terça-feira, 30 de setembro de 2008

ref. discografica 666 - o desconhecido

Poderosos correligionários do Mal,

Desde longínquos tempos imemoráveis, como bem se deve recordar, que a referência discográfica tem sido e continuará a ter sido, um dos principais depositários de sabedoria e uma útil ferramenta de in-vangelização por nós recorrentemente utilizada.
Para além disso, é também uma forma porreira de passarmos o tempo e recordarmos trabalhos musicais, interpretados por nossos conhecidos parceiros do Mal.
Desta feita proponho-me a explanar um exercício completamente diferente do habitual, sem querer fugir muito ao que aqui fizemos anteriormente.

Pretendo elaborar uma resenha crítica em torno de uma obra que desconheço! E reparem, que quando me refiro ao meu desconhecimento sobre a dita obra, não quero com isso dizer que se trate de algo ficcional!
Não! Escreverei, qual Davidecóperfil dos Infernos, um texto de extrema qualidade sobre uma obra em concreto, mas que apenas me será revelada no final, ie, após a sua publicação aqui na MI. Tal revelação terá lugar através de um email enviado pelo prezado Maléfico. Essa missiva, contendo a resposta à questão ainda não formulada, foi-me já enviada para a minha caixa de correio electrónico, num claro e poderoso exercício de premunição, pelo colega Maléfico sob o título de “não abras porcalhão!”.

Confesso que fiquei um pouco confuso ao reler estas linhas que acabei de escrever, mas penso que está claro para todos o que aqui se vai passar.

Comecemos então este momento único.

Tendo o contador, pelo qual numeramos as nossas referencias discográficas, atingido a simbólica marca de 666, achei que não deveria deixar passar ao alto este facto, e escolhi uma banda que tem posto em pratica muito e aturado labor, no seguimento dos caminhos e ensinamentos do Mestre Satanás. Isto apesar de não estar bem claro para todos, inclusivamente para eles que assim seja, dado que ao longo da sua curta carreira (em termos terrenos, note-se) tiveram já algumas viragens nas suas abordagens musicais e sonoras, sendo umas mais assumidamente satânicas que outras.
Este álbum em concreto, pauta-se por conter uma mão cheia de temas bastante poderosos, sendo que agressividade (ora musical ora psicológica) co-habita com rasgos de melodia (ora psicológica ora musical), num estilo que dificilmente poderemos descrever como difícil de identificar, tal é a simplicidade das intrincadas malhas e a complexidade dos registos identificados.
Tratando-se de uma banda com um reportório em vias de consolidação em termos de quantidade, nota-se desde já uma tendência para seguir uma linha musical definida pelo front-man da banda desde os primeiros tempos, e que alternadamente sofre influencias dos restantes elementos, que raramente pontificam na elaboração dos temas, nos quais têm presença assídua como compositores.
Apesar das origens algo conservadoras deste álbum, uma audição mais ou menos atenta, permite identificar laivos de inovação e originalidade, nomeadamente nas secções rítmicas e melódicas, sendo que as vocalizações são em todo idênticas a anteriores trabalhos, podendo os inúmeros seguidores desta banda aqui encontrar uma abordagem algo diferente ao que se tinha vista até então.
Quanto às letras e seus conteúdos, abordam temáticas das mais diversas inspirações. Desde as subversivas incitações à não-violência, até às ocultas mensagens satânicas, tudo cabe e faz parte do contexto inspirador deste agrupamento, que não se cansa de apregoar a sua mensagem, com excepção dos períodos instrumentais dos seus temas, onde não propagam qualquer mensagem (falada).

Os poucos fans die-hard que ainda restam, seguidores da linha dura a que esta banda os habituou, deverão estar ansiosos por presenciar esta nova abordagem musical, nas varias actuações ao vivo agendadas para o nosso país, sendo que faltam ainda confirmar a sua totalidade, ou quase.

Uma última palavra para enaltecer as qualidades técnicas destes virtuosos interpretes, que conseguem, como nunca, uma sonoridade complexa que entra no ouvido logo às primeiras audições, e cuja originalidade é fruto do mix das mais diversas escolas musicais das quais cada um deles provém, sendo que iniciaram juntamente os seus percursos musicais desde tenra idade, com excepção dos que foram sendo integrados no projecto ao longo das diversas etapas que este presenciou.

Termino este trabalho, com um enaltecedor bem-haja em forma de homenagem póstuma, a este grupo de profissionais que tem sido um exemplo a seguir pelas nossas hostes, embora por vezes tal não aconteça.

\m/afarrico

PS a minha musica preferida é a 5!!!

1 comentário:

Maléfico Patético disse...

mafarrico,

a sua música preferida é portanto a Subtraction, curiosa escolha quando pontificam neste álbum autênticos hinos como a faixa-titulo ou a Under Siege.

Mas está tudo muito bem, acertou em cheio, tudo o que explanou está 100% correcto e se em alguns pontos tudo parece estar errado é porque a realidade às vezes não está correcta. O disco Arise da banda Sepultura é tudo isso, nada mais nem menos. O próprio dia a dia de cada membro, actual e passado, da banda está perfeitamente explicado nestas linhas e ouvi dizer que o mencionado frontman já cancelou a sua auto-biografia autorizada após ter conhecimento deste post na masmorra.

Foi um bom exercício, mas fácil para a extensão dos nossos poderes. Alguns desafios para o futuro :
- uma referencia discográfica para um disco que nunca tenhamos ouvido
- uma referencia discográfica para o próximo disco de uma qualquer banda
- uma referência discográfica de um disco nunca editado de uma banda inexistente.

Acho que poderíamos esperar até à ref. 666 para experimentarmos um destes pontos.

cumprimentos flamejantes de um fogo quente cumó caraças