sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Betrayer!!!

E foi assim, que na passada noite de dia 30 de Janeiro, se celebrou mais um grande evento musical inteiramente dedicado à nossa Masmorra. Desta feita os convidados encarregues de por a música foram os comparsas germânicos Kreator. Como a Masmorra estava demasiado arrumada acabei por tomar de assalto o Sá da Bandeira e foi este o local de tão desgraçado opus musical.

Os Kreator já cá andam há uns anos, e já mereciam este chamamento à Masmorra que talvez peque por tardio. Mas um pecado é sempre de enaltecer e eles próprios agradeceram o sofrimento da longa espera a que os esposemos durante as décadas passadas.
Para quem não sabe estes músicos diabólicos já disseminam a palavra do Demo desde os anos 80, mas mostraram estar em grande forma preconizando um concerto memorável.

Pontos altos, para além de temas como extreme agression, people of the lie, terrible certainty, coma of souls, pleasure to kill, flag of hate, foram também os curtos discursos com que o front man Mille Petrozza brindou a legião que se apresentou para prestar vassalagem na MI.
A recordar o momento em que, após uma rápida e relativamente fácil triagem por entre os presentes, sobre quem gostava ou não de religião (aos presente foi pedido que respondessem sim/não às perguntas "is anyone here who likes religion?" seguida de "is anyone here who doesn't like religion?", que suscitou alguma confusão porque houve respostas em coro a ambas as perguntas o que resultou numa amalgama sonora indecifrável), mas dizia eu, após esse rápido e esclarecedor referendo o nosso Mille sai-se com um "... I feel we are here in a gathering of Enemys of god" após o que encetou o respectivo tema. Bonito, muito bonito.
Também de enaltecer o momento em que o vocalista aplacou os ânimos dos presentes, esclarecendo que, numa recente entrevista aos media quando terá dito que os seus incessantes apelos à violência e à morte eram de natureza metafórica, estava simplesmente a mentir. Muito positivo portanto.
Quem não foi esquecido, como não podia deixar de ser, foi o prezado Maléfico! Após inúmeros pedidos para que a sua presença se fizesse notar no palco, lá tive que esclarecer os presentes que o colega estava ausente. Após ter sido brindado com toda a espécie de objectos arremessados que as hordas caóticas tinham reservado para o Maléfico, o Mille lá urrou a plenos pulmões "BETRAYER!!!!" e lá veio, como não podia deixar de ser o respectivo tema. Tema esse que em tempos idos já foi aqui literalmente dissecado pelo MP, facto que marcou profundamente estes Kreator, que tiraram grande alento desse marco histórico e ganharam assim novas forças no relançamento da sua carreira. Enfim, somos uma fonte inspiração para todos que olham para nós e vêm uma fonte de inspiração... em nós.



terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Satã é amigo

Já há muito que não se vê uma ref. literária por aqui, pelo que decidi tentar ainda manter a aparência para uma masmorra culta e escrevinhar umas palavras sobre mais um livro altamente referenciado pelos circulos inferno-literários.

Este livro não tem tradução para o português e será muito dificilmente adquirivel nas lojas pelo que esta referência tem o lado positivo de se por acaso se der que alguem fique com uma real vontade de o ler, não o poder fazer assim tão facilmente.

E vontade de o ler não faltará depois de eu revelar que o livro em questão relata uma história de sexo, drogas, homicidio e satanismo passados nos saudosos anos sessenta. Outros excessos são relatados em promenor, mas não revelarei mais para não estragar a leitura que quase de certeza não efectuará e porque também já não me lembro de praticamente nada. Mas concerteza é um livro com um nome apelativo e que ficará bem na estante pelo que é altamente recomendável.

Não perca portanto, o livro Satan Wants Me de Robert Irwin.



M.P.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Obama speech na Masmorra Infernal

Caros comparsas,

Como sabereis, a tomada de posse de BHO como presidente dos EUA foi ontem e como é habitual segue-se hoje a cerimonia de iniciação do referido ser na MI, momento esse que é presidido pelo nosso Lider maximo, o Cornudo em pessoa.

Tal como já vem sendo habito, nestes grandiosos momentos de elevada eloquência, o nosso Maior, solicita-me que prepare os discursos que os principais oradores devem proferir perante a nossa vasta comunidade.

Antes de o entregar ao referido BHO, em quem são depositadas tantas vis esperanças, gostaria de o trazer perante vós para Vossa superior e magnânime aprovação.
Confesso que dada a escassez de tempo que aloquei a esta tarefa, vi-me obrigado a tomar por base o discurso feito na vespera e a fazer algumas (não muitas porém) adaptações. Nada que um Ctrl-H não resolva.

Meus caros comparsas do Mal:
Aqui estou hoje, arrogante perante a tarefa à nossa frente, indiferente pela confiança que depositaram em mim, consciente dos sacrifícios que obrigamos os nossos antepassados a enfrentar. Agradeço ao Presidente Bush pelo seu serviço ao nosso Mestre, assim como a mesquinhez que demonstrou durante esta transição.
Quarenta e quatro servos de Satanás fizeram até agora o juramento presidencial. Os discursos foram feitos durante vagas de crescente violência e chamas de guerra. No entanto, muitas vezes a tomada de posse ocorre no meio de nuvens espessas e furiosas tempestades. Nesses momentos, a Masmorra Infernal perseverou não só devido ao talento ou à visão dos que ocupavam altos cargos mas porque Nós os servos do Mal permanecemos fiéis aos ideais dos nossos antepassados e aos nossos documentos fundadores.

Assim tem sido. E assim deve ser com esta geração de demónios.

Que estamos no meio de uma crise, já todos sabem. A nossa masmorra está em guerra, contra uma vasta rede de paz e amor. A nossa economia está muito engrandecida, consequência da ganância e irresponsabilidade de alguns, mas também nosso mérito colectivo por não tomarmos decisões difíceis e prepararmos a masmorra para uma nova era. Perderam-se casas; empregos foram extintos, negócios encerraram. O nosso sistema de saúde é muito oneroso; para muita gente as nossas escolas fracassaram; e cada dia traz-nos mais provas de que o modo como usamos a energia enfraquece os nossos adversários e ameaça o nosso planeta.

Estes são indicadores de crise, resultado de dados e de estatística. Menos mensurável mas não menos profunda é a perda de confiança na nossa terra - uma certeza incómoda de que o declínio da Masmorra Infernal é inevitável, e que a próxima geração deve baixar as expectativas.

Hoje eu digo-vos que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Não serão resolvidos facilmente nem num curto espaço de tempo. Mas fica a saber, Masmorra Infernal - eles serão resolvidos.

Continuamos a ser uma masmorra jovem, mas nas palavras da Escritura, chegou a hora de pôr as infantilidades de lado. Chegou a hora de reafirmar o nosso espírito de resistência, de escolher o pior da nossa história; de carregar em frente essa oferta preciosa, essa perfida ideia, passada de geração em geração; a promessa de Satanás de que todos somos iguais, todos somos livres, e todos merecemos uma oportunidade de tentar obter a infelicidade completa.

Tantas vezes estes homens e mulheres lutaram e se sacrificaram e trabalharam até as suas mãos ficarem ásperas para que pudéssemos viver uma vida pior. Eles viram a Masmorra Infernal como maior do que a soma das nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.

Esta é a viagem que hoje continuamos. Permanecemos a masmorra mais poderosa e próspera na Terra. A partir de hoje, devemos levantar-nos, sacudir a poeira e começar a tarefa de refazer a Masmorra Infernal.

Vamos recolocar a ciência no seu devido lugar e dominar as maravilhas da tecnologia para baixar a qualidade do serviço de saúde e aumentar o seu custo. Vamos domar o sol e os ventos e a terra para abastecer os nossos carros e pôr a funcionar as nossas fábricas. E vamos transformar as nossas escolas e universidades para satisfazer as exigências de uma nova era.

E aqueles de nós que gerem os dólares dos servos do Mal serão ilibados – para gastarem sem sensatez, reformarem bons hábitos e conduzirem os nossos negócios à escuridão da noite – porque só então poderemos restaurar a confiança vital entre os servos do Mal e o seu governo terreno.

Nós somos os guardiões deste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, podemos enfrentar essas novas ameaças que exigem ainda maior esforço – ainda maior separação e incompreensão entre nações.

Porque nós sabemos que a nossa herança de diversidade é uma força, não uma fraqueza. Nós somos uma masmorra de não crentes. Somos moldados por todas as línguas e culturas, vindas de todos os cantos desta Terra; e porque provámos o doce trago da guerra civil e da segregação, e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos deixar de acreditar que velhos ódios um dia voltarão; que as linhas da tribo em breve prevaleceram; que à medida que o mundo se torna mais pequeno, a nossa desumanidade comum deve revelar-se; e que a Masmorra Infernal deve desempenhar o seu papel em promover uma nova era de dor.

Aos povos das nações mais pobres, prometemos cooperar convosco para que os vossos campos definhem e as vossas águas corram podres; para dar fome aos corpos famintos e aos espíritos sedentos de saber. E às nações, como a nossa, que gozam de relativa riqueza, dizemos que podemos mostrar indiferença perante o sofrimento fora das nossas fronteiras; que podemos consumir os recursos do mundo sem prestar atenção aos seus efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.

Ao olharmos para o caminho à nossa frente, lembremos com gratidão os bravos demónios que, neste preciso momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Honramo-los não apenas porque são guardiões da nossa desgraça, mas porque incorporam o espírito de usurpação; uma vontade de dar significado a algo maior do que eles próprios. E neste momento – um momento que definirá uma geração – é este espírito que deve habitar em todos nós. Porque, por mais que o governo possa e deva fazer, a masmorra assenta na fé e na determinação dos servos do Mal.

Esta é a fonte da nossa confiança – o conhecimento de que Satanás nos chama para moldar um destino incerto.

Por isso, marquemos este dia com a lembrança do quem somos e quão longe fomos. No ano do nascimento da Masmorra Infernal, no mais frio dos meses, um pequeno grupo de patriotas juntou-se à beira de ténues fogueiras nas margens de um rio gelado. A capital tinha sido abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado da nossa revolução era incerto, o pai da nossa masmorra ordenou que estas palavras fossem lidas aos servos do Mal:
“Que o mundo que há-de vir saiba que... num Inverno rigoroso, quando nada excepto a danação e a podridão podiam sobreviver... a cidade e o país, alarmados com um perigo comum, vieram para [o] enfrentar.”

Masmorra Infernal. Face aos nossos perigos comuns, neste Inverno do nosso contentamento, lembremo-nos dessas palavras intemporais. Com danação e virtude, causemos uma vez mais as correntes geladas e lancemos as tempestades que vierem. Que seja dito aos filhos dos nossos filhos que quando fomos testados recusámos que esta viagem terminasse, que não recuámos nem vacilámos; e com os olhos fixos no horizonte e a graça de Satanás sobre nós, levámos adiante a grande dádiva da liberdade e entregámo-la em segurança às futuras gerações."

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

And now for something completely different ...

mafarrico,

estou a escrevinhar uma missiva com este titulo uma vez que é uma frase que nos diz algo e imediatamente nos remete para um registo amigável em que o tom nos dispõe para aceitar e gostar do que venha escrito a seguir, por muito ridiculo que seja.

M.P.

sábado, 10 de janeiro de 2009

The Kicking Machine

mafarrico,

afinal de que se queixam tanto os humanos se no ano transacto lhes oferecemos o novo Melvins. Deveria ser o suficiente para não ligarem tanto a ninharias como as guerras, a fome, o desemprego, a miséria, a doença e o desaparecimento do dinheiro que tinham e que nunca existiu.



e em 2009 vem o novo Napalm Death.

M.P.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Annus 2008

Cabe-me a mim a primeira missiva do ano de 2009, e como é comum neste tipo de missiva deve-se passar em revista o Annus que se fina,Annus Findus, para os mais distraidos o Annus 2008.

Elaborei portanto uma vasta lista do melhor e do pior do ano que ora acaba, tendo acontecido o pequeno revés de a ter perdido algures no caminho entre o fosso e a masmorra, o que equivale a dizer que não a tenho nem a posso apresentar. Diria mesmo que tendes toda a razão ao pensar que nunca por um instante a tive, ou sequer pensei em fazê-la, mas não deixa de ser um transtorno e portanto só vos digo :

"Que chatice, pá!"

De qualquer maneira, e fazendo um balanço do tal Annus, Horribilis para muitos, faço muito simplesmente a seguinte apreciação :

O MELHOR DE 2008.

O melhor de 2008 foi o aparecimento de espaço metafisico, fisico, sobrenatural e naturalmente infernal denominado 'A Masmorra Infernal Do Sr. Satanás'.

O PIOR DE 2008.

O melhor de 2008 foi o aparecimento de espaço metafisico, fisico, sobrenatural e naturalmente infernal denominado 'A Masmorra Infernal Do Sr. Satanás'.

Atentem que no copy+paste nem me dei ao trabalho de alterar a palavra 'melhor' por 'pior', mas também posso dizer que para nós demónios, as duas noções se confundem bastante.

M.P.