quarta-feira, 30 de abril de 2008

ref. discografica 666 - Covenant


Caros comparsas do Mal,

Com o intuito, mais do que qualquer outra coisa, de atingir o mesmo numero de Mensagens do mês passado, ocorreu-me que seria de extremo interesse escrever mais uma referencia discografica, desta feita a nº 666.
Dada a curiosidade de termos atingido este numero tão especial para todos nós, pensei que deveria aproveitar a ocasião para homenagear esses que poderiamos chamar de irmãos, não se desse o caso de não termos com eles qualquer tipo de afinidade familiar. Falo do agrupamento musical Morbid Angel.

Os MA, são senhores de um som poderoso e denso, e uns dos fundadores do genero denominado de Death Metal. Como sabe é um estilo musical muito querido pelas nossas paragens, e muito utilizado pelos nossos para se distrairem dos imensos momentos de ócio com que somos frequentemente confrontados.

Estes demonios, têm uma carreira já longa e os seus albuns são verdadeiros compêndios das artes negras e de relatos demoniacos. Têm a particularidade de os titulos dos seus albuns estarem ordenados por ordem alfabética, quando postos por ordem cronologica e passo a exemplificar:

1986 · Abominations of Desolation
1989 · Altars of Madness
1991 · Blessed are the Sick
1993 · Covenant
1995 · Domination
1996 · Entangled in Chaos
1998 · Formulas Fatal to the Flesh
2000 · Gateways to Annihilation
2003 · Heretic

Resta saber se delinearam este plano desde o 1º dia ou se apenas deram conta da coincidência após uns 3 ou 4 albuns e resolveram aproveitar...

Queria chamar a atenção do conhecedor colega, do 4º album da lista, Covenant, que é para mim uma das melhores obras de disseminação da palavra Satânica de todos os tempos.
Para além de uma catita foto da escrivaninha de trabalho do nosso Maior colocada na capa, temas como "World of shit (the promised land)", "Angel of disease", "Sworn to the Black" e o fantastico "God of emptiness (I. The Accuser, II. The Tempter)" são disso prova.
Na falta de oportunidade de os interpretar a todos, eu mesmo, aqui na Masmorra por manifesta falta de tempo da minha parte, deixo-o com o ultimo desta negra lista...



Tentei de facto, retirar uma ou outra frase mais emblematica deste sublime tema, mas é tal a intensidade desta mensagem, escrita pelo proprio Demo e dirigida ao referido antagonista, que optei por a transcrever na integra:


Lies - And you fill their souls

With all oppressions of this world

And all the glory you receive?

So, What makes you supreme?

Lies - Your crown is falling

I offer fantasy

And you, you creator are

Blind with envy

Let the children come to me

Their mother loves me, so shall they

Woman, bleeding, ate my gifts

Man was close behind

Just like a snake I'm slithering

Thru my world divine

And like the cat I'm stalking

I'll take your soul and You'llBe like me

In emptiness, free

Just bow to me faithfully

Bow to me splendidly

segunda-feira, 28 de abril de 2008

ref. literária 80 - o príncipe

mafarrico,

passado os festejos, voltemos ao conhaque. Porque a vida não é só trabalho como é costume dizer-se.

Estava eu sentado no sofázito do canto da sala de estar da Masmorra, olhar fixo numa mancha branca na parede, quando pensei "Tenho de ir ali sujar aquilo, afinal nem tenho nada melhor para fazer." Nisto ouço a voz do nosso Líder a materializar-se na minha cabeça.

AI NÃO TENS NADA MELHOR PARA FAZER? ENTÃO PEGA LÁ ....



E puuuuuuuuuf , cheiro a enxofre, um pouco de fumo (cof cof) e tinha no meu colo o mais recente tomo desse volumoso livro que é "O Príncipe" de Maquiavél. É um livro prodigioso, escrito no ano de 1513 e que até hoje é sinónimo de perfídia e golpes baixos, falsidade e deslealdade. E mais importante vitória! É realmente impressionante a maneira como o nome do autor ficou sinónimo de alguns dos mais altos valores que seguimos nesta Masmorra.

Dito isto, é fácil perceber que é um óptimo livro para se ter na mesinha de cabeçeira, tanto mais que esta edição que tenho é acrescentada de notas na margem do nosso colega Napoleão que nos vai brindando com uns aprazíveis comentários do estilo : "Não me esqueçerei disto ao lidar com meus antagonistas" em algumas passagens particularmente desprezíveis. Muito bom para impressionar visitas ao dar a entender que se o leu.

Finalmente, a minha opinião pessoal sobre o livro é que ele é intragável, tanto metafórica como literalmente. Experimentei as duas coisas e não dá mesmo.

Abraços literário-patéticos
M.P.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Celebração!

A todos!

Nós, os demónios, damos uma grande importância a tudo o que são celebrações e eventos de carácter sazonal e que portanto para além de repetitivos têm a característica de nos fazerem sentir imutáveis à passagem do tempo.

Sendo que se aproxima a uma velocidade vertiginosa uma das celebrações seculares mais marcantes da Masmorra, não quis deixar de me antecipar e ser o primeiro a trazer à lembrança de todos o porquê da nossa exultação.

Ao contrário dos vulgares humanos e seres celestiais inferiores, nós os demónios somos reconhecidos por uma invulgar longevidade que se aproxima conceptualmente da eternidade.
A forma como o conseguimos é extremamente simples, mas apenas possível graças a uma subtil mas engenhosa manipulação dos factos.
O que fazemos é que, ano após ano, ao invés de marcarmos a passagem do tempo pela contagem dos movimentos de translação deste calhau em torno da estrela mais próxima, celebramos os anos que nos reservamos até à próxima descida de círculo infernal!

Assim, na próxima aurora solar, o co-fundador da Masmorra Infernal Maléfico Patético irá celebrar o facto de que apenas faltam 30 anos para o final da sua presença terrestre. Ora se pensarmos que no ano passado foram 29 e que para o ano serão 31, obtemos o efeito inverso que contraria e anula os efeitos da passagem do tempo!

Dado a recente manifestação de interesse por essa forma de arte que é a colocação de capas de LPs na parede da Masmorra, permita-me que o presenteie com esta bela obra onde aparecemos os dois a ladear o nosso prezado Sr. Satanás.~






Penso que a irei colocar aqui dentro da lareira, para que as chamas lhe confiram um efeito mais conseguido!

Caro Maléfico, que lhe faltem cada vez mais anos para celebrar! São os desejos deste seu comparsa de actos perfidos e carregados de malvadez.

Mafarrico

terça-feira, 22 de abril de 2008

Urgente

mafarrico,

estava eu a realizar uma qualquer tarefa de somenos importância, quando se me prespassou um pensamento pelo meu belissimo e desenvolvido cérebro que me deixou inquieto.

Não fui capaz de ocupar o meu ser noutra tarefa enquanto não viesse aqui repor a justiça aos olhos de si , Dele, e da Masmorra como entidade por si só.

Justiça semântica da maior profundidade possível.

Vou directo ao assunto : parece-me que nunca aqui utilizamos o vocábulo 'ATROZ'. A ser verdade é um escândalo e uma falha da nossa parte, é especialmente agravante para quem nunca nos chamou delicadamente atenção para o facto.

ATROZ
A T R O Z
A TROZ

uma das palavras mais belas do nosso vocabulário. Pode ser que esteja errado e que já tenhamos utilizado no passado, ou até no futuro, mas pelo sim pelo não fico mais descansado e já posso retornar à minha soneca.

Um abraço atroz,
M.P.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

It's fucking art, man!!!

mafarrico,

é a fucking arte, homem! Claro que a sua imensa sabedoria já localizou a que arte pertence esta lírica, proferida por esses líricos de tempos idos.

E a arte? O que é a arte? É uma questão que nos atravessa os pensamentos pelo menos nenhuma vez na vida, ou até menos. Pelo que se impõem que se chame a atenção para ela.

Falemos a sério de assuntos sérios. A arte foi um conceito criado por Satanás para levar uma percentagem considerável da população humana para o Inferno. Passo a explicar, grande parte da população fica bastante irada ao ser confrontada com a dita 'arte' nos museus, basta reparar com atenção como os mortais proferem de forma raivosa "ISTO é arte?". Dito isto, estão a incorrer no pecado da ira, e como se não bastasse, muitas vezes, dão um pontapé no caixote do lixo mais próximo, espalhando chicletes e papeis amarrotados pelo chão.

Entre nós sabemos o que é a verdadeira arte e sabemos que ela é disseminada na forma de capas de LPs Heavy Metal. Ora foi imbuído de espírito artístico que decidi dar um pouco mais de cor à masmorra e escolher um quadro para pendurar na parede.

Primeiro escolhi o local - o corredor que vai dar às salas de tortura da sub-cave. Depois fui vasculhar os LPs em busca da imagem mais apropriada, que tivesse algo a ver com o local, o ambiente e a parte mais poética das nossas não-almas ... a minha escolha recaiu sobre :







O LP homónimo dos Metallica, por certo terá outras escolhas. Pendure-as ao lado deste, se o conseguir encontrar que eu dei uns passos atrás para ver se estava torto, deviei os olhos e não mais o consegui localizar.

M.P.

terça-feira, 15 de abril de 2008

sábado, 12 de abril de 2008

MCa - Capitulo primeiro

"Deixai-os pousar, mafarrico, deixai-os pousar ....".

Quantas vezes já me ouviu proferir esta frase, mafarrico? Uma, exactamente. A primeira vez que estupefacto não me viu a arremeter destruidora, agressiva e freneticamente contra um anjinho que pairava a nosso alcance, e me questionou quanto ao que se passava. Passado esse episódio e sendo dotado de soberba inteligência infernal, o meu colega, entendendo o esquema, não mais pôs em causa a minhas acções.

É verdade que às vezes os anjos nos visitam. Muitas vezes, e devido à sua idiota natureza, vêm com ideias de nos converter. Há várias maneiras de lidar com esses seres dependendo de vários factores. O principal, ensino eu, é a paciência com que nos encontramos na altura do embate. Podemos então esquematizar este capitulo em dois pontos.

PONTO 1 - Se nos encontramos sem paciência nenhuma (o que é mais provável), existem muitas maneiras de lidar com o ser angelical. Todos eles são caracterizados por uma violência extrema e bastante rápida. Pode-se usar o esquema tridente, moca com pregos ou o esquema mata-moscas, bastante populares. No entanto a táctica da funda é a minha preferida, este método consiste em usar o anjinho como se de uma funda se tratasse, segurando-o pelas asitas, o anjo comporta-se como uma pedra que se arremessará para as profundezas do inferno onde será devorado por varias criaturas infernais. É divertido q.b..

PONTO 2 - Se nos encontramos num momento zen infernal, podemos dar ao anjo a possibilidade de se passear pela masmorra até ele se sentir seguro. Poderá o inocente pensar que afinal é capaz de conseguir os seus intentos e sair daqui com vida. É nessa altura que nos devemos aproximar sorrateiramente sem sermos vistos. Muito devagarinho, sem fazer qualquer ruído, até estarmos a poucos centímetros da sua nuca, podemos respirar por sobre o ombro da pobre criatura, deixa-lo só pressentir o perigo sem nunca verdadeiramente se aperceber do que se passa.

É importante para o impacto final, deixar-se ficar assim por largos minutos, para o dito animal ficar com aquela sensação que está a ser observado e que nem tudo está bem. Fazemos isto até se nos acabar a paciência.



Brevemente o capitulo segundo.
M.P.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Manual de Caça ao Anjo - Introdução

mafarrico,

os anjinhos são nossos antagonistas desde sempre. Um anjo é um ser limpo e portanto desprezível. Um anjo pratica boas acções sem retirar daí nenhum orgulho e proveito pessoal. Um anjo pensa no bem da humanidade e tudo faz para que o mundo evolua favoravelmente. Um anjo é conciliatório e prefere ficar calado a dar uma opinião controversa ou menos pensada. Um anjo é um sinal de pureza. Nós odiamos anjos.

Como seres superiores que somos (mesmo entre iguais somos superiores) e juntando o útil ao agradável, decidi deixar para as gerações demoníacas passadas um texto escalpelizando a temática da caça e posterior destruição do anjo. Dividi o meu trabalho, que ainda não fiz, porque eu não só vou escrevendo os meus textos sem rascunho, como a maior parte das vezes escrevo muito antes de pensar no assunto em questão (ora aqui está um bom exemplo disto mesmo). Dizia eu, dividi o meu trabalho em duas partes.

1ª Parte - O massacre do anjo - relaxadamente na Masmorra / deixai-os pousar!
2º Parte - A carnificina do anjo - laborando em terreno neutro
3ª Parte - A matança do anjo - piquenique no paraíso

Como agora está na moda as mensagens em vários episódios, despeço-me. Continuarei este trabalho quando menos oportuno.
M.P.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

O corcel não-alado, parte II - queda atrás de queda

Desejo pegar na narrativa no mesmo ponto em que a abandonei no post anterior, mas dada a natureza virtual deste meio de comunicação, que encetamos há já algumas décadas, tal prova-se impossível. Poderia tentar imprimir o texto e depois eleva-lo segurando no papel de suporte, com as pontas das garras precisamente no último ponto final que utilizei para por um terminus à primeira parte da épica historia. Mas tal provar-se-ia inútil e desnecessário, pois iria ter que dedilhar no teclado com apenas uma das mãos (a outra estaria a pegar na narrativa anterior precisamente no ponto em que a tinha abandonado).
Decidi portanto prosseguir a partir do ponto seguinte e sem lhe pegar.

Voltemos portanto atrás para apanhar o fio à meada, como dizem os antigos. Nunca percebi bem esta expressão, mas como eles são antigos, também é natural que já não se perceba bem o que eles estão a dizer. Se calhar estão a dizer qualquer coisa como “apanhar frio à geada”, ou qualquer coisa assim do género.

Bem! Estava eu perante a imóvel máquina infernal, e sem saber como agir para a fazer chegar ao local onde poderia receber a devida assistência. Querendo evitar as expensas do serviço de um reboque profissional, devidamente equipado e habilitado para o efeito (já vai entender o porquê deste aparte), tenho o magistral golpe de génio de recorrer aos favores da moderna e não muito disponível frota de transportes da empresa onde exerço funções profissionais de fachada. Rapidamente me foi dito que não me preocupasse! A ajuda ia a caminho!
Após alguma confusão na explicação do local onde me encontrava, deixei-me ficar calmamente à espera, estupidamente sentado no corcel não-alado, como que pronto a arrancar a qualquer momento, aos olhos de quem passava. Como estava calor e ao fim de um tempo de espera já considerável, resolvi retirar novamente toda a equipagem de protecção que me cobria. Isto porque o suor já me escorria pelo corpo todo e achei que já não seria necessário continuar a emitir uns sonoros VRUMMMM, sempre que alguém passava e parava a olhar para mim. E de facto resultou, na medida em que se mostrou mais discreto, sentar-me no passeio de costas voltadas para a, inapta para o movimento, maquina infernal.

Mas estes eram apenas os momentos de calma antes da tempestade, caro colega. Imagine se puder, o meu terror, o pânico que assomou no meu espírito, já de si maligno, quando vejo em lenta aproximação, vinda do fundo dos infernos em meu suposto auxílio, sabe quem? Sim, essa mesma carrinha! A que me acompanhou numa outra aventura que tive a oportunidade de relatar aqui mesmo.
“Oh Diabo!!”, exclamei em voz alta quando se fez noite na minha mente e me apercebi que estava a ser vitima de um convénio de maquinas maléficas!
Ainda a refazer-me do impacto da confrontação com a verdadeira e desesperante natureza da minha situação, entro em dialogo com o motorista que a vil viatura tinha trazido consigo, e após não muito tempo constatamos que teríamos que colocar o corcel dentro da carrinha (obvio até aqui), mas à mão, ie, em peso… Não havia forma de a fazer subir de outra maneira.
Após o que me pareceu uma das coisas mais estúpidas que alguma vez fiz, e sabe-se lá apelando a que forças dos confins da terra, lá nos deparamos com a imagem mais reconfortante de um bólide no interior do outro.
Mas como explicar a sensação de que ambas as maquinas me olhavam com sorrisos irónicos e sarcásticos? A resposta veio lesta e fulminante, com a afirmação do motorista: “mas agora alguém tem que ir aqui dentro, se não a mota cai na 1ª curva”. Sendo ele o motorista e após um rapidíssimo raciocínio de eliminação por defeito, sobrou apenas um nome: o meu.
Consternado e conformado com a minha sorte, subo para o interior do espaço de carga onde já se encontrava à minha espera a minha suposta fiel comparsa, agora não com um sorriso mas dando gargalhadas infernais.

Permita-me um pequeno parêntese, para recordar que, tratando-se de um carro de carga vulgo “de caixa fechada”, a dita viatura de transporte não possuía nem janelas nem qualquer tipo de aberturas que permitissem a entrada de luz ou mesmo ar para o seu interior. Uma fracção de segundo antes do bater esmagador da porta ao fechar-se, constatei ainda que a referida porta não possuía qualquer forma de abertura a partir do seu interior.

Encontrava-me neste momento, naquele que eu julgava ser o pico do pânico de toda esta situação! Fechado, nas entranhas da carrinha infernal, sozinho com o maligno corcel não-alado e sem hipótese nem de fuga nem de defesa…
Mas como se apraz dizer, não há nada que esteja mal que não possa ficar pior! E de facto, tal aconteceu (como seria de esperar).
Mal iniciamos o movimento (lento, muito lento) tornaram-se evidentes quais os diversos perigos que teria que enfrentar: qual rodeio dos infernos a vil montada, parecendo ganhar nova vida própria tentava sistematicamente enviar-me ao solo, tendo eu que apelar a todas as fibras do meu fortíssimo corpo e de todas as minhas capacidades (até agora desconhecidas) de equilíbrio. Tudo isto à medida que o forte odor a gasolina (recordo que tinha acabado de abastecer) se me entranhava no cérebro, causando um enjoo crescente que tomava conta do meu ser numa espiral de desespero.
Quando Dante tomar conta desta ocorrência certamente irá re-escrever a sua obra onde relata a sua descida aos Infernos, pois não foi menos que isso, caro amigo, aquilo o que eu vivi nesses intermináveis minutos que decorreram até à chegada ao nosso endereço final.

Uma vez chegados, e sentindo o abrir da porta, visualizando uma nesga de luz (admito que desta vez foi um alivio) precipitei-me para o exterior, tentando manter uma postura digna de qualquer alto signatário dos Infernos, como nós próprios, mas não o suficiente para evitar a questão “está tudo bem? Está-se a sentir bem?”.
Obviamente que não dei parte de fraco e apesar da coloração verde da minha derme, emiti um sonoro “AH! Seria preciso muito mais do que duas simples maquinetas para me derrubarem, a mim Mafarrico!”. Só após observar a cara espantada do receptor da minha mensagem, me recordei que a minha entidade demoníaca não era dele conhecida, pelo que disfarcei e comecei a falar do tempo.

O restante, Maléfico, são apenas factos de somenos importância. A constatação de que o problema era apenas da bateria e que poderia facilmente ter resolvido a questão no local sem quase ou nenhum aparato, foi-me dada como se de apenas um pormenor se tratasse, e eu tivesse estado a aproveitar para fazer um passeio matinal à custa do tempo da empresa onde deveria estar há algumas horas e para onde me dirigi de imediato, ainda lívido e em profunda reflexão sobre os eventos passados e qual o seu significado.

Passados que estão alguns dias sobre os eventos relatados, devo informa-lo que estou perfeitamente recuperado e só ainda não voltei a cruzar as estradas com o corcel não-alado, por manifesta indisponibilidade da parte dele.
De qualquer forma aqui fica o meu bem-haja pela preocupação que não chegou a demonstrar mas que sei que sentiu, tal a ansiedade em conhecer o desfecho de mais este relato verídico do trabalho do Demo.

Mafarrico

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O corcel não-alado, parte I - ascenção e queda

Cómico Maléfico,

Venho desta feita relatar-lhe mais um daqueles episódios que nos acontecem frequentemente, a nós que nos entregamos com total devoção às práticas malignas e que praticamos inconscientemente as entregas demoníacas. Acontecem mais a mim do que a si, mas acredito que seja apenas pelo facto de que o prezado colega não faz delas notícia, enquanto eu tenho este gosto de partilhar a riqueza das experiências vividas durante a nossa negra labuta.

Como será eventualmente do seu conhecimento, recentemente adquiri de forma totalmente gratuita, um aparelho de locomoção bi-rodado. Digo de forma gratuita, porque de facto não despendi nenhuma quantia monetária para o poder comprar, ie, o acto da compra foi oferecido apenas tive que pagar o bólide em questão.

Este poderoso corcel metálico, apesar da sua proveta idade e aspecto um pouco decadente, pareceu-me desde o primeiro momento em que o visionei, como o aliado ideal para espalhar o mal e sofrimento. Só é pena não ser alado como os corcéis do Inferno, mas em compensação o enorme baú recheado de riquezas que entreguei à guarda da entidade que fez a transacção, esse sim, ganhou asas e voou rapidamente para longe da minha vista e provavelmente para todo o sempre.

Mas como dizia, foi possível percepcionar desde o segundo instante (no 1º eu não estava bem a perceber o que aquilo era), que estava perante mais uma das criações do Demo, postas na terra para infernizar a vida dos homens (mulheres, crianças, idosos, tudo o que mexa e se meta à frente dela…).
E adivinhe quem foi a 1ª vítima da maldade pérfida do corcel não-alado? Adivinhou. Fui eu próprio.

Uma bela manhã de um destes dias que não sendo o de amanhã era posterior ao de ontem, com o astro solar a reinar nos céus e com a boa disposição a pairar pelo éter, coisa que a mim me deixa particularmente afectado e de má disposição, resolvi que era chegado o momento de libertar a fúria destrutiva do tenebroso e locomotivo aparelho infernal.
Pleno de confiança e bastante nervoso com o medo de cair ao chão, coloco toda a parafernália de equipamento de protecção (meros itens de adorno para mim, como sabe a minha pele é mais rija que o aço) e dou o sinal que colocou em acção toda a mecânica brutal de tão possante artefacto andante.
O corcel solta um rugido rouco e gutural, que me deixa perplexo de espanto, visto que tratando-se de um corcel esperaria um relincho. Mas vendo bem, isso não seria muito assustador, por isso não liguei.
Sabendo da sofreguidão que o meu novo parceiro do Mal tinha em iniciar as praticas maqueavélicas, decido dirigir-me a um usualmente denominado posto de abastecimento, outras das invenções de génio do nosso Mestre, uma vez que aí consegue por as pessoas a pagarem para poluir.

Consegui atingir o meu objectivo primário sem sobressaltos de maior e sem quedas aparatosas. Não pude no entanto de deixar de reparar, na deferência assustada dos vulgares humanos à minha apoteótica aparição. Era vê-los, com os olhos raiados de terror a desviarem-se de qualquer forma, de modo a abrirem alas para a minha passagem. Ainda esbocei uns acenos de agradecimento, mas isso acabou por induzir uma ligeira queda nuns arbustos que por ali passavam. Mas nada que retirasse a dignidade aquele momento.

Chegado à bomba, após me ter desenvencilhado do equipamento que me atrapalhava mais do que protegia, e com uma voz de trovão emoldurada por um opus magnífico de buzinas dos veículos que me precediam na fila, vociferei estas palavras épicas para o pasmado interlocutor: “É 10 euros se faz favor!”.
E eis chegado o momento em que fui confrontado com o árduo teste que se aproximava. Após terminada a complexa operação de abastecimento (complexa porque implicou colocar novamente todo o equipamento que escusadamente tinha retirado), profiro as antigas palavras, o mantra satânico próprio deste ritual e simultaneamente carrego no misterioso botão com as enigmáticas inscrições “start”, e …. Nada! Rigorosamente nada foi o que se passou a seguir. O monstro das profundezas tinha-se calado e recusava-se terminantemente a por em movimento os pistões das suas entranhas.

Num crescente épico e glorioso das buzinas e perante um amedrontado pedido, feito em profunda reverencia pelo funcionário da dita bomba, que me rogou prostrando-se para que eu “desamparasse a loja…”, esquivo-me para um canto mais escondido e fico em profunda meditação e contemplação olhando para o vazio, sem ideia do que fazer. O meu aspecto, aparentemente catatónico, chamou a atenção de alguns transeuntes sendo que um deles disse “não anda? Chame o reboque!”. De repente fez-se luz no meu cérebro e tomei uma decisão temerária! Decidi chamar o reboque.
Mas qual reboque? Eu não tenho nenhum reboque, se não andaria de reboque no dia-a-dia. Assim teria sempre um quando precisasse dele. Muito básicos estes humanos.

Opto neste momento por fazer uma pausa e um breve interludio nesta narrativa. Em breve retornarei com a segunda parte desta saga epopeiaca.

Até breve Maléfico!
Mafarrico

ref. discográfica 666 - riffs e mais riffs (ganda malha pá!)

mafarrico,

deixemo-nos de brincadeiras com as referências musicais, chegados ao numero bestial é importante quedarmo-nos por uma rodela vinilica que seja verdadeiramente uma referência.

E qual é o melhor disco de speed/thrash metal de todos os tempos idos e vindouros? É o Rust In Peace. Mas como já sabemos que o sr. que idealizou essas gravações caiu em desgraça, não o vou sequer mencionar.

O meu disco escolhido para este nr. 666 é o Alice In Hell.

A melhor maneira de tecer louvores a este disco é desafia-lo de uma forma agressiva e prepotente, mesmo à laia de quem quer porrada : Aponte-me uma falha nestes 37 minutos de rodela plastica! Aponte ande lá. Apontar é feio por isso ... aponte!

Tirando a voz do , infelizmente, vocalista (os outros têm má voz mas não se nota) que é um bocado lodosa. Aponte-me uma falha neste disco ideal.

É só riffs e riffs, ritmos do Diabo, de tal forma diabólicos que o headbanging involuntário se faz notar ao longo de todo o disco. Diria mesmo que é perigoso ouvir estes sons num sitio menos próprio porque tentar evitar o dito headbanging pode dar azo a lesões graves ao nível do pescoço e coluna. E é uma pena que esta banda tivesse cedido ao impulso que ataca muitos agrupamentos que é o de "evoluir musicalmente", é uma idiotice. Tivessem eles feito exactamente o mesmo disco anos a fio com as musicas idênticas (ou iguais,quero lá saber) e seriam os meus preferidos, mas não, tiveram de "evoluir". Idiotice! Agora cederam aquele outro impulso, também esperado ($$$) de "voltar às raizes", não! agora já não quero.

Estou a divagar.

Ref. 666 - Annihilator - Alice In Hell

Ponto alto - Human Insecticide - musica 9 do primeiro ao ultimo segundo!!! Ou a instrumental Schizos Are Never Alone .... não me consigo decidir. O tema que verdadeiramente introduz todo o album é perfeito. W.T.Y.D é perfeita!
Ponto baixo - a introdução na forma da primeira faixa, guitarras acústicas em harmonia perfeita? Ide logo pró que interessa!



Re-ta-li-ATE!!!
M.P.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

uma lição para a (curta) vida

mafarrico,

estava eu num momento de descontracção, sentado numa esplanada infernal a contemplar as negras estalactites do firmamento quando me chama a atenção o burburinho causado pela brincadeira de dois demóniozitos que por ali andavam. Eis a conversa infantil e desprovida de inteligência que os dois tiveram.

Diabinho 1 diz:
tou a brincar
Diabinho 2 diz:
tas nada, nao és um demonio a serio. vou dizer ao satanás!
Diabinho 1 diz:
diz burro! diz, a ver o q acontece ... ele tb não gosta de ti nem das tuas asneiras. buurro!!!!!! parvo!!!!és um catolico praguejante.
Diabinho 2 diz:
vais ver! vais ver! vou-lhe dizer e tu vais ver!
Diabinho 1 diz:
pois vou! vou ver tu a seres consumido pelas chamas.
Diabinho 2 diz:
vais nada.
Diabinho 1 diz:
ai vou vou, tu mesmo disseste antes
Diabinho 2 diz:
vais é ver uma chama labareda na tua direcção
Diabinho 1 diz:
eu desvio-me mt rapido para o lado e a chama dá a volta e acerta-te! ahahahahah , ganhei.
Diabinho 2 diz:
ahahahah, era giro! fluuuuuuuuuuuuuuush!!! mas o satanas ressuscitava-me
Diabinho 1 diz:
oh pois era ele faz sempre isso.
Diabinho 2 diz:
pára com esta conversa!
Diabinho 1 diz:
para tu primeiro
Diabinho 2 diz:
tu é que começaste
Diabinho 1 diz:
foi nada, foste tu
Diabinho 2 diz:
foi sim ... tu!
Diabinho 1 diz:
eu! não, tu! és um diabo palhaço
Diabinho 2 diz:
nao, eu! nao! tu! palhaço és tu diabo

nesta altura levantei-me com um sorriso nos lábios, aproximei-me das crias, inclinei-me para eles e disse-lhes " SENHOR!!! Satanás. Miúdos! Para a próxima mostrem mais respeito pelo nosso Mestre.", Mas não haverá próxima, pois logo de seguida lhes mandei tamanho pontapé na zona das caudas que eles voaram e ficaram empalados nas estalactites.

O que, penso, chamará muita clientela para aquela esplanada durante os tempos mais próximos.

Um abraço.
M.P.

Mensagem de 1º de Abril pt.III

mafarrico,

as regras do bom senso dizem-nos que para termos uma boa perspectiva de qualquer assunto devemos distanciar-nos, contemplarmos e reflectirmos sobre esse mesmo assunto.

A temática do 1º de Abril não foge a essa regra (a única temática que foge é o futebol), e portanto pareceu-me lógico que com o distanciamento de um dia já poderia dar uma opinião educada e salutar sobre o assunto.

Quer-me parecer que a contemplação e a reflexão dão demasiado trabalho para um assunto destes.

Assim me despeço completando este trilológico trabalho sobre o 1º de Abril.
M.P.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Mensagem de 1º de Abril pt.II

Mentiroso Maléfico,

Ao contrário da mensagem anterior, este post não pretende versar sobre o tema incontornável do dia, que é o facto de estarmos a atravessar essa quadra anual denominada de 1 de Abril.

O dia 1 de Abril, poderia ser facilmente incluído como temática de discussão aqui na Masmorra e referido com toda a legitimidade, visto tratar-se de um período de vital importância para todos os demónios, que como nós gostam de uma boa mentira. De facto, passamos todo o ano à volta desta coisa de espalhar o sofrimento, a maldade e a mentira pelo mundo, e neste dia temos o prazer de testemunhar os resultados da nossa labuta, quando vemos a alegria estampada nos rostos de todos, petizes a graúdos, enquanto praticam essa acto normalmente considerado vil e pérfido.
É um dia de glorificação para nós, seguidores do mal.

Sem querer dar qualquer tipo de destaque a este tema, apenas me limito a enfatizar que o 1 de Abril, apenas não é o dia nacional do Inferno, porque na verdade, os domínios de Satanás não são uma nação. Estamos muito abaixo disso (literalmente)!

A mentira, é uma das actividades iniciativas, preferidas do nosso Mestre. Todos nós nos recordamos da 1ª mentira oficialmente registada no livro das mentiras oficialmente registadas – “LMOR”.
Atravessávamos nesses dias um período de franco domínio do “outro lado”, logo após a criação do então intitulado paraíso, quando a totalidade da população mundial estava completamente subjugada aos desígnios da bem e da verdade. Em abono dessa mesma verdade, eram apenas 2 o total da população mundial, mas ainda assim e termos estatísticos eram 100% do lado deles e 0% do nosso. Enfim, algo estava mal!
Vai daí, de que é que se lembra o nosso Lorde das Trevas para encetar o volte-face? Da mentira, pois claro!!!
E num piscar de olhos, recorrendo apenas a um simples fruto e a um réptil, com um golpe baixo de génio, consegue introduzir a discórdia e o ódio no seio do lar celestial, e empatar a coisa colocando a fasquia nos 50% - 50%, e dando um terminus aos planos paradisiacos da humanidade em geral.

Enfim, mas o principal objectivo deste meu contributo literário para a Masmorra Infernal, é relembrar a todos que faz hoje exactamente um ano, que celebramos aqui mesmo o 1º aniversário do dia 1 de Abril, isto desde 2006! Esse sim, motivo maior, digno de relevo e enaltecimento e que nos faz sempre soltar uma lágrima de emoção.

Abraços mentirosos para todos os que lerem estas linhas repletas de verdades,

Mafarrico
\m/

Mensagem de 1º de Abril

Estimado Maléfico,

Ao contrário do que o título desta mensagem possa sugerir, esta não é uma verdadeira missiva do dia 1 de Abril.
De facto, a falácia e a incúria, não são os verdadeiros objectivos desta comunicação, que quero que seja um exemplo de verdade e honestidade, tal como sempre existiu e foi praticada neste vil espaço escuro.

O motivo que me leva a dirigir-lhe estas dolorosas palavras, é uma não menos dolorosa decisão que decidi levar à prática após longa e não muito custosa reflexão.
Como o diabólico colega poderá ter pressentido, nos últimos tempos tenho andado arredado deste espaço por motivos que não sendo pessoais nem profissionais, acabam por ser completamente desconhecidos e alheios à minha pessoa. Facto é que, os ímpetos que me levaram em tempos a verdadeiros rasgos de génio que permitiram brindar o resto da comunidade com pequenas obras de arte da literatura, se foram esvaindo e estão hoje mais fortes do que nunca. Essa perca de falta de motivação, levou-me a levantar algumas questões sobre a genuinidade do interesse do valor da vontade de continuar.

Sugiro que faça aqui uma pausa para respirar e recobrar forças, para que possa ouvir o que estou prestes a escrever. Respire fundo, feche os olhos e continue a leitura atenta do que se segue.

Como lhe dizia, a difícil decisão está tomada e apresenta-se como irreversível, tal é a força férrea da minha vontade. Nada, nem ninguém me poderão demover deste desfecho, algo trágico admito, mas que assenta em bases tão sólidas como uma coisa assim que seja mesmo muito forte, assim uma coisa que aguenta muito peso em cima e normalmente é dificílimo de partir e é assim mesmo muito forte... Enfim, estou inamovível na minha resolução e nem pedindo se faz favor poderei voltar atrás (bem, se pedir com modos... pode ser que...).

Passo então à comunicação formal que se faz esperar desde o início desta mensagem, que começou na primeira linha e se estendeu até este ponto. Agora este.

Vou continuar! Não vou abandonar a Masmorra!

Apesar dos fortes apelos a que o faça por parte de toda a comunidade, mantenho-me agarrado qual lapa, a este blog de inspiração satanicó-musical, e reitero o meu desejo de continuar a espalhar a palavra do Demo e a escrever coisas completamente desprovidas de sentido e inóspitas em termos de conteúdo.
E antes de me despedir com um saudoso até já, quero deixar bem patente que o seu apoio e ânimo nunca estiveram em causa! Isto porque nunca estiveram presentes também. A si, apoiante Maléfico o meu bem-haja, pela força e pelas palavras de apreço e veneração que por certo me irá dirigir.

Este que se despede e assina,
Mafarrico!