quinta-feira, 24 de junho de 2010
Caos mergulhante
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Clatto Verata Nicto
- The Evil Dead (1981)
O primeiro filme (todos eles realizados por Sam Raimi) conta a história de cinco amigos que vão passar uns dias a uma cabana no meio da montanha. Na cabana encontram um estranho livro milenar e um gravador que contém uma fita onde um arqueólogo vai relatando os seus trabalhos de tradução do livro. Os jovens aprendem alguns factos pouco agradáveis sobre o livro e um trecho é recitado na gravação, estas palavras acordam demónios diabólicos que supostamente estavam a descansar à sombra dos pinheiros circundantes, a partir daí é sangue por todo o lado e não tarda muito a ficarmos sozinhos com o que vem a ser o grande herói da trilogia, Ash, que tem um trabalho danado a desmembrar todos os seus amigos-agora-zombies e apanha uns valentes banhos de sangue. Muita violência, uns sustos bem pregados e sempre mais sangue de todas as cores, tudo isto bem filmado e com belos efeitos especiais. Um clássico.
- Evil Dead II (1987)
O segundo filme é o virar definitivo para o registo mais cómico inerente a um filme sobre mortos-vivos, a quantidade de desmembramentos e sangue não decresce (antes pelo contrário) mas o personagem Ash revela-se em toda o seu esplendor e fenomenais one-liners. É aqui que ele se torna o verdadeiro herói reconhecido por todo o nosso mundo. O filme não é bem uma sequela do primeiro, mas também não é bem um remake. Os primeiros minutos, esses sim, são um remake da hora e vinte do primeiro, e depois a história segue um novo rumo. Ash fica sozinho logo no início, depois fica acompanhado da sua mão direita, depois fica sozinho outra vez (glorificando o uso de moto-serras em filmes deste género) e depois utrapassa-se a falta de humanos para transformar em zombies com a chegada de alguns espécimens que vão sendo desmembrados pelo super-Ash. No final é preparado o caminho para o filme seguinte.
"You're going down! Chainsaw."
- Army Of Darkness (1992)
O último filme da trilogia é completamente diferente dos outros, abandonamos a agradável cabana de montanha e viajamos para o mundo medieval de 1300 d.c. Aqui já não há muitos sustos, nem caves, nem pinheiros violadores, mas há muitas piadas e múltiplos Ashs pequeninos, um clone maléfico, castelos, fossos, moinhos e cemitérios, exércitos de esqueletos e, claro, sangue e violência. A moto-serra (ainda que usada) é substituída por uma mão biónica que Ash genialmente constrói a partir de coisas encontradas num estábulo medieval. O filme não é uma obra-prima, mas é constituído por várias cenas brilhantes de cariz hilariante.
O clímax é aceitavelmente engraçado mas o final é verdadeiramente épico e imperdível – “Hail to the king, baby!”.
sábado, 5 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Por um mundo quase pior - nós fomos mas dizemos que não fomos
O evento é estúpido, a começar pela própria designação (não tem lugar dentro de nenhum rio, e ainda bem), passando pelo suposto lema de que de alguma forma ir a um concerto de música ajuda a que tenhamos um mundo melhor (já aqui devidamente dissecado pelo colega Maléfico) e terminando nos repulsivos alinhamentos que vem apresentando ano após ano. Mas, desta feita, a presença simultânea do Sr. Kilmister e do Sr. Mustaine obrigou-nos a repensar tudo isto e a considerar a nossa deslocação ao local. Repensamos, mantivemos tudo o que pensávamos antes e fomos na mesma.
Verdade seja dita que este ano a organização jogou forte. Com o evidente intuito de atrair ao local o maior número possível de membros da Masmorra, dedicou-nos um dia completo e logrou obter alguns resultados. Com Diabolicus a ficar de fora por razões de segurança, eis que Mafarrico e Maléfico se apresentaram à hora e no local errado, para testemunharem o que por lá se iria passar.
A viagem, feita com recurso a uma viatura semi-furtada, não teve grande história. Tirando o facto de que ambos os elementos da tripulação se terem esquecido de se fazerem acompanhar de rodelas musicais, que tornou todo o processo de deslocação numa lenta e entediante agonia, alternando entre a escuta de rádios locais e silêncios arrastados e constrangedores, tudo correu irritantemente bem. Sem problemas de trânsito, acessos simples, fáceis e ordeiros até ao interior do recinto, adivinhava-se uma tarde de ordem e paz.
Mas felizmente que o pior estava para vir. Mal teve inicio a prestação dos Soulfly a massa humana presente fez questão de nos trazer à memória a razão pela qual este odioso género musical é apelidado de pesado e agressivo. Havia já algum tempo que Mafarrico não testemunhava tamanha anarquia e violência! Numa jogada de grande sensatez e perspicácia, Maléfico apostou numa entrada em rompante para garantir uma posição estratégica mesmo no centro e perto do palco. Não pelos Soulfly em si, mas pelo que viria a seguir. Foi então, meus caros seguidores, que seguindo as ordens de Max Cavalera, o publico deu início a esse ritual denominado de moche. Curiosamente demos por nós mesmo no centro de tal acção e, não querendo de forma alguma danificar cérebros alheios, procuramos afastar-nos. Com movimentos ágeis e rápidos, Mafarrico evitou tudo e todos, evitando quedas aparatosas de costas e enquanto segurava com o máximo de dignidade possível, os óculos escuros que por esta altura ainda tinha colocado. Ainda assim não pude deixar de notar que lesionei gravemente a rótula de um energúmeno com a minha poderosa coxa.
Tivemos ainda a oportunidade de ver de perto esse fenómeno intelectual denominado “Wall of Death”, no qual o publico respondeu de forma quase perfeitamente coordenada às instruções que recebia de cima do palco, onde o delicado Max vociferava ordens quase imperceptíveis. Mais uma vez aquela massa humana escapou por um triz de nos apanhar a ambos em pleno local de impacto. Muito digna a forma como calmamente nos afastamos do epicentro.
(a continuar...)