segunda-feira, 2 de maio de 2011

XIV SWR Barroselas Metalfest - Venom, o Concerto

De regresso ao recinto e já completamente refeitos do violento choque a que tinham sido sujeitos, M&M posicionaram-se para mais uma prestação musical. Desta vez foram mesmo lá para a frente, junto ao palco, num local vago e com excelente visibilidade sobre e, do mesmo. Apenas os incautos poderiam achar estranho o facto de esse lugar estar ali à disposição de M&M. É que os Necros Christos, sabendo da presença de M&M terão solicitado que estes tivessem um tratamento priveligiado. Mal a banda alemã, praticante de um som que anda ali entre o Doom e o Black Metal, começou a tocar os primeiros e poderosos acordes, as não menos poderosas colunas a que M&M estavam encostados, começaram a reverberar causando uma surdez subita a todos os que se encontravam nesse ponto, i.e., a M&M, uma vez que mais ninguém se tinha chegado tão perto, por certo pelo temor que sabemos estes seres instigam aos demais.

Após alguns breves minutos, em que conseguiram manter uma altivez e um olhar aprovador, M&M retiraram-se cá para trás com o pretexto de que se impunha uma colocação estratégica em frente ao palco principal, onde os Venom iriam dar a prestação mais aguardada da noite.


Mal a prestação dos NC terminou, a multidão em furia começou a posicionar-se para esse que seria o grande momento da noite: a actuação dos Venom!

Quem já esteve num concerto de Heavy Metal, sabe que há dois momentos chave neste tipo de actuação, principalmente quando se tratam de bandas históricas: a entrada em palco dos artistas e a interpretação daquele tema que de alguma forma é considerado o mais marcante do set list. São momentos que põem a multidão em fúria descontrolada e ficam para sempre retidos na memória como momentos épicos.

Ora, sabiamente, os Venom optaram por fazer um 2 em 1. Escolheram para abrir, o velhinho tema (29 anos...) Black Metal, talvez uma das músicas mais icónicas desdo o início primordial do Heavy Metal, início esse de que os Venom fizeram parte activamente.


E foi assim, que sob a pressão da enorme expectativa da multidão que havia confluído aquele local, que havia aturado dezenas de outras bandas, aguentado estoicamente o longo caminho até aquele ermo que é Barroselas, saciado a fome com as porcarias das barracas, foi assim dizia eu que se deu o grande.... fracasso da noite.

O som falhou.

De potencialmente épico, o instante passou a ser realmente patético. Cronos, vestido com umas roupas que faziam lembrar uma mistura entre um sem-abrigo e um drag-queen, com idade para ser o pai dos outros dois elementos da banda e avô da maioria da multidão, saltou para o microfone e começou a vociferar, em silêncio, a letra do hino satânico de eleição. Apenas se ouvia o torpedear incessante da bateria e os acordes da guitarra um pouco ao longe.

Após uns segundos que mais pareceram uma eternidade no Inferno, o som lá voltou, mas completamente desajustado de tão alto que estava. Parecia que o pessoal da mesa de som, tinha ido para os copos e deixado uns demónios tresloucados a mexer nos botões.


Na impossibilidade de manter a posição, até então defendida arduamente contra o violento mosh que se formou por entre a multidão, M&M não tolerando mais os violentissimos decibeis que estavam a ser descarregados sobre a insensivel trupe, afastaram-se do epicentro da violentissima prestação musical e procuraram um local mais aprazivel de onde pudessem testemunhar este momento único nas suas carreiras de Demónios dissiminadores da música do Demo.


Os Venom prosseguiram calcorreando um set-list mais ou menos previsivel, sem grandes surpresas. Há parte de algumas acções de stage diving levadas a cabo por alguns elementos mais tresloucados, incluindo uma galinha gigante, o concerto não teve grandes momento altos.

É verdade que os Venom até são uma das bandas no activo, mais marcantes da historia do Metal, mas ao fim de 30 anos de carreira o tempo torna-se implacável! A formula está gasta.


Para a posteridade fica esse momento da desgraçada reunião em que Cronos fica a conhecer M&M.

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