quarta-feira, 16 de junho de 2010

Clatto Verata Nicto

A importância das trilogias no mundo Infernal é por demais reconhecida, basta olhar para trás e pensar quantas obras influentes se dividiram em três partes e a evidência é avassaladora (o ideal era que fossem três, mas assim não eram tantas).Vou, portanto, dissecar (desmembrar talvez fosse a palavra mais indicada) uma das muitas trilogias que por aí polulam. Uma trilogia maravilhosa e que teria um lugar cativo no nosso coração, se acaso nós possuíssemos um.


  • The Evil Dead (1981)

O primeiro filme (todos eles realizados por Sam Raimi) conta a história de cinco amigos que vão passar uns dias a uma cabana no meio da montanha. Na cabana encontram um estranho livro milenar e um gravador que contém uma fita onde um arqueólogo vai relatando os seus trabalhos de tradução do livro. Os jovens aprendem alguns factos pouco agradáveis sobre o livro e um trecho é recitado na gravação, estas palavras acordam demónios diabólicos que supostamente estavam a descansar à sombra dos pinheiros circundantes, a partir daí é sangue por todo o lado e não tarda muito a ficarmos sozinhos com o que vem a ser o grande herói da trilogia, Ash, que tem um trabalho danado a desmembrar todos os seus amigos-agora-zombies e apanha uns valentes banhos de sangue. Muita violência, uns sustos bem pregados e sempre mais sangue de todas as cores, tudo isto bem filmado e com belos efeitos especiais. Um clássico.

"You bastards, why are you torturing me like this? Why?"


  • Evil Dead II (1987)

O segundo filme é o virar definitivo para o registo mais cómico inerente a um filme sobre mortos-vivos, a quantidade de desmembramentos e sangue não decresce (antes pelo contrário) mas o personagem Ash revela-se em toda o seu esplendor e fenomenais one-liners. É aqui que ele se torna o verdadeiro herói reconhecido por todo o nosso mundo. O filme não é bem uma sequela do primeiro, mas também não é bem um remake. Os primeiros minutos, esses sim, são um remake da hora e vinte do primeiro, e depois a história segue um novo rumo. Ash fica sozinho logo no início, depois fica acompanhado da sua mão direita, depois fica sozinho outra vez (glorificando o uso de moto-serras em filmes deste género) e depois utrapassa-se a falta de humanos para transformar em zombies com a chegada de alguns espécimens que vão sendo desmembrados pelo super-Ash. No final é preparado o caminho para o filme seguinte.

"You're going down! Chainsaw."


  • Army Of Darkness (1992)

O último filme da trilogia é completamente diferente dos outros, abandonamos a agradável cabana de montanha e viajamos para o mundo medieval de 1300 d.c. Aqui já não há muitos sustos, nem caves, nem pinheiros violadores, mas há muitas piadas e múltiplos Ashs pequeninos, um clone maléfico, castelos, fossos, moinhos e cemitérios, exércitos de esqueletos e, claro, sangue e violência. A moto-serra (ainda que usada) é substituída por uma mão biónica que Ash genialmente constrói a partir de coisas encontradas num estábulo medieval. O filme não é uma obra-prima, mas é constituído por várias cenas brilhantes de cariz hilariante.

O clímax é aceitavelmente engraçado mas o final é verdadeiramente épico e imperdível – “Hail to the king, baby!”.

1 comentário:

\m/afarrico disse...

É com um grande sentido de respeito pela obra do autor em causa, que escrevo estas subliems linhas em forma de comentario, que sei que serão bem recebidas e glorificadas pelos demais leitores.
Se de facto possuo memorias bem vivas do primeiro Evil Dead aqui apresentado, já o mesmo não é tão claro quanto ao segundo e é bastante escuro em relação ao terceiro.
Ainda assim, penso que posso dizer sem nenhuma margem para dúvidas, que esta é porventura a trilogia que mais me aprecia.
Verdade que, apesar de potenciar a propagação do terror como uma arte, estas películas do Raimi não o são menos cómicas e risiveis. Reparem que não as apelido de idiotas ou ridiculas! Não! Mas podia telo feito.
Ainda mais que os jorros de sangue a rodos, é a mão cortada e auto-locomovida de um espirito de vingança o que eu mais aprecio.

Desde já retiro uma grande lição deste post! Assim, mais ninguém a poderá a ver e dela usufruir.

Procurarei eu próprio, versar em breve sobre uma outra trilogia cinematografica, a escolher.