terça-feira, 9 de março de 2010

ref. discografica 666 - Arizmenda

E assim acontece nesta esfera infernal em que nos movemos.

O suportável colega mafarrico andou a visitar colegas de masmorras distantes e chegou-me com um desafio : "Vil Maléfico" - disse-me ele. "Porque não escreveis uma crónica sobre o agrupamento designado como Arizmenda?"

Retorqui: "Arizmenda? Pelo que ouvi falar parecem ser um bom bocado de estrume destilado e vomitado pelos bodes negros das profundezas".
- "Sim, deverão ser um belo esterco infernal." - vociferou Mafarrico. "Mas eu agora tenho de ir arranjar as unhas dos cascos e não tenho tempo de gatafunhar as paredes da nossa Infernal Masmorra. Porque não tentais vós a tarefa de dar a conhecer ao mundo estes desconhecidos?"
- "Assim farei!"

E assim se iniciou um aturado labor de pesquisa que durou cerca de cinco minutos, não encontrei nada digno de nota, nem tão pouco consegui ouvir qualquer som ou arranjar uma fotografia de suas, sem dúvida feias, frontes.

Aproveito assim, para chamar a atenção para o que tem vindo a rodar insistentemente no gira-discos maléfico, uma rodela plástica de grande qualidade, editada no ano de 2008. Refiro-me a "Bird Of Prey" dos Zozobra. Um debitar constante de grandes e potentes ruidos, onde a mestria e peso sonoro é de louvar. Fatias como "Heavy With Shadows", "Sharks That Circle" ou o fenomenal e último "Laser Eyes", são o caminho onde iniciar a caminhada para conhecer um dos grandes discos da década que se finou.

Esqueçam os Arizmenda, permanecerão desconhecidos e não chegarão a lado nenhum (muito menos às minhas orelhas), e ouçam os Zozobra que são mestres e merecem toda a nossa atenção.

1 comentário:

\m/afarrico disse...

O que dizer do épico dilema em que nos lança, caro Maléfico...
De um lado os Arizmenda, esses opacos desconhecidos, de quem nada se sabe, à parte de que "Within the Vacuum of Infinity..." parece ser o título da sua unica obra, e também que se movem pelos meandros do Black Metal. Enfim, os epítetos com que os brindamos parecem ser ajustados.
Do outro lado, Zozobra! Ignóbeis e incógnitos, cujo grande feito na sua triste existência, foi o terem conseguido com o colega Maléfico Patético lhes tenha adquirido um álbum e por consequência uma nomeação na Masmorra. Já não está mal apesar de tudo.

Mas mais digno de referência, é o ritual ancestral ao qual a banda foi roubar o nome. Apesar de o desconhecer, lembro-me bem do ritual que se pratica todos os anos no Nova México, em que uma esfinge de um velho com vários metros de altura, é incinerada num ritual purificador e libertador. Um exemplo vivo e de grande divulgação da cultura pagã, com contornos satânicos de purificação pelo fogo.
Conforme descreve A.W. Denninger:
“Zozobra is a hideous but harmless fifty-foot bogeyman marionette. He is a toothless, empty-headed facade. He has no guts and doesn't have a leg to stand on. He is full of sound and fury, signifying nothing. He never wins. He moans and groans, rolls his eyes and twists his head. His mouth gapes and chomps. His arms flail about in frustration. Every year we do him in. We string him up and burn him down in ablaze of fireworks. At last, he is gone, taking with him all our troubles for another whole year. Santa Fe celebrates another victory. Viva la Fiesta!”