quinta-feira, 12 de março de 2009

Dead hand @ flag's Sá


Estimados Colegas,

Venho aqui deixar o meu breve testemunho, de mais um grande evento que teve lugar por entre as catacumbas da nossa velha cidade!
No passado dia 6, os luso-infernais Mão Morta encabeçados pelo sempre diabólico Adolfo, presentearam-nos com um épico e desconcertante espectáculo e nós lá estivemos para trazer ainda mais dignidade a este já de si altivo acontecimento.

O som estava poderosíssimo e alinhamento escolhido dificilmente poderia ter sido melhor! Foi um misto de revivalismo de tempos idos com o espanto do que é o som actual destes velhos demónios.
Ocorrem-me, assim de memória, os seguintes temas que viram a luz negra da noite, às mãos destes desconcertantes intérpretes do inconformismo que sagra por entre as nossas mais baixas camadas:

E se depois
Oub’lá
Ventos animais
Quero morder-te as mãos
Lisboa (por entre as sombras e o lixo)
Budapeste (sempre a rock & rollar)
Veados com fome
Charles Manson
Em directo (para a televisão)
As tetas da alienação
Cão da morte
Arrastando o seu cadáver
Penso que penso
A menina

Não sei se o colega Maléfico tem alguma achega a dar a esta longa lista, mas sinto que falta aqui qualquer coisa!

7 comentários:

Maléfico Patético disse...

foi uma bela noite, de um concerto em que toda a banda e especialmente o colega Adolfo se excederam, como sempre fazem, provavelmente sabendo que nos encontravamos entre os vizualizadores e ao mesmo tempo ouvintes do espetáculo.

Uma palavra para os imberbes que pegaram nos instrumentos, em pleno palco antes dos colegas M.M. A sua inépcia, idiotia e fraca musicalidade serviram para que a prestação da única banda musical dessa noite parecesse ainda melhor. Um truque também usado por nós noutras andanças.

Se falta alguma musica no alinhamento avançado pelo meu caro colega não sei, só lhe tenho a dizer é que após o espetáculo entrei no Amstel a toda a velocidade e quase abalroei um barco-táxi que ia a passar.
O piloto ficou a mandar vir de punho erguido, mas eu continuei no máximo de aceleração Amstel abaixo.
Adoro sentir o vento frio na cara.
Junto ao Munt Plein acostei
e fui dar uma olhada ao catálogo do Big Fun.
Tinham Black Bombaim.
Comprei 2 pacotes e enrolei um joint a acompanhar o café.
Depois meti-me no barco e rumei à Red Light.
Apetecia-me sexo ao vivo.
Pelas ruas que ladeiam o canal,
a multidão, vagarosa, espreitava as raparigas nas montras.
Acostei frente ao Jimmy's ouvindo o jazz melancólico que vinha
da cave, e entrei no Barbie.
Estava quase vazio.
No palco-aquário um casal iniciava um número de sexo.
O homem, de mãos atadas, tinha uma corda à volta do pescoço, que a mulher ia apertando com o crescendo da excitação - morreu enforcado no momento do orgasmo.
Gostei da representação.
Enrolei outro joint e saí.
Cá fora a multidão continuava a sua passeata mironante e quase fui atropelado por um ciclista.
Meti-me no barco e regressei a casa.
A toda a velocidade.

Maléfico Patético disse...

o meu encontro com o colega anarquista revestiu-se de uma certa comicidade derivada do ambiente festivo que lá se vivia. Passo a explicar.

Passeava-me pelos corredores do velho teatro fazendo felizes os pobres mortais que me podiam ver, tocar e expressar o seu respeito temeroso pela minha pessoa quando avistei um vulto encostado à parede. Aproximei-me e logo todos os olhares se quedaram na figura que permanecia alheia a tudo.
Perguntei-lhe autoritariamente :
- Quem és tu?
Todos susteram a respiração, mulheres desmaiaram, homens feitos abriram caminho a força na direção das casas de banho. A figura olhou para mim e respondeu :
- Sou uma miragem, dizem que semeio o caos e a destruição como o vento semeia as papoilas, o meu nome é... Liberdade.
Com esta resposta todos correram a esconder-se na esquina mais próxima, corpos dos que não aguentaram a tensão amontoavam-se à minha volta. Respondi.
- Prendo-te em nome da lei.
- E eu suprimo-te em nome da liberdade - responde ele.
Neste momento já havia transeuntes a automutilar-se de nervos e uma das paredes desabou devido unicamente ao ar pesado que nos rodeava.
Olhei para ele e sorri, apertamos a mão e dirigimo-nos ao bar para beber um fino deixando para tras o caos e a destruição que sempre provocamos quando fazemos este pequeno ritual de reconhecimento.

Tambem falta a 1º de Novembro. La-ra-ra La-ra-ra la-ra-lailaila

M.P.

\m/afarrico disse...

Sabe, prezado Maléfico, li os seus comentários e sinceramente.... diverti-me.

\m/afarrico disse...

passo a citar:

"É demencial Não há palavras que consigam dizer o horror
Vi um pobre homem agarrado ao que restava da sua mulher
Errando pela baixa
Os olhos fixos num horizonte perdido
Sem uma palavra Sem um som
Arrastando a carcassa desfigurada por entre o trânsito do fim da
tarde
Passei sem conseguir dizer nada (...)"

\m/afarrico disse...

Faltou ainda mencionar o tema musical "Tu disseste"

Eu disse "o que é que isso interessa?"
Tu disseste "...nada"

Maléfico Patético disse...

ó diabo! divertiu-se?

é suposto as minhas palavras provocarem temor, pasmos e diarreia crónica, nunca sorrisos e bem estar despreocupado

\m/afarrico disse...

pronto... foi isso que eu quis dizer...
foi tal a indisposição que me causau que me diverti.