quarta-feira, 8 de outubro de 2008

7 pontos . . . . . . .

Caros Parceiros,

Desta feita, venho-vos relatar um evento que, não fosse pelos seus contornos negros e macabros, poderia ser apenas mais uma dessas simpáticas historias que dispõem bem.

Comecemos pelo princípio, como qualquer boa narrativa deve começar. Recordo que a colocação dos factos de forma aleatória, sem olhar à sequência cronológica dos acontecimentos, pode trazer algum brilho e interesse adicional a historias menos cativantes à partida, mas não sendo o caso desta, apenas serviria para confundir aqueles que estão prestes a ouvir um dos relatos mais tenebrosos alguma vez aqui difundidos.

Levei 7 pontos numa mão! Fui suturado com 7 nós na manápula! Vi o meu membro superior esquerdo ser cozido com uma linha, em 7 pontos distintos.

Agora que está feita a introdução, passemos à descrição dos tristes eventos que tiveram lugar, numa lúgubre cozinha, numa soturna e cinzenta manhã, corriam os tempos de há 48 horas atrás.
Penso que todos tendes ao vosso serviço, por entre os vossos escravos, alguns servos e utensílios que vos merecem mais atenção, tanto pelos exemplares préstimos como pela dedicação que colocam nas suas acções, sempre que são chamados a coadjuvar-vos nas vossas nojentas missões.

Era esse o caso, deste de que vos quero hoje falar e para o qual a existência terrena cessou!
Tratava-se de um pratico utensílio de cozinha, vulgarmente denominado por "faca de serrilha", que me auxiliava no estripanso de carcaças também conhecidas por “moletes”.
Na fatídica manhã a que me refiro, estava eu e a referida faca em plena matança, esventrando pão atrás de pão, quando nos surgiu pela frente um adversário um pouco mais estóico e que se permitiu a ousadia de oferecer uma maior resistência ao fim que lhe estava destinado.
Ora a dita faca, inebriada pela violência e pelo desejo de me impressionar com os seus instintos cortantes, toma a iniciativa e aplica tal movimento perfurante, de tal forma incisivo e decidido, que para além de estropiar a carcaça cerealica teve o infortúnio de entrar em contacto com a camada mais superficial da minha duríssima pele... e a seguir com a camada dérmica um pouco mais abaixo, e de seguida com a outra imediatamente a seguir e assim por diante.

Todos sabemos o que acontece a quem prova o sangue de um demónio! A visão do triste destino que aguardava, a partir desse momento, o até então fiel servidor, fez-me soltar um gutural urro (facilmente confundível com o um de dor, mas não...).

Após aplicar a fatal sanção, contrafeito, dirigi-me a um hospital onde jovialmente pedi que procedessem à lacagem da referida abertura na minha pele, visto não querer chamar a atenção no meu local de trabalho, com os incomodativos jorros de sangue que, apesar de serem de belo efeito, sujavam tudo e impressionavam pelo fétido cheiro que caracteriza as nossas entranhas.
Antes de terminar, queria deixar aqui estas: ultimas palavras!

\m/

2 comentários:

Maléfico Patético disse...

mas que história tão simpática, diria mesmo que é daquelas que dispõem bem, muito agradável

não hesite em ter mais imbróglios desse tipo (ou porventura mais dolorosos) para partilhar

um forte! aperto de mão
M.P.

Diabolicus disse...

Caro Mafarrico, que bela história nos conta...

Aqui estou eu novamente a comentar, dado que o 1º comentário, há coisa de uma semanita foi comido pelas larvar após digitar com os meus dedos todos o código que lhe permitiria posteriormente ser visto por vós.

Ora como um diabo já de si tem pouca paciência, muito pior fica quando vê os seus escritos apagados e engolidos para sempre no esquecimento e no vazio.

Como tal foi necessário esperar por nova dose de paciência e inspiração para aqui digitar novamente umas palavras (estas não serão comestíveis pelas profundezas certamente), umas palavras dizia eu, em homenagem a si e à sua mão esquerda.

Estou certo k se deleitou ao provar o seu sangue, uma atitude que se compagina com diabos da nossa estirpe e nos permite alimentar-nos do nectar mais vigoroso e saboroso que existe por aí.

Imagino o grunhido que terá mandado aquando do ritual satânico a que procedeu, e não sei quando o tenciona repetir, para a próxima podia ser com assitência, podia vender bilhetes e fazer umas coroas com isso, ahhh?? Que grande ideia!!

Imagino que a recuperação já tenha entretanto ficado concluída uma vez k como sabemos não é fácil a um vulgar utensílio doméstico penetrar na nossa pele dura, por isso deixe-se lá de coisas e vamos partir para outra!