quinta-feira, 25 de setembro de 2008

ref. discografica 666 - A morte magnética

mafarrico,

Aconteceu nestes últimos tempos um lançamento dito musical que muita tinta (sangue no nosso caso) tem feito correr - "E assim acontece .... !", diria o outro.

Esse acontecimento, "happening" para os mais puristas da língua de camões, foi a edição de mais um disco dos nossos conterrâneos, mas não contemporâneos Metallica. Já ouvi uma cópia pirata desse registo e dedico-lhe as linhas que se seguem.

É um disco medíocre, com milhentas ideias de riffs recuperadas e coladas sem a intensidade e/ou fluidez de outros tempos e onde todas as músicas parecem ter dois ou três minutos a mais. Sendo certo que peso e os solos voltam a estar presentes, também é verdade que tudo soa a plágio aos próprios metallica, onde a falta de ideias é tão gritante que chega a existir uma faixa intitulada The Unforgiven III. Nem tudo é mau, encontra-se lá vários momentos agradáveis de fúria e riffs thrashicos, e é um disco melhor do que o seu antecessor mas a verdade é que existem para ai bandas a fazer isto e mais um bocado e muito melhor (The Formation Of Damnation de Testament e o novo dos Kreator está ai a chegar).

O pior para o fim, pelo que deixo ainda uma palavra de não-apreço às letras tão más que se tornam idiotas e embaraçosas. Por ex: "You rise, you fall, your down, then you rise again/What don't kill you make you more strong/You rise, you fall, your down, then you rise again/What don't kill you make you more strong" ou "How can I be lost/If I've got nowhere to go?/Search for seas of gold/How come it's got so cold?". Adiante ...

Outra nota para o regresso aos longos instrumentais aqui feito com uma cópia de tudo o que os Karma To Burn andaram a fazer durante 3 discos, mas com dez minutos. Portanto não acredite quando ouve dizer por ai que isto é um regresso a uma forma perdida e se se cruzar com um fã incondicional a gritar "Metallica are baaaaack!" pode aplicar-lhe o castigo máximo mesmo antes de ouvir o disco, à confiança .... A verdade é que se quisermos um regresso dos metallica o melhor é darmos uma giradela ao ... And Justice For All ou ao Master Of Puppets o que pensando bem não é assim tão dificil e por isso para quê perder tempo com estas coisas.


O meu veredicto para este disco é o Shift+Delete, e um grande fuck off aos Metallica que desta vez nem com o embrulho realmente excepcional como é a caixa deste CD me fazem gastar dinheiro .... se calhar gasto se o vinil tiver a mesma qualidade.

M.P.

2 comentários:

Diabolicus disse...

Horrível crítica Maléfico!! Bem ao seu estilo! Deixe-me dar-lhe os parabéns por isso.

Já tive oportunidade de deixar aqui a minha douta opinião sobre este facto no passado...por esse mesmo motivo vou repeti-la.

Penso que estas bandas mais afamadas, fazem aquilo que se chama "deita-te na cama"...está muito na moda dizer que se "está bem é na caminha"...não concordo.

Nada como espetar o tridente neste energumenos que andam a enganar o povo, o que é nobre, mas ainda mais nobre é espetar o tridente...seja em Metallicas ou outras que tais.

A meu ver, vivemos hoje reféns (o que é positivo) de um determinado patamar de qualidade do qual não queremos baixar, é como o PIB das economias, tem de crescer sempre, se desce umas décimas é um "ai meu Deus que me acudam", como se costuma dizer na província.

Ora isto tem paralelismo em tudo. Quem já andou de cavalo não quer andar agora num jumento, e vice-versa dependendo do jumento, faço-me entender? Talvez não..

Mas continuando, estes senhores de que fala no seu post, provavelmente não têm tempo para estourar todo o pastel que já amealharam, quanto mais tempo, para elevar a qualidade do que produziram quando eram jovens cheios de inspiração e sangue na guelra, agora sim, faço-me entender??

Deviam pois ser crucificados tal como você bem o fez aqui nesta praça pública e ser obrigados a pedir desculpa, de gatas e com vergastadas dos fãs nas costas por estarem a plagiar-se a eles próprios...ao menos que fosse a outros, eram mais originais!!

\m/afarrico disse...

Nunca antes, na nossa Masmorra, um post sobre um novo lançamento discográfico dos Metallica veio tão a propósito, como este.

Comecemos por analisar detalhadamente, quem são e o que representam actualmente na cena Heavy mundial, esta emblemática banda: nada, não são nada!
Estes parvalhões cumpriram um papel importante, é certo, mas isso foi há 20 anos atrás! Digamos que foram em tempos notáveis, corriam então os anos entre 1981 e 1991, quando de facto foram autores de algumas obras-primas, das quais destaco o meu para sempre favorito “...and justice for all”.

Foi precisamente após a edição do álbum seguinte, o tal da capa preta, que foi decidido nos ciclos Infernais, que a sua missão estaria cumprida e que era chegada a hora de lhes dar um fim, tal era a decrepitude que se anunciava.

Abandonados pela negra inspiração, que até então os bafejou, os Metallica não perceberam que já estavam de facto mortos (não literalmente mas musicalmente, assumo a minha responsabilidade nisto), e pretenderam continuar com o que pensam ser uma carreira de estrelato e sucesso. Ora convenhamos, todos sabemos que tal não é possível sem o apoio incondicional do Mestre, pelo que estes senhores, desprovidos de argumentos e genialidade, entraram numa espécie de looping criativo, em que nada, absolutamente nada é original.

Este álbum, que faço questão de desconhecer à semelhança dos anteriores 3 ou 4 ou lá quantos são, será eventualmente um mega hit nos tops-dos-pops de todo o planeta! Mas isso vale o que vale. Esta banda já não pertence às nossas hostes e isso que fique bem claro para quem ler estas linhas.

Ainda em relação ao seu post, gostei particularmente do pormenor da cópia ilegal. Lembram-se quem acabou com o napster?

Pois que fiquem com a morte magnética dado que já tiveram a cerebral.