"Deixai-os pousar, mafarrico, deixai-os pousar ....".
Quantas vezes já me ouviu proferir esta frase, mafarrico? Uma, exactamente. A primeira vez que estupefacto não me viu a arremeter destruidora, agressiva e freneticamente contra um anjinho que pairava a nosso alcance, e me questionou quanto ao que se passava. Passado esse episódio e sendo dotado de soberba inteligência infernal, o meu colega, entendendo o esquema, não mais pôs em causa a minhas acções.
É verdade que às vezes os anjos nos visitam. Muitas vezes, e devido à sua idiota natureza, vêm com ideias de nos converter. Há várias maneiras de lidar com esses seres dependendo de vários factores. O principal, ensino eu, é a paciência com que nos encontramos na altura do embate. Podemos então esquematizar este capitulo em dois pontos.
PONTO 1 - Se nos encontramos sem paciência nenhuma (o que é mais provável), existem muitas maneiras de lidar com o ser angelical. Todos eles são caracterizados por uma violência extrema e bastante rápida. Pode-se usar o esquema tridente, moca com pregos ou o esquema mata-moscas, bastante populares. No entanto a táctica da funda é a minha preferida, este método consiste em usar o anjinho como se de uma funda se tratasse, segurando-o pelas asitas, o anjo comporta-se como uma pedra que se arremessará para as profundezas do inferno onde será devorado por varias criaturas infernais. É divertido q.b..
PONTO 2 - Se nos encontramos num momento zen infernal, podemos dar ao anjo a possibilidade de se passear pela masmorra até ele se sentir seguro. Poderá o inocente pensar que afinal é capaz de conseguir os seus intentos e sair daqui com vida. É nessa altura que nos devemos aproximar sorrateiramente sem sermos vistos. Muito devagarinho, sem fazer qualquer ruído, até estarmos a poucos centímetros da sua nuca, podemos respirar por sobre o ombro da pobre criatura, deixa-lo só pressentir o perigo sem nunca verdadeiramente se aperceber do que se passa.
É importante para o impacto final, deixar-se ficar assim por largos minutos, para o dito animal ficar com aquela sensação que está a ser observado e que nem tudo está bem. Fazemos isto até se nos acabar a paciência.
Brevemente o capitulo segundo.
M.P.
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7 comentários:
Implacável Maléfico,
Não haverá duvidas! Este será, porventura, o tema mais interessante e de maior aplicabilidade em termos práticos, alguma vez apresentado na nossa triste e fria Masmorra. Prepare-se para os elogios que daqui advirão. A sua legião de fãs estará neste momento a preparar uma recepção apoteótica aquando da sua próxima entrada no negro recinto. Estou curiosíssimo para ver como é que ele vai fazer!
Uma vez que a sua dissertação se apresenta ainda numa fase intermédia, faltando ainda alguns tomos para o final, não me irei alongar demasiado.
Para já gostaria de corroborar as suas afirmações e informações sobre tais entidades celestiais e a sua estupidez irritante (continuo a referir-me aos anjos). Para além da extrema teimosia que o caracteriza (a ele), e que muito bem referiu, o anjo é dos seres alados aquele que mais polui ao contrário do que se possa pensar. E porquê? Não sei explicar muito bem, mas se não vejamos e entenderá o que quero dizer com isto, e eventualmente eu também entenderei: O anjo, na verdade não usa as asas como meio propulsor do seu voo. Os referidos apêndices penugentos, são meros adornos, muito em voga no paraíso, usados em festas e eventos mais amaricados e que eles tanto apreciam.
O que lhes permite a arte do voo que eles praticam de forma tão atabalhoada e desastrada, é a aureola que lhes cobre os loiros caracóis (é tudo pintado obviamente) que poucos sabem ser um artefacto altamente radioactivo. Sabe-se que esta forma de energia foi a escolhida, para além dos baixíssimos custos de produção, por ajudar a manter os inergumenos portadoras da auréola num estado latente de estupidez. Só assim se explica o facto de tentarem entrar na nossa Masmorra em números inferiores às centenas de milhar.
Penso que no ponto 2 faltou uma ligação ao ponto 1, no momento em que se termina a paciência.
Subtil a sua referência musica! Killing art…
Como dizem os nossos amigos italianos:
Catch me if you can...
nhénhénhénhénhéeeee...nhé...
deixai-o pousar... deixai-o pousar...
mafarrico,
os apoios e receptividade não foram os esperados, portanto o trabalho vai entrar em hiato. Talvez pegue no Manual durante os próximos dez anos, talvez não. Espere sentado.
A ligação está lá, bastante implicita só entendivel a demónios inteligentes como nós. É esta a razão por que os anjinhos papudos ainda aparecem cá. Eles pensam "pode ser que estejam num momento de paciência hoje e safo-me na boa". São muito burrinhos.
É um prazer indicar referências musicais a tão ilustre conhecedor e apreciador.
vou meditar,
M.P.
Compreendo que para alguém do seu altíssimo gabarito, uma recepção apoteótica na Masmorra não seja suficiente para o fazer mover nem mais uma palha com este tema durante uns tempos. Mas o que são 10 anos para nós, ah caro Maléfico? Já esperamos mais por uma das mensagens deste nosso espaço de tertulia infernal, recorda-se de qual? Sim, exactamente! A 1ª levou mais do que 10 meros anos até ser exposta às chamas negras, e nem por isso tivemos que esperar sentados...
Aviso-o portanto que, apesar de esperar que não o faça, aguardo ansiosamente a sequela deste 1º capítulo que de forma tão curiosa entitulou de primeiro.
Continue...
Caros companheiros demoníacos, do cultivo do mal e disseminação das mais horríveis práticas a nível global e não só:
Estou certo que a aparição de anjinhos papudos pela Masmorra é benéfica para nós.
Por várias ordens de motivos, entre as quais me irei esquecer certamente de algumas, mas comecemos:
Em 1º lugar os anjinhos que aqui aparecem são papudos, e como nós gostamos deles mais gordinhos...são aqueles que além de splash, fazem ploft quando levam com o mata moscas e ficam esmagados contra as paredes sujas e escuras da masmorra..o seu sangue vermelho a escorrer pela parede abaixo é na verdade a minha decoração favorita para as nossas paredes.
Em 2º lugar a aparição destes anjos mostra a sua atracção pelo abismo, a sua curiosidade, o que prova que também eles estão já acometidos de um sentimento malvado de penetração do alheio, a intrusa, algo muito feio como sabemos.
Isto é, o cheiro que emana da Masmorra é de tal forma potente e nocivo que é capaz de penetrar no cérebro das nossas presas (não lhes vamos dar o relevo de os considerar inimigos) e faze-las vir até nós.
Isto só nos poupa trabalho. Aconselho a deixar as portas da masmorra escancaradas determinado dia, para podermos fazer um concurso, que é como quem diz uma matança em série destes pequenos seres angélicos e ainda para mais papudos...que visão de deleite, uma contabilização de quem eliminou mais.
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