quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Caos Emergente 2009 – (apenas +)Uma visão

Passados que estão uns breves 5 anos, sobre os eventos premonitórios de outro 11/09, eis que no mesmo local e na mesma data, novamente pela mão peluda do nosso líder chifrudo, teve lugar outro acontecimento do mesmo calibre demoníaco: o Caos Emergente 2009!

O local desta feita não foi o centro de NY, mas sim um pseudo campo de futebol num sopé duma colina em Recarei, Paredes. Assim à primeira vista as semelhanças não eram muitas, mas à segunda vista aquilo assemelhava-se bastante com o “ground zero”.
Se esse facto e a data coincidente, pudessem deixar dúvidas, em algumas mentes incautas e descrentes, sobre quem puxava os cordelinhos, o cartaz das bandas invocadas por certo as deitaria por terra: Moonspell, Napalm Death e Holocausto Canibal estavam ali sob as ordens daquele que bem sabemos sendo que se tornou assim imprescindível a presença em força da Masmorra Infernal do Sr. Satanás: Mafarrico, Maléfico e Diabolicus marcariam este evento com a sua presença física. Assim estava escrito nos Seus desígnios, assim seria feito.

Coube-me em sorte relatar a minha versão dos factos do que se passou então nessa apoteótica noite.
Tentarei ser o mais imaginativo e vago na descrição dos factos, para que todos os que não estiveram presentes (e foram muitos!) possam ficar com uma ideia do que perderam.

Antes de mais uma palavra de desprezo à organização pelo árduo trabalho que teve e por não ter colocado uma única placa de orientação ao longo dos inúmeros trilhos que calcorreamos nas nossas diversas abordagens à problemática de como chegar ao local. Se pensaram que com isso poderiam impedir a presença em massa da Masmorra, enganaram-se por ventura! Nada nem ninguém evita a nossa presença nos locais onde não queremos ir!
Eventualmente chegamos, e quando pensávamos que já íamos tarde, lá estava à nossa espera, mesmo em frente à entrada do recinto, aquele que seria por certo o melhor local para aparcar a viatura. Coincidência? Por esta altura já ninguém acredita nisso com certeza. A mão do Demo estava presente e fazia-se notar.

Após o longo repasto, sob a forma de bifanas, em que ingerimos o putrefacto suíno vencedor da corrida que havia tido lugar nesse preciso local há meses atrás, dirigimo-nos em massa ao arruinado recinto transformado em tenebroso Coliseu do Mal, de onde já saíam sons indicadores de alguma actividade maligna.

A entrada foi triunfal! Todas as cabeças dos presentes se viraram num só movimento para o local para onde estavam a olhar, como que atraídos por um íman desmagnetizado pelas nossas sumptuosas e luxuriantes armaduras que nos cobriam de magnânime vaidade. Os nossos poderosos dorsais não deixavam duvidas de quem éramos e ao que vínhamos. Enquanto nos aproximávamos perfilados, todos os que se nos apresentavam de frente afastavam-se assim que viam as nossas costas!

E foi assim, sob a pesada atmosfera que sempre cai quando se juntam os três infiéis redactores deste espaço, que entraram em palco os primeiros executantes dignos de nota, os Holocausto Canibal.
O que dizer sobre estes exímios executantes da nobre arte do Grind Core? Que são quatro (se bem me recordo), que bateram um record de rpm com os seus pescoços e longas cabeleiras, que a vocalização dos temas habilita desde já o seu front-man a participar na corrida de suínos do próximo ano (os meus parabéns) e que têm os títulos de musicas mais cómicos do mundo.

E de seguida, demónios me valham, se não foram os próprios Napalm Death que ascenderam ao palco: Barney Greenway, Mitch Harris, Shane Embury e Danny Herrera estavam ali perante nós (Jesse Pintado não pode vir. Já morreu). Debitaram toda a sua energia num estilo inconfundível. Ritmos pesados, música directa ao assunto sem rodeios. Plenos de atitude em palco, estes velhos diabos mostraram que os anos não lhes pesam e deram um dos melhores concertos a que tenho assistido.
Por esta altura já o Diabolicus, o menos experiente nestas andanças, se mostrava completamente entrosado, permitindo que os poderosos ritmos infernais debitados tomassem conta de todas as fibras do seu corpo. Foi um momento de orgulho vê-lo a executar eximiamente a difícil e perigosa arte do headbanging como se não houvesse amanhã! Pena o seu ombro lesionado, senão conforme o próprio disse, teria entrado de cabeça no mosh e desbaratinado todos os demais com as suas poderosas patadas e violentos chapadões.

Ainda a ressaca dos Napalm nos enchia as frias veias, quando surgem em palco os lusos Moonspell.
Com uma atitude bastante mais “poser” que os anteriores, os Moonspell levaram o dramatismo e a encenação aos níveis mais elevados da noite. E lograram um excelente resultado diga-se! Os temas musicais mais recentes resultam excelentes ao vivo, o que combinado com as inúmeras imagens heréticas e mensagens subversivas que surgiam no enorme ecrã, precipitaram os presentes numa espiral hipnótica.

Finda esta actuação, e após uma breve escaramuça com o Maléfico que continuava a registar imagens com a sua máquina e recusava-se a compreender que o festival estava terminado, dirigimo-nos ao exterior com os nossos cérebros completamente saciados de energia maligna.

De regresso ao covil, ainda uma paragem para colher uma vaca que nos serviu de repasto e em jeito de encerramento desta notável incursão pelos ritmos infernais do Sr. Satanás, uma rápida sessão de playstation com a Dinomania, versão macacos, a surgir no seu máximo esplendor.

Aqui ficam alguns dos momentos das bandas presentes, enquanto estas nos presenciavam no público:




7 comentários:

Maléfico Patético disse...

interessante a analogia entre o complexo desportivo nun'álvares e o ground zero na longínqua New York.

Diria mesmo que é a única coisa interessante no seu relato, se isso, claro, fosse verdade. È a única coisa interessante no seu relato.

De resto está tudo relatado de forma soberba e de tal forma bem documentada que ao ler o relato abate-se sobre mim uma sensação de já-visto, como que se estivesse a reviver tudo.

Na minha humilde opinião é o segundo melhor relato da nossa jornada alguma vez editado, até à data.

\m/afarrico disse...

Caro colega!
Não é todos os dias que se recebe um tão contundente elogio proveniente de tão retorcida mente, como é a Vossa.
Se a sua opinião é a de que este relato apenas fica atrás, em termos de rigor e objectividade, do que foi redigido por V/Ex.a, resta-me o espanto e a incredulidade visto que essas caracteristicas nunca foram um objectivo durante o correr da minha pena.

Maléfico Patético disse...

Soberbo comentário caro mafarrico, sabe que eu não aplico tão soberbo adjectivo a qualquer coisa.

Soberbo!

A sua soberba pena corre?

\m/afarrico disse...

Corre! De facto corre.
Compreenderá por certo, que nos dias que correm, seria incorrer em erro se afirmassemos que o correr da pena, esse precioso objecto que permite a mentes como as nossas descorrer pensamentos no papel, não passava de uma figura de estilo.
Não! A minha pena é real e corre!

O chato é depois passar tudo para o computador...

Diabolicus disse...

Meus caros, um pouco de óleo na fervura e gasolina na correria das penas..pois eu acabei de ter uma segunda sensação de dejá vu!!

Depois do relato do Maléfico, este post do Mafarrico fez-me pensar que estava a reviver tudo pela terceira vez.

Pelos vistos, apesar de estarmos a acompanhar o Caos Emergente com olhos, cérebros e estômagos diferentes (e ainda bem) as sensações foram captadas de forma bem semelhante por todos.

Devia ser das armaduras serem iguais, é a única explicação que encontro para estes relatos serem tão parecidos e descreverem factos tão coincidentes no tempo e espaço.

\m/afarrico disse...

Sim, sem dúvida caro Diabolicus! Isso e o facto de ambos os três relatos se referirem ao mesmo evento.

Aproveito para recordar que, para que a trilogia esteja completa, falta um testemunho escrito de algo ou alguém...
E já agora, espera-se que para além de inovador na forma e estilo, que seja revelador de factos ainda não mencionados.

Aguardamos impacientemente!

Maléfico Patético disse...

Aguardamos?