domingo, 24 de maio de 2009

Tiveram Sorte!!


...Mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados em êsse fogo os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que d'elas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios destinguiam-se por formas horríveis e ascrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa senhora que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.



3 comentários:

\m/afarrico disse...

Recordo-me bem deste dia…
Esta descrição que o Diabolicus aqui nos traz, reaviva a memória sobre este que foi um belo massacre de almas, daqueles à antiga mesmo! As almas a voarem pelo ar, envoltas em chamas e pavor, uivando de dor e desespero.
Nós, em voos rasantes a velocidades alucinantes pelo meio do caos e do pandemónio, distribuindo golpes certeiros de tridente e cuspindo fogo sobre os pobres desgraçados que volteavam desnorteados pelos ares. Um épico caso de “good, friendly, violent fun”!

Os três fedelhos é que se escaparam de facto. Estive quase a pôr-lhes as garras em cima, mas quando ia a esmagar-lhes os pequenos crânios, o nosso Maior disse-me de soslaio – “deixa passar, ainda não chegou a hora desses virem cá para baixo. Preciso deles lá em cima...”.
E lá foram os petizes de volta ao seu mundo, fisicamente incólumes, verdade, mas com uma amnésia induzida pela hipnótica influência de Belzebu.
Assim se explica obviamente que o 3º segredo tenha sido, não guardado, mas esquecido! E o homem de branco não se safou do balázio que para ele estava destinado... eh eh eh

Gosto do conceito de “ animais transparentes e negros”. Não faz muito sentido.

Diabolicus disse...

Hilariante caro Mafarrico, nem me lembre desse dia que me desfaço aqui a rir.

A cara dos pequenos era por demais engraçada, acho que ainda ficou um pouco chamuscada. Não fosse a elevada cultura dos pastorinhos e tinham percebido que eramos nós e tudo não passava de uma encenação do Demo pra lhes comer a cabeça..

Vou inclusíve colocar aqui a expressão de susto das criaturinhas.

No relato da que sobrou para contar, é repetida por duas vezes a expressão que citou "brasas transparentes e negras" e "animais transparentes e negros", o que prova que alguns conceitos linguísticas foram assimilados de forma aleatória pela senhora Lúcia.

Maléfico Patético disse...

Belos momentos recordados nestas paragens.

Lembro-me perfeitamente de termos comentado entre nós "ninguém vai acreditar nisto", o que é certo é que acreditaram mesmo, e não só acreditaram como foram lá ver se havia mais.

É assim o povo.