born to bring trouble wherever I'm at
With the number '13' tattooed on my neck
That ink starts to itch
Black gon' turn to red
I was born in the soul of misery
And I never had me a name
They just give me a number when I was young

Got a long line of heartacheI carry it well
The list of lives I've broken
Reach from here to Hell
And a bad luck wind been blowin' on my back
Pray you don't look at me
And I pray I don't look back

I was born in the soul of misery
And I never had me a name
They just give me a number when I was young

Found me with a preacherman confessin' all I done
Catch me with the devil playing 21
And a bad luck wind been blowin' on my back
I was born to bring trouble wherever I'm at

I was born in the soul of misery
And I never had me a name
They just give me a number when I was young
When I was young
When I was young
When I was young"

segunda-feira, 24 de março de 2008

o bébé da rosa maria

mafarrico,

que enfadonha se torna esta vida por vezes. É um pensamento que se me ocorre ocasionalmente e, curiosamente, quando não tenho nada para fazer. Por vezes sinto-me em total inércia sem nada que dizer ou pensar. É uma sensação curiosa que muitos podem criticar como sendo 'preguiça', mas que eu acarinho e que faço os possíveis para incluir no meu estilo de vida. Afinal a preguiça é um dos pecados mortais (originais!) e um pecado é uma coisa bonita.

Isto não tem nada a ver com nada, a não ser talvez como forma de legitimar algumas longas ausências de novos escritos na Masmorra. Sendo assim, não escrevinhando, estamos preguiçando e preguiçando estamos pecando. Pecando estamos a construir um mundo pior e assim, no fundo, estamos a fazer um esforço no sentido de alcançar os nossos objectivos. A preguiça como força motora do nosso labor e portanto dando uma trabalheira dos diabos.

E agora, num registo totalmente diferente, e apenas tendo como ligação intelectual ao que acabei de gatafunhar, o facto de ter sido a primeira coisa em que pensei depois de estar largo período sem pensar em nada:

Adquiri o hábito de visualizar muitas obras da sétima arte, não porque tenha especial apreço por este tipo de película. Mas porque percebi que há grande satisfação demoníaca, de uma maneira bem mesquinha e irritante, em contar o fim dos filmes aos verdadeiros cinéfilos. Assim sendo é mais ou menos assim :

Maléfico Patético: ò cinéfilo? Já viste 'TAL' filme?
Cinéfilo idiota : Não, mas estou muito curioso em o visualizar. Conheço a restante obra do autor e mal posso esperar por ter o prazer de ...
Maléfico Patético : É pá! Poizé ... e aquela cena do fim, hã? em que ele tal e tal etc. e tal e acontece isto e isto? Hã ...?
Cinéfilo tarde-de-mais: Eu AINDA não vi ... (trémulo) ... ainda IA ver ......
Maléfico Patético : Vais gostar pá , vais gostar.

Isto tudo, porque vou postar aqui a cena final do filme Rosemary's Baby do Polansky. Um filme muito acarinhado em todos os círculos do Inferno por ter muita qualidade e retratar fielmente alguns dos nossos.

Aos quatro minutos do vídeo a cena mítica e que todos os demónios de todas as idades sabem de cor. Aos cinco minutos e trinta e cinco segundos uma frase épica de emocionar o mais empedernido demónio (lágrimas não são aceitáveis).



Hail Satan!
M.P.

quarta-feira, 19 de março de 2008

quem aprecia a voz de Dani, o anão guinchador, não deveria ser tão esquisito com estilos de vocalizações

Estimado Maléfico,

Após o seu anterior post, e com o intuito de aumentar o numero de entradas neste blog no presente mês, envio-lhe esta peculiar proposta musical que sei que muito apreciará.

Trata-se de uma montagem que lhe permitirá visionar vezes sem conta, esse que é um dos seus herois e um exemplo para todos nós os que pretendemos prosseguir nas artes demoníacas e na distinção com o já classico galardão de Feios, Porcos e Maus. Se não, vejamos:




O tema musical que serve de base a esta apresentação, tal como adivinhou, é esse mesmo que está a pensar.... up the irons!

Excelentemente me despeço e assino,
Mafarrico

domingo, 16 de março de 2008

mastodontes

mafarrico,

seguindo a dica do meu prezado colega, decidi retornar às mensagens musicais. Deste modo partilhamos momentos ruidosos que, de outra maneira, poderiam passar ao lado (quais momentos silenciosos) de um de nós que não nós próprios (o outro!).

Neste momento concreto trago-lhe uma música e não uma colecção de músicas (como é vulgar chamar aos LPs), porque se pretendo chamar atenção para a totalidade da obra destes singer-songwriters do demo penso que a melhor maneira é apresentar uma única música.

A verdade é que tenho um especial apreço por estes miúdos porque vi-os em 2003 (eu e mais uns milhares de pessoas na digressão europeia), no Hard Club colocados num mísero lugar de banda suporte dos The Haunted. Logo (qual olheiro) reparei nas suas faculdades musicais e disse a quem me quis ouvir (por acaso não foi ninguém porque o som estava muito alto e estavam todos atentos ao concerto), disse eu : "Estes rapazes vão longe!". E foram, foram tão longe que nunca mais voltaram à cidade onde estamos radicados e são agora os meninos bonitos do estilo musical vulgarmente denominado como 'extremo'.

Por acaso andam-se a esticar um bocado, porque andam a vender muitos discos, e já se sabe que não é cool gostar de bandas que vendem muitos discos.

Adiante, este vídeo é estranho e merece ser visionado. São os Mastodon no seu melhor (no deles, não no seu) e num registo a que eu chamaria clown-metal.



Para me manter fiel ao que escrevi anteriormente despeço-me com uma mcieusdb do mesmo agrupamento, que já não é clown-metal, mas tem lá num fim um gajo lunático pendurado por uns ganchos que não sei muito bem mas deve ser qualquercoisa-metal.



M.P.

sexta-feira, 14 de março de 2008

um tema recorrente

mafarrico,

as crianças são sem dúvida um tema recorrente nesta masmorra. Porquê? Não sei. Parece-me um tema absurdo de ser tratado aqui e a Masmorra não fica a ganhar com temas absurdos, nem é nosso apanágio tratar de coisas desse tipo.

Talvez seja porque ainda temos esperança que as crianças de hoje se tornem bons demónios amanhã. Mas eu ando descrente, sempre que passo por um petiz na rua, não vejo nenhuma maldade nos seus olhinhos, não descortino escárnio algum nos seus sorrisos. Acho que esta poderá ser uma batalha perdida.

E alguns de nós fartaram-se de aturar putos. E alguns desses alguns de nós até escrevem músicas sobre o assunto.

Eu Odeio Crianças

Desgraçadamente,
M.P.

resultados animadores (...para nós)

Raríssimo colega,

Apenas um curto apontamento, mais em jeito de glorificação do nosso trabalho do que outra coisa, para que possamos observar os resultados que estão para vir num passado recente.

Mesmo tendo noção de que apenas nós os dois (Maléfico, Mafarrico e eu) temos acesso a este espaço de tertulia e escarnio, devo dizer a todos os outros que lêem recorrentemente e freneticamente os escritos aqui expostos, que apesar de parecerem completamente desgarrados, sem nexo nem sequencia entre eles, os conteúdos apresentados nesta masmorra são parte constituinte de algo maior. Algo que está para além da vossa e da nossa compreensão e que normalmente é interpretado como um acaso absoluto, uma ocorrência imprevisível ou como é vulgo escutar, uma sorte dos Diabos!

Se provas faltassem desta inegável e dúbia verdade, passo a apresentar uma inolvidável demonstração de poder destes dois humildes servidores do Mal.
Pegando em duas temáticas aqui abordadas anteriormente: “O futuro são as crianças” e “MQCCSDB – musicas que começam com solo de bateria” e fazendo a ligação (obvia) entre elas chegamos ao resultado que se segue:


Para os mais desconhecedores destas materias de índole superior, trata-se na verdade de uma criança humana (ou assim aparenta ser) em plena sessão de formação de headbanging (actividade ludica muito popular em manifestações infernais), ao som de uma das melhores malhas de sempre de heavy/death metal. Uma cover do excelente tema Painkiller dos velhadas dos Judas Priest, executada superiormente pelo Chuck Schuldiner (Death) enquanto era vivo (agora está muito melhor)!

Que isto redobre o nosso ânimo para continuarmos a labuta noturna de engrossar as fileiras infernais!
\m/-afarrico

quarta-feira, 12 de março de 2008

o trabalho do Demo, um relato verídico III

Ora cá estou de volta saudoso Maléfico,

Após breve ausência desta montra de malvadez, eis que volto em grande estilo, após este longo interregno.
Não pense no entanto que estive afastado da Masmorra! Bem pelo contrário. Durante este vasto período encontrei-me embrenhado nas profundezas deste nosso feliz e maquiavélico antro, cercado pela responsabilidade da secreta missão que me foi confiada, certamente por engano, em profunda reflexão (ocasionalmente passava pelas brasas) em busca dessa que é a grande resposta à não menos pequena que é a pergunta, do não mais importante que é o mandatário, dessa não menos relevante que é a Força que nos guia. Bem, isto para dizer que estive ali na sub-cave, mesmo atrás daquela laje que serve de anteparo ao móvel com aquelas coisinhas em madeira que mais parecem… enfim, estive lá em baixo!

Negra é a razão pela qual tal medida de ausentamento e afundamento foi levada avante. Posso-lhe afiançar que se de alguma forma me privei de comunicar com o soturno amigo, não foi totalmente por livre escolha, embora tal privação não me seja de todo desagradável.
Foi o próprio Diabolicus Maximus que me encomendou um criterioso estudo, que implicou um secretismo tal que nem eu próprio deveria saber sobre que tema me estava a debruçar. Isto até há poucos instantes, quando tomei conhecimento, por infeliz acaso, de que aqueles com quem pactuei durante estes dias eram na verdade lacaios da luz, servos do bem, seguidores da cruz…

Mas agora que a notícia já foi propagada nos meios de comunicação, já me sinto autorizado a aborda-la consigo e a trazer ao lume as novas que passo a contar.

Pasme-se atónito Maléfico, fiz parte de um conluio entre o nosso Grande cornudo e o chefe da igreja deles, um tal de Bento 16 (acho que era guarda-redes do Benfica…não tenho a certeza).
E de que se tratou esse pacto? Como saberá o referido líder da seita da cruz, invocou o nosso patrão e ter-lhe-á pedido uns favores que me escuso de explanar. Só posso dizer que envolveu sapatos da Prada e um veículo topo de gama. Em troca o nosso Maior, sempre sagaz e de rápido raciocínio encomendou-lhe a divulgação de nada mais nada menos do que mais 7 pecados mortais!!!
Uma verdadeira jogada de Mestre! Passados 1.500 anos de ter conseguido igual proeza, com a publicação dos 7 originários: eis que a avareza, a luxúria, a inveja, a gula, a preguiça, a ira e a soberba já não são os únicos meios de enviar almas directamente para os Infernos!

Foi então que, chamado à Sua presença fui incumbido da responsabilidade de orquestrar os referidos 7 novos pecados.
Com o peito inchado de orgulho (e duma coisa que comi que não estava boa) respondi com prontidão e lancei ambas as mãos esquerdas ao trabalho. Foi-me dado um prazo de 11 dias para completar a secreta e horrível tarefa.

Nos primeiros 10 dias e meio não me ocorreu rigorosamente nada, confesso. Também aconteceu aquilo ao FCP que me deixou bastante combalido e inapto para qualquer função demoníaca. Mas no 11º dia e escassos minutos antes de ser chamado perante o concílio Inferno/Vaticano onde deveria apresentar o power-point, eis que me deparei com uma edição do 24 horas, de onde rapidamente retirei as ideias para o trabalho encomendado.
Foi assim que este seu humilde colega, se permitiu a brilhar mais alto do que qualquer som antes visto por aqueles atordoados olhos! Foi rodeado por uma aurea de ofuscantes chamas (assim azuladas com um brilho amarelado) que apresentei o resultado que se segue:

Pedofilia,
Não referi quem é que incorre no pecado, se quem pratica, se quem é praticado ou se ambos. Conto desta forma alargar o âmbito de acção desta pratica.

Aborto,
Aqui foi um ponto particular contra a segregação. Já é tempo de distinguirmos as mulheres pelo seu valor! Assim arranjei um pecado exclusivo para o nosso vasto público feminino. Mesmo para a igreja chegou o tempo desta organização se virar mais para elas (e menos para o ponto 1). Muito bem minhas senhoras, venham lá que verão que se está bem melhor cá em baixo!

Poluição do ambiente,
Bem esta então é que é. Ou muito me engano ou a totalidade da população mundial que tenha tido existência nesta 3ª rocha a contar do Sol, desde 1970 está abrangida por este ponto. Um fartote de almas, eh eh!

Pobreza extrema de uns e riqueza escandalosa de outros
Depois do ponto anterior já interessa pouco quem é abrangido por este. Mas penso que os pobres devem ser penalizados pela sua condição. Tem faltado a coragem para cortar regalias a esta franja da sociedade cada vez mais protegida e assambarcadora de recursos.

Tráfico de droga
Este não sei… foi à pressa como disse. Mas pareceu-me bem.

Manipulação genética
Este foi mais para incorporar alguma sofisticação na apresentação. Ninguém sabe muito bem o que isto significa ou como podemos identificar os pecadores, mas assim como assim ninguém quis levantar qualquer questão.

Faltou o novo sétimo mas depois do da manipulação genética já ninguém disse mais nada!

Os tempos são outros e o Inferno vai ter que se preparar. Provavelmente terão que ser ampliadas algumas alas para albergar tanta alma!
Aqueles desgraçados que de alguma forma se escapuliam aos já ancestrais pecados agora não têm hipótese nenhuma de se imiscuírem por entre a apertada malha que lhe lançamos com esta joint-venture com o Vaticano.

Espero que esta revelação o encha de orgulho por partilhar este espaço com tão ilustre comparsa como eu próprio.
Deixo-o com um solene aperto de mão e desejos de uma infernal jornada de trabalho

Mafarrico

terça-feira, 11 de março de 2008

ref. discográfica 666 - sujos podres e imbecis

mafarrico,

o gira-discos maléfico tem tocado com alguma insistência uma banda que merece ser referenciada. Os nossos veteranos colegas D.R.I., o disco - 4 Of A Kind. Porquê? Porque escolheu o gdM esta rodela de plástico em particular? Não sei.

O gdM tem estes humores e já me habituei a não o questionar e a deixa-lo rodar e debitar o nosso querido ruído infernal. Para gáudio dos meus ouvidos, não me costuma deixar ficar mal.

É um disco estranho este, não tem nada de particularmente fascinante e no entanto é difícil não o ouvir na totalidade. O som é particularmente característico da banda e aqueles riffs metal com aquela atitude punk (só R.D.P. se aproxima?), a voz inconfundível, os mini solos de bateria e baixo sempre presentes, as frequentes mudanças de tempo. É bom!

Não sei se o disco merecia mais reconhecimento do que o que tem, o que é certo é que teremos sempre um sorriso e um headbanging para ele, uma vez que esteve bem presente nos nossos anos formativos, quando éramos uns petizes sedentos de novos sons.

E será essa a razão! Se calhar, o Sr. Satanás encaminhou o gdM até este disco, todos estes anos depois porque estamos (ou deveríamos estar) a comemorar 20! anos da sua edição. 20 anos, mafarrico! E a banda por aí continua, com uma saudável postura underground a editar quando não na estrada. O que me faz lembrar um agradável show ao vivo em 97 ou 98 no Hard Club.

Belo espectáculo a que tive o prazer de assistir na integra e que foi tudo o que se esperava destes rapazes que até então só tinha visionado na tv. Até uma cena de pancadaria se desencadeou no público. Entre uns skinheads e uns punks (clássico). Se bem se lembra o hard club tinha uns lampiões, no meio daquilo que parecia ser uma rua frente ao palco. Pois que um dos lampiões até veio abaixo quando um dos punks deu com os costados no referido, sendo posteriormente posto na rua (o punk, o lampião ficou lá). Este episódio está pejado de vaticínio, uma vez que uns anos depois todo o Hard Club veio abaixo.

Na impossibilidade de o deixar com a minha faixa preferida (Do The Dream), colepasto na parede da masmorra uma outra faixa bem agradável do mesmo álbum. Uma musica dedicada aos gajos de fato e gravata que por ai andam.



Despeço-me executando um movimento idêntico ao do símbolo que acompanha a banda em todos os seus trabalhos,
M.P.

sexta-feira, 7 de março de 2008

questões existenciais

mafarrico,

a nossa prévia troca de ideias, ou discussão, trouxe a lume diabólico uma série de questões existenciais sérias. O nosso espaço masmorral quer-se sério e sem questões ambíguas que possam por em causa os nossos acreditares (beliefs - como dizem os moldavos).

Isto tudo, porque, quando eu pensava estar a louvar um gesto nojento de um de nós os dois, e ao tecer-lhe os mais rasgados elogios. O outro de nós que não eu, julgou-se injuriado. Ora, era precisamente o contrário que eu almejava.

Todo o conteúdo do meu post visava congratula-lo por um esquema reles e não pretendia dizer um "Ó Ganda Boi! copiaste-me a ideia e agora já não posso usa-la!". Não!!! Os esquemas reles são interessantissimos e devemos pratica-los sempre que possível. Se usados contra criaturas não-infernais - são trabalho, entre nós são, como dizer ... treino!

Afinal somos criaturas do demo e estamos habituados a estas coisas.

O exemplo exemplificativo de como devemos por os ditos insultos em perspectiva é a excelente musica que lhe dediquei. Ora para um qualquer não diabólico a palavra 'TRAIDOR' tem uma conotação má. Eles não curtem traidores. Entre nós haverá melhor coisa que um verdadeiro Traidor? É uma virtude! Um bom traidor ajuda-nos preciosamente na nossa batalha. E não nos podemos esquecer qual é a nossa batalha.

Vou então batalhar um pouco (na ideia do post anterior - um trabalho árduo mas necessário) e transformar para o português a lírica desta musica que é usada na entrega de prémios anual aos mais valorosos dos nossos. Os nosso prémios Nobel Infernal como costumamos chamar-lhes. Imagine-se o mafarrico, de fraque, em plena audiência, com Lucífer a entregar-lhe o prémio Nobel Infernal da Traição. Tudo ao som da seguinte música:

Kriador - TRAIDOR!

Esta é uma canção que eu uso para descrever
o que penso
acerca de pessoas como tu 1
Nenhum sentido de humanidade, nenhuma ideia sobre a vida
Esta premissa foi comprovada 2
Usaste a minha confiança para satisfazer o teu
ego descerebrado 3

A tua palavra não vale mais do que vomitado
no pó! 4

TRAIDOR!!!
TRAIDOR!!! 5

Embusteiro! Distorceste as coisas para te satisfazer
Enganador! Essa ganância não podes negar
Como pude ser tão ingénuo para acreditar
em todas as mentiras
que tão facilmente contaste
Acho que aprendi a minha lição demasiado tarde 6
A história levou tempo a desenrolar-se
mas agora vejo a tua verdadeira face
Por detrás da tua máscara uma fraude, uma mentira 7

A tua palavra não vale mais do que vomitado
no pó

TRAIDOR!!!
TRAIDOR!!! 8

Finges ser meu amigo
Mas venderias a tua mãe se pudesses
por menos de um cêntimo 9
A inteligência perdeu-se, o cérebro morreu
Tu irás perder, cair de joelhos
Não suporto gajos como tu 10
Talvez deva falar outra linguagem
para tu perceberes 11


E assim se completa o circulo com a minha ideia anterior de louvar os heróis. Os heróis somos todos nós. Anónimos leitores (que não nomearei) desta masmorra. Batalhadores incansáveis. Somos poucos, mas muitos!

M.P.

Apontamentos à margem :
1-Inicio ambíguo (extremo - é verdade! mas ambíguo), o texto que se segue tanto poderá dizer extremamente bem, como extremamente mal.
2-Pronto, já não há ambiguidades, é tudo para dizer extremamente mal
3-Algumas liberdades do tradutor
4-Poesia!
5-Note-se a liricidade do autor em utilizar no original a palavra 'betrayer' e não 'traitor'. No português vai tudo igual, que se lixe a liricidade.
6-Em toda a letra é usado o truque de por palavras na boca da vitima, desta maneira alcança-se um efeito muito demonioso. Satanás aprova!
7-Os elogios não param!
8-Épico! As lágrimas rolam de emoção na face do visado. "Obrigado!!" repete incessantemente.
9-A moeda foi ajustada aos tempos modernos.
10-A vitima volta a pronunciar-se.
11-Um belo momento em que se faz a ponte para o que já falamos aqui acerca de ser necessário traduzir os escritos infernais.

quinta-feira, 6 de março de 2008

esquemas reles

mafarrico,

nós retiramos grande prazer no nosso trabalho. É um facto que não deixa dúvidas. Isso deve-se em grande parte as artimanhas desprezíveis que utilizamos diariamente de forma a ludibriar os que jogam o jogo seguindo as regras (formigas!).

Venho perguntar-lhe o que acha acerca de um dos mais vis e baixos esquemas que temos ao nosso dispor, que é o de aproveitar ideias de outros e faze-las passar como se fossem nossas. Com isso podemos obter bons resultados com um mínimo de esforço mental e chatear fortemente o individuo que gastou tempo, neurónios e inspiração a pensar em qualquer assunto interessante.

A sua opinião sobre este tema interessa-me.



Saudações entusiastas,
M.P.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Nº 19

mafarrico,

devo dizer-lhe que sou um adepto dos desportos infernais. Gosto de acordar tarde, tomar uma refeição fast-food e embrenhar-me na cidade, em contacto com todo o lixo e multidão existentes, e praticar algumas dessas actividades.

Deixo desde já a ideia de combinarmos um fim de semana Infernal, em que juntamente com mais colegas e inimigos das Profundezas, praticassemos alguns desses desportos. Aumentaria a camaradagem e o convívio entre a equipa seria salutar. Quem sabe poderíamos ter uma visita do nosso Capitão de equipa. Não diga que não seria um feio dia!!!!!

E assim o deixo, com o seguinte desafio. O de conseguir contar o número de diferentes desportos infernais que foram praticados aquando do ultimo retiro de ruído que efectuei com uns amigos. Aqui está o vídeo que fizemos desse encontro:



Infernalmente,
M.P.

terça-feira, 4 de março de 2008

o louvar dos heróis

mafarrico,

ia escrever um longo texto sobre o louvar dos heróis. No entanto a falta de tempo e inspiração não me permitiu levar a cabo essa tarefa, escrevi pouco e posteriormente apaguei o que tinha escrito.

No entanto acho importante louvar os heróis.

Por isso peço-lhe que louve ai uns heróis, que eu louvo por aqui e assim fico com a sensação que este post não foi totalmente perdido.

Louvações
M.P.

sábado, 1 de março de 2008

ref. literária 174 - the call of Cthulhu

mafarrico,

chegou a hora para mais uma ref. literária, depois de a minha anterior referência ter dado o mote para o surgimento de, nem mais nem menos, mais nenhuma. Resultados destes dão-nos alento!

Penso que já conhece a obra do nosso querido e desaparecido colega H.P. Lovecraft. É uma obra extensa, não tendo muitos trabalhos, e que pode ser lida em poucos dias, anos até. Hoje lembrei-me de um simples conto, que na altura em que o li me encheu de respeito pelos Antigos. O conto é intitulado "The Call Of Cthulhu" e é uma bonita história que conta o reaparecimento no nosso planeta de um dos nossos mais antigos aliados. "Mito", "Ficção" , chamaram-lhe os incrédulos, nós sabemos que não é bem assim e que, não fosse o estilo um pouco romanceado do nobre escritor, o seu trabalho poderia facilmente ser rotulado como : 'Documentário' .

Ambos conhecemos livros do referido autor, não sendo, portanto, necessária uma explanação da totalidade da obra. Pretendo simplesmente chamar a atenção para estes escritos e, se possível, iniciar uma animada tertúlia literária. Para esse efeito lanço dois pontos :

1º ponto - em jeito de curiosidade, chamo a atenção no referido texto, para a importância de um nosso conterrâneo para a libertação do nosso querido colega dos abismos. "It was Rodriguez the Portuguese who climbed up the the foot of the monolith and shouted of what he had found". O nosso país sempre foi pródigo em heróis esquecidos! Neste caso também ajudou que a sua descoberta levasse a uma rápida (mas não indolor) morte, poucos minutos passados.

2º ponto - o estilo de escrita do nosso colega. Acusado na época de ser antiquado, penso ser notória a influência do nosso próprio estilo na obra do senhor Lovecraft. Estou em crer que Lovecraft seria um rapazinho como todos os outros, mas um dia, ao navegar na net e tropeçando na M.I., fez-se escuridão!, e decidiu tornar-se escritor. Sendo medíocre, e não conseguindo sulcar o seu próprio estilo apoderou-se do nosso. Devemos encarar este facto com a serenidade, a sobranceria e a humildade de quem tem na ideia que é melhor que todos os outros.

"Poor Johansen's handwritting almost gave out when he wrote of this. Of the six men who never reached the ship, he thinks two perished of pure fright in that accursed instant. The Thing cannot be described - there is no language for such abysms of shrieking and immemorial lunacy, such eldritch contradictions of all matter, force, and cosmic order. A mountain walked or stumbled. God! What wonder that across the earth a great architect went mad, and poor Wilcox raved with fever in that telephatic instant?"


cumprimentos lovecraftianos,
M.P.