terça-feira, 17 de junho de 2008

ref. discografica 666 - chuvas colossais

mafarrico,

já se notava o vazio de referências musicais neste antro pestilento, decidi portanto regressar a este género de missiva fazendo lembrar um dos grandes LPs da história do mundo moderno.

No ano em que foi lançado, 1994, o poderoso estilo musical que adoptamos como nosso estava num impasse. Grandes ídolos de outrora estavam armados em parvos e a serem aceites pelo público em geral, as bandas que se mantinham fieis ao modo de vida que nos apraz não estavam com grande inspiração e as infames editoras discográficas, vendo que também podiam ganhar dinheiro com estes sons diabólicos estavam a desvirtuar tudo o que antes se tinha mantido firme como uma raison d'etre de muitos jovens. Era uma merda!

Por esta altura surgiram alguns discos muito bons, de colectivos brilhantes que foram uma espécie de ultimo fôlego antes do coma que foram os anos acima referidos. Com este disco que indico, houve a ilusão que a banda em questão seria um estandarte na batalha que mudaria o rumo que se estava a iniciar( a musica que lhe vou deixar é notória nesse facto), mas foi por pouco tempo, pois somente dois discos passados, já os nossos colegas assinavam pela multinacional EMI e posavam de cabelos cortados e fatinho de idiota para a capa de um disco de má memória.

Agora que os ventos do negócio mudaram, os colectivos musicais tentam retornar aos tempos áureos mas já nem minimamente genuínos conseguem parecer, nem nós somos jovens diabos nem queremos nada disto. Preferimos recordar tempos idos e a altura em que ouvimos este som pela primeira vez.


M.P.

6 comentários:

Diabolicus disse...

Apraz-me por demais este seu post Maléfico. Fez-me compreender um pouco melhor os seus gostos musicais e partilhar dos seus pensamentos. Concordo com o que afirmou, um estilo musical que se caracteriza por satisfazer um nicho de mercado exigente, deixa de o poder ser quando ao invés de satisfazer um nicho pretende abraçar o mercado inteiro na busca do lucro, fama e outros proveitos tais. Obviamente ao tentar satisfazer um mercado mais abrangente já não pode satisfazer um nicho que tem gostos específicos e diferentes, por isso é que é um nicho.

Acho mt bem hostilizar anteriores ídolos que posteriormente se revelam uns idiotas. No fundo eram anjinhos disfarçados de maus que na 1ª oportunidade se resolveram passar para o lado de lá, simplesmente por ser mais numeroso e com muitas anjinhas desnudadas como sabemos.

E pensam esses energúmenos ser capazes de nos enganar com disfarces e querer que os seus fãs originais e agora desiludidos e traídos voltem a cair nas suas teias?? Estão completamente enganados, admira-me como nunca levaram com um tridente de um ex-fã mais radical.

\m/afarrico disse...

Recordo-me bem desses anos de dúvida e angústia. A questão que andava no ar, será que o verdadeiro Metal iria morrer e dar lugar a uma geração de posers ou iria desaparecer e no seu lugar surgiriam uns vulgares emproados sem atitude? Na verdade, e agora que se passaram varias unidades temporais, podemos olhar para trás e afirmar com orgulho que ambos os cenários se tornaram realidade!

A verdade é que a atitude é muito importante como linha condutora tanto na construção do carácter de um indivíduo mas na da base de sustentação de um movimento de congregação de massas, mas também já não havia muita paciência para aquelas calças de ganga super justas, sapatilhas-bota e blusões de ganga cobertos de remendos! Foi melhor assim.

Quanto à saudosa banda a que dedicou mais esta referência, associo realmente recordações de peso!
Terá sido no mencionado ano de 1994 (mais hora menos hora…) em que tive a oportunidade de assistir a um grande concerto destes senhores a abrir para os então gigantes Sepultura. Foi no acusticamente péssimo Dramático de Cascais, onde me dirigi num autocarro, juntamente com uma trupe de histéricos demónios. Bons tempos, mas ainda bem que já passaram!

Maléfico Patético disse...

mafarrico,

oh oh essa viagem até ao dramático de cascais ver o concerto! Que recordações! Lembro-me perfeitamente de não ter ido ...

Maléfico Patético disse...

por acaso acho que o disco foi editado em 93 ....

\m/afarrico disse...

facto esse que é perfeitamente irrelevante para o que estamos aqui a debater...

Maléfico Patético disse...

factos irrelevantes demonstram, invariavelmente e sempre, ser os mais importantes