sexta-feira, 6 de junho de 2008

Tiro ao Rei Mago

mafarrico,

ao ler a sua anterior, excelente, missiva - um rel. veridico acerca de um colchão porcalhão e sedento de violência - ficou-me no ouvido uma frase. Essa frase foi "hoje não é um dia da Besta". Apeteceu-me retorquir com "um dia da Besta é quando um demónio quiser", mas não o fiz porque era uma piada idiota, estúpida e inutil.

Mas fiquei a pensar que "dia da Besta" me fazia lembrar qualquer outra coisa que não um dia festivo por si só. "Dia da Besta", "Dia Da Besta", que seria ... ?

Foi então que se deu o clique no meu excelente e belo cérebro enquanto dizia para comigo : "Mas claro, Maléfico! 'O Dia Da Besta' é uma das melhores referências cinematográficas que pode fazer na Masmorra e mais dia menos dia (bestial ou não) terá de o escrevinhar lá para deleite dos seus colegas masmorrentos". Realizado em 1995 pelo simpático Alex de la Iglesia (irónico nome), El Dia De La Bestia é um filme espanhol sobre um sacerdote que em vésperas de natal, tenta impedir o nascimento terrestre de nosso Mestre. Com humor negro, heavy metal, virgens, tiroteios, invocações, explosões, pentagramas e facas afiadas, acrescentado de um excelente Santiago Segura no papel de um cómico colega, as peripécias vão-se desenrolando para um final que não revelo, mas que se eu disser que é feliz fica a dúvida se é verdadeiramente feliz ou se é feliz no que vulgarmente se chama um "final feliz" (infeliz para nós).

Uma palavra para a importância maléfica que se dá neste filme a esse instrumento do mal que é a televisão. E também, em igual medida, às caçadeiras de canos serrados.

Queria deixa-los com o trailer oficial, mas após visualização do mesmo achei que não fazia justiça ao filme, era um trailer manifestamente mal feito com cenas compridas e pouco significativas e outras que poderiam dar a entender coisas que só acontecem largos minutos decorridos do filme, pelo que decidi colocar aqui apenas a primeira cena do filme, não a arranjei na língua original mas vai dar ao mesmo para nós, demónios poliglotas. Infelizmente isso faz com que o título desta referência cinematográfica se mantenha um enigma, mas pronto, fica mais um incentivo para ver o filme.



Digamos em uníssono "Joder! Que pelicula!"
M.P.

4 comentários:

\m/afarrico disse...

Fossem os tempos outros e não seriam aqueles que temos hoje! Seriam, isso sim, outros!
Isto, caro Maléfico, é um dos poucos pensamentos que me atravessa a mente, sempre que me recordo daquele fatídico dia em que, armado com um simples arco e umas quantas flechas, saí ao encontro desses três que se intitulavam de magos.

A missão que me foi atribuída, foi a de evitar que atingissem o seu destino final, num local denominado Belém onde iriam assistir ao nascimento de um escolhido.
De inicio, por lapso, dirigi-me ao local errado. Só após abater à flechada inúmeros habitantes da cidade onde me encontrava, é que recebi o sinal informando-me do meu erro e apressando-me para que chegasse a tempo à Belém correcta.
O que eu corri, caros comparsas! A poucas horas do evento final, galguei os milhares de quilómetros que me separavam do fatídico local, e quando cheguei dispondo apenas de uma flecha não fui capaz de melhor do que abater um dos camelos!

Foi por isso, com um misto de satisfação e mágoa que vi esta película que recomenda! A cena do ataque aos reis magos com a caçadeira de canos serrados, encheu-me o coração de alegria e deixou os meus olhos marejados de lágrimas! Tivesse eu tido acesso a tão brilhante inovação tecnológica e a historia teria sido outra!

“¡Seis seis seis, el dia de la Bestia!”

\m/

Maléfico Patético disse...

mau amigo mafarrico,

recordo-me eu de também ter sido incumbido de igual tarefa nessa mesma altura. Nosso Senhor Mestre Satanás por vezes recorre a vários de nós separadamente para o mesmo fim, para que possa ter mais hipóteses de alcançar os seus intentos.

Lembro-me que passei meses a elaborar um plano infalível, eu aproximar-me-ia dos três reis de uma forma que eles não se aperceberiam. Mesmo por baixo das suas barbas, um plano inultrapassável.

O disfarce perfeito, com muito brio e habilidade construi um fato de camelo em que era impossível detectar-me no seu interior. Carreguei com aquele idiota às costas durante o caminho quase todo e quando estava prestes a por um ponto final no meu plano .... aquela flecha!!! vinda sabe-se lá de onde ...... foi o momento mais frustrante da minha carreira demoníaca! ainda hoje não percebo o que se passou ... mas bem gostava de perceber, ai gostava gostava!

\m/afarrico disse...

Ó Diabo!!! Uma flecha, Maléfico?!
Está-me você a dizer que foi atingido por uma flecha perdida nessa fatídica noite?!
Você quer ver que o Diabolicus tem alguma coisa a ver com isto???

Diabolicus disse...

Após um infortúnio (vi algumas portas da Masmorra fechadas) resolvi dedicar-me a algumas missões.

Vou-me privar de as descrever aqui pois os seus conteúdos são por demais conhecidos.

Agora que posso entrar em contacto novamente com vós, achei fenomenal o desvendar do mistério da cicatriz no dorso inferior do Maléfico...quem diria.

Relativamente ao "Dia da Besta", vou visionar essa película que tem por interpetre o meu querido Santiago Segura. Desde há muitos e longínquos anos, tantos que já lhes perdi a conta, sou aficionado do Santiago e tenho mesmo na minha cela alguns dos seus trabalhos, um pelo menos sei que tenho.

Convido-vos desde já a visionar essa película e penso que não se irão arrepender. Nunca tive dúvidas que esse Castelhano era um dos nossos e isso ficou comprovado com este seu escrito caro Maléfico.