quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Samael @ Hard Club 05Out11


Que me perdoem os Srs. Cronos, Lars Petrov e Araya e cª, mas devo deixar bem claro que os seus agrupamentos musicais não são, desde a noite passada, os eleitos pelo Sr. Satanás para serem seus principais signatários e infiéis portadores de Sua palavra.
Esta honrada e ignóbil missão passa agora para as mãos dos manos Vorphalack e Xytraguptor.
Para os mais desatentos e portanto indignos ignorantes, passo a informar que estes ilustres personagens são os criadores e mentores desse afamado conjunto de música, de seu nome SAMAEL.
Apesar de já existirem desde o final dos anos 80, apenas ontem é que lograram saltar para as luzes da ribalta e quebraram um enguiço de séculos. Conseguiram finalmente que Mafarrico os recebesse em concerto e lhes concedesse algum do seu tempo e atenção, que como sabeis é excessivo e sobra de forma indolente.
Foi assim que caída a noite, Mafarrico, movido pela curiosidade e por um veículo automóvel, se deslocou pelos seus próprios meios até ao recinto do Hard Club para testemunhar a prestação dos Samael, cuja carreira tem vindo a seguir, qual olheiro satânico, de há longa data a esta parte.
Não fosse Mafarrico um ser culturalmente desenvolvido e dotado de um vasto léxico, e teria tido dificuldade em encontrar palavras para descrever o que por ali se passou. Os Samael, em aproximadamente hora e meia, presentearam Mafarrico com uma das melhores actuações a que este se tem prestado assistir. Como já seria de suspeitar, o som black metal vs electronica que estes seres desenvolveram com mestria ao longo dos anos, resulta especialmente bem ao vivo, e os dotes cénicos e comunicativos do front man, Sr. Vorph, encheram a sala de uma energia negra e ritmos desconcertantes.
Toda a longa carreira dos Samael foi revistada num set-list que não teve um único momento morto. Temas como Into the Pentagram (apresentada como a música mais negra e pesada de sempre), Baphomet's Throne (a melhor letra de sempre?), Flagellation, Rain e Shining Kingdom a representarem os primórdios dos tempos e lograram arrancar um nostálgico e flamejante suspiro a Mafarrico, que assim quase se deixou emocionar.
A referir que o evento afinal tinha o formato de mini festival, o que convenhamos muito enfadou Mafarrico pela extensão do mesmo e pela quase sempre monótona prestação das bandas com menos notoriedade.
Um breve apontamento sobre os participantes:
Six reasons to kill: tiveram o discernimento de terminar a sua prestação antes da chegada de Mafarrico. Por isso nota positiva para estes… coiso
Noctem: black metal espanhol, convenientemente apelidado de ibérico. O vocalista tinha uma carapuço e no fim ingeriu um frasco com uma espécie de vómito e cuspiu a substancia sobre o público.Muito bonito.
Keep of Kalessin: power metal meets black metal da Noruega. O standard de violência desta origem está difícil de superar. Tentaram, lá tiveram uns momentos interessantes, mas não deixaram marcas.
Melechesh: black metal satânico da Mesopotâmia. Um som original e interessante. A estudar no futuro. O guitarrista começou o concerto com um turbante de terrorista mas o calor era tal que se viu obrigado a removê-lo. Passou o resto do concerto a deitar água pela cabeça abaixo.

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