Após vários anos a evitar o desastre que tem sido o festival Rock In Rio, sentimos chegar a altura de reconsiderar a visão que temos de tal evento quando se abateu sobre nós a poderosa notícia da vinda do colega Lemmy Kilmister. Logo aí se formaram nos nossos belos cérebros pensamentos contraditórios e a reflexão sobre a filosofia e qualidade deste evento tornou-se necessária. Ir ou não ir? Esta é a questão - ou era.
A verdade é que o slogan "Por um mundo melhor" que ao festival estava associado fazia-nos fugir daquilo como nosso maior costuma fugir das cruzes, mas por de baixo desta frase feita, e pensando um mínimo no assunto, torna-se claro que o festival nunca tornou nada neste mundo melhor e nem sequer se esforça para isso. São milhares de pessoas a gastar dinheiro em futilidades e a sujar espaços verdes, decibeis em excesso - debitados através de música na sua maioria detestável e espaço televisivo ocupado por idiotas com óculos em forma de guitarra eléctrica a dizer as parvoíces que lhes ocupam a mente. Pensando assim, e sem mais demoras, já é possível nutrir a simpatia minima pela coisa e já lá podemos ir dar o abraço que o sr. Kilmister vem ansiando faz algum tempo (muitos dizem que a longevidade da sua banda se deve ao facto de nunca ter tido mais de um colaborador da masmorra num dos seus espectáculos).
No dia em que milhares de pessoas nos poderão ver no recinto iremos ignorar os sofríveis Soulfly, erguer os nossos punhos de ferro para os colegas Motorhead, apreciar por demais mas com face de quem não aprecia a música do cristão novo e bastante estúpido Dave Mustaine e comungar com os Rammstein, que com certeza irão fazer descer sobre os presentes o espírito do festival em momentos como este:
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1 comentário:
Sim! É chegado o momento de deitarmos um olhar atento, caustico e depressiativo sobre este provavelmente não muito maligno evento.
E a melhor forma de o fazer é ter ido assistir. Ora foi exactamente isso que faremos.
Aguarda-se para breve, a resenha do que por lá se terá passado.
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